sábado, 7 de novembro de 2015

Dóminus ­230

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­Ano 5 - Edição nº 230
8 de novembro de 2015.
X 24º Domingo depois de Pentecostes
(5ºdepois da Epifania transferido)
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"Enquanto, porém, os homens dormiam, veio o seu inimigo, semeou o joio entre o trigo, e retirou-se." Ev.
Intróito / Jeremias 29. 11-14; Salmo 84. 2;
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
O profeta Jeremias anuncia o fim dum cativeiro, de que o de Babilônia foi apenas figura.
Assim diz o Senhor: Meus pensamentos são de paz e não de aflição. Clamai por mim e eu vou ouvirei. Reconduzir-vos-ei de vosso cativeiro, de todos os lugares. Sl. Abençoastes, Senhor, a vossa terra; livrastes Jacó do cativeiro. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Reconfortada pela esperança cristã, em sua marcha para Deus, a Igreja espera d'Ele o socorro e a garantia de que precisa.
Nós Vos suplicamos, Senhor, guardeis continuamente a vossa família com paternal bondade, para que, esperançada somente em vossa graça celeste, seja sempre fortalecida com a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Colossenses 3. 12-17
" Assim como Deus vos perdoou, assim deveis perdoar também aos outros. " Eis a grande lei da caridade. Pode haver outros motivos, mas não mais essenciais nem mais convincentes.
Irmãos: como eleitos de Deus, santos e diletos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de benignidade, humildade, modéstia e paciência. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, se um tiver motivo de queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou assim fazei também vós. Acima de tudo isto, tende caridade, que é o vínculo da perfeição. Triunfe em vossos corações a paz do Cristo, para a qual também fostes chamados como sendo um só corpo; e sede agradecidos. A palavra do Cristo habite em vós com abundancia; com toda a sabedoria, instrui-vos e exortai-vos uns aos outros. Cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus, com a gratidão em vossos corações. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, seja tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, rendendo por ele graças a Deus Pai, por Jesus Cristo, Senhor nosso.
Gradual / Salmo 43. 8-9
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Vós nos livrastes, Senhor, dos que nos afligiam e confundistes os que nos odiavam. ℣. Em Deus nos gloriamos todo o dia; e louvamos eternamente o vosso Nome.
Aleluia / Salmo 129. 1-2
 "Aleluia" é um grito de júbilo, que significa: "louvai ao Senhor".
Aleluia, aleluia. ℣. Das profundezas do abismo, clamei a Vós, Senhor! Senhor atendei à minha oração. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 13. 24-30
No campo das almas, o próprio joio é susceptível de se mudar em trigo, sob o influxo da graça de Deus. A paciência divina espera a conversão do pecador.
N aquele tempo, disse Jesus às turbas esta parábola: O Reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente em seu campo. Enquanto, porém, os homens dormiam, veio o seu inimigo, semeou o joio entre o trigo, e retirou-se. Quando a erva cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Então os criados do pai de família foram ter com ele e lhe disseram: Senhor, porventura não semeaste boa semente em teu campo? Donde vem, pois, o joio? Respondeu-lhes ele: Algum homem inimigo fez isto! Perguntaram-lhe os servos: Queres que vamos arrancá-lo? Não, respondeu ele, para que não suceda que tirando o joio, arranqueis juntamente com ele o trigo. Deixai crescer um e outro até a ceifa; e no tempo da ceifa, direi aos segadores: Colhei primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o em meu celeiro.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 129. 1-2
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Das profundezas do abismo, eu clamo a Vós, Senhor! Senhor, atendei à minha oração. Das profundezas do abismo, eu clamo a Vós, Senhor.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon. É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Nós Vos oferecemos, Senhor, estas hóstias de reconciliação, afim de que por vossa piedade nos absolvais de nossas faltas e sustenteis os nossos corações inconstantes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio S. Marcos 11. 24
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Em verdade, vos digo: tudo o que pedirdes em vossa oração, crede que o recebereis, e vos será feito.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Dignai-Vos, ó Deus onipotente, fazer que alcancemos o efeito da salvação eterna, cujo penhor já recebemos nestes sagrados Mistérios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O Vínculo da Perfeição
Deus meu, fazei que acima de tudo eu deseje e busque a perfeição do amor.
