sábado, 28 de abril de 2018

Edição nº 370

« Liturgia Dominical »
Ano 7 – nº 370  29 de abril de 2018

† 4º Domingo depois da Páscoa
branco – 2ª classe.


« Ainda um pouco de tempo, e já não me vereis; mais um pouco de tempo e me tornareis a ver, porque vou ao Pai. » Ev.
Divulgação:
Intróito / Cantáte Dómino - Salmo 97. 1, 2, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo
Cantáte Dómino cánticum novum, allelúia: quia mirabília fecit Dóminus, allelúia: ante conspéctum géntium revelávit iustítiam suam, allelúia, allelúia, allelúia. Ps. Salvávit sibi déxtera eius: et bráchium sanctum eius. . Glória Patri.
Cantai ao Senhor, um cântico novo, aleluia, porque o Senhor operou maravilhas, aleluia. Perante as nações todas revelou a sua justiça, aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Sua Destra e seu braço santo lhe alcançaram a salvação. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Viver como batizados, fiéis a Deus, nas condições instáveis e difíceis da vida terrestre, não é possível sem o socorro da graça; é ela que nos fixa os corações « lá onde se encontram as verdadeiras alegrias ».
Deus, qui fidélium mentes uníus éfficis voluntátis: da pópulis tuis id amáre quod praecipis, id desideráre quod promíttis; ut inter mundánas varietátes ibi nostra fixa sint corda, ubi vera sunt gáudia. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Ó Deus, que unis as almas dos fiéis em uma só vontade, concedei aos vossos povos que amem o que ordenais e desejem o que prometeis, a fim de que, por entre as inconstâncias deste mundo, se fixem nossos corações onde estão as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Tiago Apóstolo 1. 17-21
O melhor que o homem poderá fazer, é deixar-se modelar por Deus, que nele empreendeu e prossegue esta obra magnífica. Depois da criação, a Redenção. Resta-nos, apenas, purificar a nossa vida e acolher a palavra divina, no mais íntimo da alma.
Caríssimi: Omne datum óptimum, et omne donum perféctum desúrsum est, descéndens a Patre lúminum, apud quem non est transmutátio nec vicissitúdinis obumbrátio. Voluntárie enim génuit nos verbo veritátis, ut simus inítium áliquod creatúræ eius. Scitis, fratres mei dilectíssimi. Sit autem omnis homo velox ad audiéndum: tardus autem ad loquéndum et tardus ad iram. Ira enim viri iustítiam Dei non operátur. Propter quod abiiciéntes omnem immundítiam et abundántiam malítiæ, in mansuetúdine suscípite ínsitum verbum, quod potest salváre ánimas vestras.
Caríssimos: 17Toda dádiva excelente e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes no qual não há mudança, nem sombra de vicissitude. 18De livre vontade, Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que primícias de suas criaturas1. 19Vós o sabeis, irmãos meus diletíssimos. Assim seja todo homem, pronto para ouvir, ponderado para falar e custoso para enraivecer. 20Porque a ira do homem não opera o que seja justo diante de Deus. 21Pelo que, rejeitai toda impureza e excesso de malícia, e recebei com docilidade a palavra em vós implantada, que pode salvar as vossas almas.
1. Isto é: que sejamos particularmente seus.
Alelúia / Salmo117, 16; Romanos 6. 9
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Allelúia, allelúia. ℣.Déxtera Dómini fecit virtútem: déxtera Dómini exaltávit me. Allelúia. ℣.Christus resúrgens ex mórtuis iam non móritur: mors illi ultra non dominábitur. Allelúia.

