sábado, 3 de outubro de 2015

Dóminus 226

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 5 - Edição nº 226
4 de outubro de 2015
X 19º Domingo depois de Pentecostes
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"Então, disse o rei aos servidores: Amarrai-o de mãos e pés, e lançai-o nas trevas exteriores." EV.
Intróito / Salmo 77. 1
     O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
       É Deus quem salva o seu povo. O homem entregue a si mesmo, é incapaz de se salvar.
  Eu sou a Salvação do povo, diz o Senhor; quando por mim em qualquer tribulação clamarem, eu os ouvirei. E serei perpetuamente o seu Senhor. Sl. Povo meu, escuta a minha lei; inclina os teus ouvidos às palavras de minha boca. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
     Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
       Ajudado por Deus, o homem responde ao seu apelo e consagra-se ao seu serviço.
  Ó Deus onipotente e misericordioso, afastai benignamente de nós todas as adversidades, a fim de que, desembaraçados de alma e corpo, com liberdade de espírito possamos dedicar-nos a vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 4. 23-28
       A vida nova, recebida no batismo, implica para o homem um comportamento novo.
  Irmãos: Renovai-vos no íntimo de vossa alma e revesti-vos do homem novo[1], que foi criado à semelhança de Deus, na verdadeira justiça e santidade. Por isso renunciai à mentira, e fale cada qual, com seu próximo, a verdade, porque, somos todos membros uns dos outros. Se vos irardes, que seja sem pecar, e não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao demônio. Aquele que furtava, não torne a furtar, mas trabalhe, fazendo por suas mãos alguma coisa boa, de onde tenha com que socorrer o que sofre necessidade.
Gradual / Salmo 140. 2
       Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
  Eleve-se, ó Senhor, a minha oração como incenso à vossa presença. . Seja-Vos agradável o elevar de minhas mãos como o sacrifício vespertino.
Aleluia / Salmo 104. 1
  Aleluia, aleluia. . Louvai o Senhor e invocai o seu Nome. Anunciai as suas obras entre as nações. Aleluia.
& Evangelho segundo São Mateus 22. 1-14
       Da parábola dos convidados ao festim deve, sem dúvida, salientar-se a condenação do infeliz, que foi expulso por culpa sua, e ainda mais o apelo lançado aos mais miseráveis.
  N aquele tempo, falava Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos fariseus em parábolas, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um rei que quis celebrar as núpcias de seu filho. E mandou seus servos a chamar os convidados para as bodas; estes, porém, não quiseram vir. Novamente enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto: vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo caso, foram-se, um para sua casa de campo e outro para seu negócio; e ainda outros prenderam-lhe os servos, e depois de os terem ultrajado, mataram-nos. Tendo conhecimento disto, o rei encolerizou-se, mandou seus exércitos, e exterminou aqueles homicidas, pondo fogo à sua cidade. Então, disse a seus servos: As bodas estão preparadas, mas os convidados não foram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, chamai para as núpcias. Saindo os servos pelas ruas, reuniram todos os que encontraram, bons e maus. E a sala do festim ficou cheia de convidados. Então entrou o rei para ver os que estavam à mesa, e viu ali um homem que não trazia a vestimenta nupcial. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo a vestimenta nupcial? Ele nada respondeu. Então, disse o rei aos servidores: Amarrai-o de mãos e pés, e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes. Porque, muitos são os chamados, mas, poucos são os eleitos.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
       Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 137. 7
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
      Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
  Se eu andar no meio da tribulação, Vós me vivificareis, Senhor, contra a ira de meus inimigos; estendereis a vossa mão, e vossa Destra me salvará.
Secreta
       É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
  Nós Vos suplicamos, Senhor, permiti que estas ofertas que apresentamos aos olhos de vossa Majestade, sejam úteis para nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 118. 4-5
       Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
       Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
  Vós ordenastes que vossos mandamentos fossem fielmente guardados; fazei que todos os meus passos se encaminhem à observância de vossas justas ordens.
Postcommunio
       Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
  Fazei, Senhor, que a ação salutar de vossa graça, por vossa clemência nos livre de nossas iniquidades, e nos faça cumprir sempre os vossos preceitos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O Convite Divino
