sábado, 25 de julho de 2015

Dóminus 216

Dóminus "O Senhor"
 Dóminus eletrônico ­- Ano 4 - Edição nº 216
X 9º Domingo depois de Pentecostes
26 de julho de 2015.
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"Ah! Se tu conhecesses, ao menos neste teu dia, o que te pode trazer a paz!" Ev.
Intróito / Salmo 53. 6-7, 3
     O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
       Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
  Eis que Deus vem em meu auxílio, e o Senhor é o protetor de minha alma. Voltai os males contra meus inimigos, e por vossa fidelidade, exterminai-os, ó Senhor, meu protetor. Sl. Salvai-me, ó Deus, por vosso Nome, e por vosso poder, livrai-me. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
     Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
       Quæ placita sunt ei facio semper. A aspiração do cristão anela a fundir-se com a do próprio Jesus Cristo: conformar-se em tudo à vontade de Deus, até não ter também outra oração.
  Abri, Senhor, os ouvidos de vossa misericórdia às preces de vossos servos suplicantes, e, para que aos seus rogos concedais o que desejam, fazei que somente peçam o que for de vosso agrado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios I. 10. 6-13
    S. Paulo colhe do passado de Israel lições, que valem ainda para a nossa vida cristã.
  Irmãos: Não cobicemos as coisas más, como aqueles (os judeus) cobiçaram; nem vos torneis idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: Sentou-se o povo a comer e a beber, e levantou-se para dançar [ao redor do bezerro de ouro][1]. Não pratiquemos a impureza, como alguns deles praticaram e morreram em um dia vinte e três mil. Não tentemos ao Cristo, como alguns deles tentaram e pereceram pelas serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram, e foram mortos pelo Anjo exterminador[2]. Ora, todas essas coisas lhes aconteciam em figura, e estão escritas para advertência de nós outros, chegados que estamos aos fins dos séculos. Aquele, pois, que crê estar de pé, olhe que não caia. Não vos sobrevenha tentação acima das forças humanas. Fiel é Deus, que não permitirá sejais tentados além de vossas forças; antes fará que tireis ainda proveito da tentação, dando-vos o poder de lhe resistir.
Gradual / Salmo 8. 2
     Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
  Ó Senhor, Senhor nosso, como é admirável vosso Nome em toda a terra! . Porque a vossa magnificência se elevou acima dos céus.
Aleluia / Salmo 58. 2
  Aleluia, aleluia. . Salvai-me de meus inimigos, ó Deus meu; livrai-me dos que se levantam contra mim. Aleluia.
 Evangelho segundo São Lucas 19. 41-47
     A verdadeira felicidade do homem está no acolhimento que faz a Deus; a sua desgraça e perda, em resistir-lhe ou, depois de O haver acolhido, profanar um templo, que Deus consagrara.
 Naquele tempo, tendo Jesus chegado perto de Jerusalém, avistou a cidade, e chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses[3], ao menos neste teu dia, o que te pode trazer a paz! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque, dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e por todos os lados te apertarão. Arrasar-te-ão a ti e a teus filhos, que estão dentro de ti, e em ti não deixarão pedra sobre pedra, porque tu não conheceste o tempo de tua visitação[4]. E tendo entrado no templo, começou a lançar fora todos os que aí vendiam ou compravam, dizendo-lhes: Está escrito: Minha casa é casa de oração, e vós fizestes dela um covil de ladrões. E todos os dias Ele ensinava no templo.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 18. 9-12
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
  As leis do Senhor são justas e alegram os corações e seus juízos são mais doces que o mel e o favo; por isso vosso servo os guarda.
Secreta
     É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
  Concedei, Senhor, Vos pedimos, que dignamente e frequentes vezes celebremos estes Mistérios, porque sempre que se renova a memória deste Sacrifício, se opera o fruto de nossa redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / João 6. 57
     Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
     Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
  Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim e eu nele, diz o Senhor.
Postcommunio
     Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