Aleluia, aleluia. ℣.A Destra do Senhor mostra o seu poder; a Destra do Senhor me exalta. Aleluia. ℣.O Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; nunca mais a morte O dominará. Aleluia.
Evangelho segundo São João 16. 5-14
O Espírito vai revelar aos fiéis a autenticidade da missão de Cristo e o sentido da sua morte redentora, denunciando o pecado do mundo, que não acreditou n'Ele, mostrando que Jesus era o Justo por excelência, o único justo, que, ressuscitado por Deus, voltou ao Céu, donde viera; garantindo, finalmente, a ruina de Satanás, que, tentando perder o Autor da vida, a si mesmo se condenou.
In illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis: Vado ad eum, qui misit me: et nemo ex vobis intérrogat me: Quo vadis? Sed quia hæc locútus sum vobis, tristítia implévit cor vestrum. Sed ego veritátem dico vobis: expédit vobis, ut ego vadam: si enim non abíero, Paráclitus non véniet ad vos: si autem abíero, mittam eum ad vos. Et cum vénerit ille. árguet mundum de peccáto et de iustítia et de iudício. De peccáto quidem, quia non credidérunt in me: de iustítia vero, quia ad Patrem vado, et iam non vidébitis me: de iudício autem, quia princeps huius mundi iam iudicátus est. Adhuc multa hábeo vobis dícere: sed non potéstis portáre modo. Cum autem vénerit ille Spíritus veritátis, docébit vos omnem veritátem. Non enim loquétur a semetípso: sed quæcúmque áudiet, loquétur, et quæ ventúra sunt, annuntiábit vobis. Ille me clarificábit: quia de meo accípiet et annuntiábit vobis.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 5Eu vou Àquele que me enviou e nenhum de vós me pergunta: Para onde ides? 6Mas porque vos disse estas coisas, o vosso coração se encheu de tristeza. 7Digo-vos, porém, a verdade: é bom para vós que eu vá; porque se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas, se for, eu vo-lo enviarei. 8E, quando Ele vier, convencerá o mundo que existe o pecado, a justiça, e o juízo. 9Quanto ao pecado, porque não creram em mim. 10Quanto a justiça2, porque eu vou ao Pai, e já não me vereis. 11E também quanto ao juízo, porque o príncipe deste mundo já foi julgado. 12Ainda tenho muitas coisas a dizer-vos; mas agora ainda não as podeis compreender. 13Quando vier, porém, aquele Espírito de verdade, ensinar-vos-á toda a verdade. De si mesmo não há de falar, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
2. Mostrando que Jesus era o Justo por excelência.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 65. 1-2, 16
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Iubiláte Deo, univérsa terra, psalmum dícite nómini eius: veníte et audíte, et narrábo vobis, omnes qui timétis Deum, quanta fecit Dóminus ánimæ meæ, allelúia.
Ó terra inteira, aclamai a Deus; cantai salmos a seu Nome. Vinde e ouvi, todos vós que temeis a Deus e eu vos contarei quanto de grande o Senhor operou em minha alma, aleluia.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Deus, qui nos, per huius sacrificii veneránda commércia, uníus summæ divinitátis partícipes effecísti: præsta, quǽsumus; ut, sicut tuam cognóscimus veritátem, sic eam dignis móribus assequámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que pelo inefável comércio deste Sacrifício nos fizestes participar de vossa una e suprema Divindade, fazei, Vos pedimos, que assim como já conhecemos a vossa verdade, também cheguemos a alcançá-la, por um digno procedimento. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / S. João. 16. 8
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Cum vénerit Paráclitus Spíritus veritátis, ille árguet mundum de peccáto et de iustítia et de iudício, allelúia, allelúia.
Quando vier o Consolador, o Espírito da verdade convencerá o mundo que existe o pecado, a justiça e o juízo, aleluia, aleluia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Adésto nobis, Dómine, Deus noster: ut per hæc, quæ fidéliter súmpsimus, et purgémur a vítiis et a perículis ómnibus eruámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Assisti-nos, ó Senhor, nosso Deus, e fazei que por estes Sacramentos que fielmente recebemos, sejamos purificados de nossos vícios e livres de todos os perigos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação
A Grande Promessa
Ó Jesus, disponde o meu coração para receber o Espírito Santo que nos prometestes e merecestes.