1 — A Epístola de hoje (Col. 3, 12-17) chama a nossa atenção para o dever fundamental do cristão: a caridade. Pouco valem todos os programas e propósitos de vida espiritual, se não estão animados pelo amor e não conduzem à perfeição do amor. Pouco valem o desprendimento, a mortificação, a humildade e todas as outras virtudes se não dispõem o coração para uma caridade mais profunda, mais plena, mais expansiva. «Sobretudo — recomenda S. Paulo — tende caridade que é o vínculo da perfeição».
Não somente amor para com Deus, mas também amor para com o próximo; mais ainda, é propriamente sob este aspecto que o Apóstolo, na Epístola do dia, fala da caridade, mostrando com grande sutileza como todas as nossas relações com o próximo devem ser inspiradas pelo amor. «Como escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos de misericórdia, de benignidade, de humildade, de modéstia, de paciência; sofrendo uns aos outros e perdoando-Vos mutuamente se algum tem razão de queixa contra o outro». A característica dos elei­tos de Deus, dos Seus amados e santos, é exatamente o amor fraterno; sem este distintivo Jesus não nos reconhece por Seus discípulos, o Pai celeste não nos ama como a Seus filhos, nem nos introduzirá no Seu reino. A vida espiritual requer o uso de muitos meios, comporta o exercício de muitas virtudes, mas é preciso estarmos atentos para não nos perdermos e não pararmos em particularidades, esquecendo o mais pelo menos, isto é, esquecendo o amor que deve ser o fundamento e o fim de tudo. Para que serviria a vida espiritual e a própria consagração a Deus, para que serviriam os votos religio­sos se não ajudassem as almas a tender ao amor perfeito?
Eis o amor perfeito que o Apóstolo nos pede que tenhamos para com o próximo: misericórdia, compaixão; perdão recíproco, cordial, que não dá lugar a divisões ou atritos, que supera os contrastes e esquece as ofensas; caridade longânime que suporta qualquer sacrifício e vence qualquer dificuldade para estar em paz com todos, porque todos formamos em Cristo «um só corpo» porque todos somos filhos do mesmo Pai celeste.
Uma semelhante caridade fraterna é a garantia mais certa duma vida espiritual a caminho da santidade.
2 — A Epístola apresenta-nos o ideal da vida cristã, ideal de amor que deve unir todos os fiéis num só coração; o Evangelho (Mt. 13, 24-30) mostra-nos o terreno prático em que se há-de viver este ideal.
«O Reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas veio o seu inimigo e semeou cizânia no meio do trigo». No mundo, que é o Seu campo, semeou Deus o bem a mãos cheias, semeou graça e amor, semeou desejos de doação total, ideais de vida apostólica, de vida religiosa, de vida santa. Mas no meio de tanto bem veio o inimigo semear o mal. Porque permite Deus isto? Para joeirar os Seus servos, tal como se joeira o grão, a fim de os por à prova.
Às vezes escandalizamo-nos ao reparar que o mal se insinua até nos melhores ambientes, vendo que até entre os amigos de Deus, entre os que deveriam servir de edificação aos outros, há alguns que se comportam in­dignamente; então, cheios de zelo, como os servos da parábola, quereríamos dar remédio e arrancar a ci­zânia: «Queres que vamos e a arranquemos?» Porém Deus responde-nos: «Não, para que talvez não suceda que, arrancando a cizânia, arranqueis juntamente com ela o trigo».
A cizânia é poupada não porque seja boa, mas em atenção ao trigo; assim Deus poupa os maus e não os tira do meio de nós para o bem dos Seus escolhidos. Ao pedir-nos que suportemos com paciência determinadas situações, tão inevitáveis quão deploráveis, Deus pede-nos certamente um dos maiores atos de caridade, de compaixão, de misericórdia. Deus não diz que pactuemos com o mal, com a cizânia, mas que a suportemos com a paciência com que Ele mesmo a suporta. Porventura não houve um traidor no colégio apostólico? E contudo, Jesus qui-lo entre os Seus íntimos e com que amor o tratou! A maior caridade é a exercida em favor daqueles que, pela sua má conduta nos proporcio­nam muitas ocasiões de perdoar, de pagar o mal com o bem e de sofrer injustiças por amor de Deus. Além disso devemos considerar que, se é impossível a cizânia converter-se em trigo, é sempre possível, no entanto, que os maus se convertam em bons. Acaso não se converteram a Madalena, o bom ladrão e o próprio Pedro que havia negado a Jesus? Este é um dos motivos mais fortes que nos devem impelir à bondade para com todos. O amor, quando é perfeito, permite-nos viver ao lado dos maus sem asperezas, sem contendas, sem sofrer a sua influência, mas pelo contrário, fazendo-lhes bem.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.

Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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