     Concedei-me, ó Deus, a grande graça de corresponder generosamente a todos os Vossos convites.
     1 — O Evangelho de hoje (Mt. 22, 1-14) esboça a história dolorosa — infelizmente sempre atual — da ingratidão humana que rejeita a misericórdia divina, desprezando os Seus dons e os Seus convites.
     «O reino dos céus é semelhante a um rei que fez as núpcias de seu filho. E mandou os seus servos chamar os convidados para as núpcias e não quiseram vir». O rei é Deus Pai, o filho é o Verbo eterno que, ao encarnar, desposou a natureza humana para a remir e santificar. Deus convida todos os homens para o grande banquete destas núpcias divinas, onde encontrarão a sua salvação; imersos, porém, no materialismo das coisas terrenas, rejeitam tanto o convite como os emissários. «Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados» (Mt. 23, 37), é a queixa que um dia o Filho de Deus pronunciará, denunciando ao mundo não só a obstinada resistência do povo eleito, mas ainda a de todas as almas que, com tanta teimosia e ingratidão, rejeitam o Seu amor e a Sua graça. Os profetas, o Baptista, os Apóstolos, são os «servos», os mensageiros enviados por Deus para chamarem os homens ao banquete da Redenção, mas todos foram presos e mortos. «Lançaram mão dos servos — diz o Evangelho — e depois de os terem ultrajado, mataram-nos». A parábola de hoje nada mais acrescenta, mas infelizmente a ingratidão humana vai muito além: não só os servos e os mensageiros foram mortos, mas o próprio Filho de Deus. No entanto a misericórdia de Deus é tão grande que não Se dá por vencida, e continua a convidar para o Seu banquete. Neste, oferece como alimento a carne imaculada do Seu divino Filho, a quem os homens mataram. O banquete está preparado; Jesus, o Cordeiro divino, foi imolado para a redenção da humanidade e se muitos não corresponderam ao convite, outros serão convidados: «As núpcias estão preparadas, mas os que tinham sido convidados não foram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas das ruas e a quantos encontrardes convidai-os para as núpcias».
    Também nós fomos convidados; mas como correspondemos ao convite? Não mostramos nós também mais interesse e diligência pelos negócios terrenos do que pelas coisas de Deus? Não fomos semelhantes aos homens da parábola que «desprezaram [o convite] e foram-se um para sua casa e outro para o seu negócio»?
     2 — A parábola de hoje simboliza, em primeiro lugar, o convite à vida cristã; convite que, rejeitado pelo povo judeu, foi dirigido a todos os povos. Mas também podemos ver nela o convite a uma vocação particular: vocação ao sacerdócio, à consagração a Deus no claustro ou no mundo, ao apostolado, a uma missão especial. Para corresponder à vocação, não basta uma aceitação qualquer, é necessária uma adesão sincera e profunda que comprometa toda a alma. A parábola fala-nos de um homem que não recusou o convite, mas que lhe correspondeu de um modo indigno, apresentando-se no banquete sem a veste nupcial. É a imagem dos que respondem materialmente ao chamamento do Senhor, mas não se preocupam com aderir a ele com o espírito, com as obras, não cuidando de viver de maneira digna da sua vocação; estas almas põem em perigo a sua salvação, pois com Deus não se brinca. Deus não Se deixa enganar pelas aparências; não há uniformes nem insígnias externas que Lhe possam encobrir o verdadeiro estado de uma alma. Ele distingue muito melhor do que o rei da parábola, os que não têm a veste nupcial, a veste da graça e das virtudes requeridas pela vocação recebida; mais cedo ou mais tarde, virá o dia em que pronunciará sobre eles as terríveis palavras: «Atai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas exteriores».
   Todavia, mesmo sem chegar a tais extremos, pode-se ficar muito aquém da correspondência plena ao chamamento divino. É bom recordar a este propósito que o problema da correspondência à vocação não é um problema que se resolva de uma vez para sempre no dia em que se abraça um estado particular de vida, mas é um problema de todos os dias, porque a vocação exige cada dia uma nova resposta, uma nova adaptação às circunstâncias e à graça do momento. A vocação alcança a sua plena realização através da fidelidade constante aos convites divinos que, sucedendo-se ininterruptamente, abrem à alma atenta, horizontes sempre novos, apresentando-lhe novos deveres, novos aspectos de generosidade, novas modalidades de perfeição e de doação. A parábola termina com esta grave sentença: «São muitos os chamados e poucos os escolhidos». Por que são poucos os escolhidos? Porque são poucos os que sabem corresponder, dia a dia, à graça da vocação, aceitar todas as consequências e exigências do chamamento divino, dizer sempre sim aos convites da graça.

Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.




[1] O homem renovado pelo batismo e pela presença do Espírito Santo.

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