1 — Desde o Domingo passado que a Igreja começou a preparar-nos para a Ascensão do Senhor; hoje, retomando o assunto, dá um passo em frente, isto é, fala-nos da vinda do Espírito Santo e para isso serve-se ainda de uma passagem do discurso de Jesus depois da última Ceia. É sempre o Senhor que fala aos Apóstolos e continua a dispor as suas almas para a partida; eles escutam, tristes e pensativos, sem terem a coragem de O interrogar. E o Senhor, como uma boa mãe, quebra aquele penoso silêncio: « Vou para Aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: para onde vais? » Por isso apressa-se a consolá-los: « A vós convém que eu vá porque se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas se eu for, eu vo-lO enviarei » (Jo. 16, 5-14). De fato, só a morte de Jesus nos pôde merecer este grande dom e só depois da Sua Ascensão ao céu, o Espírito Santo, o Enviado do Pai e do Filho, pôde descer efetivamente sobre a Igreja. Os Apóstolos estão quase a perder a presença sensível, física, do Mestre adorado, mas Ele não os deixará órfãos e continuará a assistir-lhes invisivelmente por meio do Seu Espírito que prosseguirá a Sua obra. Jesus trabalhou no meio deles de um modo visível, o Espírito Santo fá-lo-á de um modo secreto, e escondido, mas nem por isso menos eficaz e menos real. Assim, o próprio Jesus diz que a ação do divino Paráclito completará a Sua: « Tenho ainda muitas coisas a dizer-Vos, mas vós não as podeis compreender agora. Quando vier porém aquele Espírito de verdade, Ele vos ensinará toda a verdade... Ele receberá do que é meu, e vo-lo anunciará ». O coração dos apóstolos, ainda endurecido pelo pecado, não pode entender as verdades mais profundas; será necessário que Jesus, morrendo na cruz, destrua o pecado, — o grande obstáculo à ação do Espírito Santo — e, depois de subir ao céu, nos envie o divino Paráclito, que nos mereceu pela Sua Paixão.
A descida do Espírito Santo às nossas almas é o maior fruto da Paixão de Jesus.
2 — Do Evangelho de hoje podemos tirar algumas conclusões práticas. Em primeiro lugar, devemos dispor-nos com ardor para o Pentecostes a fim de que se renove em nós, em toda a sua plenitude, a descida do Espírito Santo. E como o obstáculo à efusão do Espírito Santo é o pecado, a nossa preparação consiste numa particular pureza de consciência. O pecado deve ser destruído em nós, não só nas suas manifestações atuais, conquanto leves, mas também nas suas raízes mais profundas e ocultas.
Devemos além disso estar convencidos de que na alma em graça, e tanto mais quanto esta procura corresponder com fidelidade às moções divinas, nunca falta uma certa ação do Espírito Santo, porém não é necessário que esta ação seja sensível e consoladora. Na aridez e no desânimo o Espírito Santo trabalha também na alma fiel: é uma ação totalmente secreta e oculta, mas real e eficaz que tem por fim purificá-la e dispô-la para a união com Deus. A alma que está convencida disto mantém-se confiante, mesmo através das dificuldades e, se não compreende ou não vê o seu caminho, entrega-se ao Espírito Santo, que bem sabe e vê onde a quer conduzir.
Finalmente, o Evangelho de hoje convida-nos a invocar a ação do Espírito Santo sobre a Igreja e sobre todo o mundo. Sobre a Igreja, para que a governe e dirija no cumprimento da sua missão; sobre o mundo, para que o convença da verdade por ele rejeitada. « E Ele, quando vier – disse Jesus – convencerá o mundo quanto ao pecado, à justiça e ao juízo », ou seja, mostrar-lhe-á que é escravo do pecado por não ter acreditado em Cristo, far-lhe-á compreender como só nEle, o Redentor, está a justiça e a santidade e mostrar-lhe-á, por último, que o demônio, « o príncipe deste mundo », foi finalmente vencido e condenado.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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