  Senhor, nós Vos suplicamos que a recepção de vosso Sacramento nos purifique e nos conceda o Espírito de união. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Correspondência à Graça
Ó Senhor, fazei que em mim a Vossa graça não seja vã.
     1 — Hoje a liturgia convida-nos a refletir sobre o grave problema da nossa correspondência à graça, apresentando-nos o triste quadro das vicissitudes de Israel, o povo escolhido, que Deus cumulara de benefícios, enchera de graças, protegera cuidadosamente e que, apesar disso, por infelicidade se perdeu. Na Epístola (I Cor. 10, 6-13) S. Paulo, depois de ter tocado alguns pontos da prevaricação de Israel, conclui: "Estas coisas lhes aconteciam em figura e foram escritas para advertência de todos nós... Aquele, pois, que crê estar de pé, veja não caia". É um chamamento premente à vigilância e à humildade. Se Deus nos preveniu com as Suas graças, se nos chamou a uma vida interior mais intensa, a uma maior intimidade com Ele, tudo isto, longe de nos tornar presunçosos, deve escavar no nosso coração uma humildade mais profunda: os dons de Deus têm que ser conservados sob a cinza de uma humilde desconfiança de si mesmo. Ai de nós se já nos considerássemos livres daquelas fraquezas que encontramos e talvez condenemos nos outros! Repitamos antes, humildemente: Senhor, ajudai-me, senão poderei fazer ainda pior. Contudo, exortando-nos à humildade, São Paulo impele-nos também à confiança porque "Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que podem as vossas forças, antes fará que tireis ainda vantagens da mesma tentação, para a poderdes suportar". O Apóstolo ensina-nos igualmente que a consciência da nossa fragilidade não nos deve desanimar, porque Deus está sempre pronto a amparar-nos com a Sua graça. Deus conhece as tentações que nos afligem e dá-nos, em cada uma delas, a medida de graça necessária para triunfarmos. É bem verdade que, quando a tempestade se desencadeia, somente damos conta do embate da luta, ao passo que a graça com que Deus nos socorre permanece inteiramente oculta; porém, tenhamos a certeza de que esta graça está presente, porque "Deus é fiel". "O bom Deus sempre me ajudou... — dizia Sta. Teresa do Menino Jesus — Conto com Ele. Tenho a certeza de que continuará a socorrer-me até o fim. Poderei sofrer muitíssimo, mas nunca será demais, estou certa disso." (NV. 28, 5)
     2 — O Evangelho (Lc. 19, 41-47), retomando o mesmo argumento da Epístola, apresenta-nos Jesus chorando sobre Jerusalém. O Criador, o Senhor, o Salvador, chora sobre as ruínas das Suas criaturas, do povo que amou com predileção a ponto de o escolher por companheiro da Sua vida terrena e que a todo custo quereria ter salvo.
     "Jerusalém, Jerusalém... quantas vezes eu quis juntar teus filhos como a galinha recolhe debaixo das asas os seus pintos e tu não quiseste!" (Mt. 23, 37). Tal foi a atitude constante de Jesus para com a cidade santa, mas esta continuou sempre cega a toda a luz, surda a todo o convite; e o Salvador, poucos dias antes de Se entregar à Paixão, lança-lhe o último amargurado apelo: "Se ao menos neste dia que te é dado tu conhecesses ainda o que te pode trazer a paz!" Todavia, mais uma vez, a cidade resiste e Jesus, depois de a ter amado tanto, depois de ter chorado sobre ela como a mãe chora sobre o filho transviado, prediz-lhe a ruína: "Os teus inimigos... não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visita".
     E tu saberás reconhecer os momentos em que o Senhor visita a tua alma? Uma boa palavra, lida ou ouvida talvez por acaso, um exemplo edificante, uma inspiração interior, uma luz nova que te faz ver mais a fundo os teus defeitos, que te abre novos horizontes de virtude e de bem, são outras tantas visitas de Jesus. E como correspondes? A tua alma é sensível a estas luzes, a estes apelos? Não te surpreendes uma vez por outra a olhar para o lado, temendo que a luz entrevista exija ao teu amor próprio sacrifícios demasiado duros?
     Oh! se tivesses reconhecido sempre o momento em que o Senhor te visitou! Se te abrisses sempre de par em par à Sua ação! Procura, pois, recomeçar hoje de novo, resolvido a recomeçar todas as vezes que te acontecer ceder à natureza. "O que te pode trazer a paz", a felicidade, a santificação, é unicamente esta adesão contínua aos impulsos da graça.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967



[1] Êxodo 32,6
[2] O Anjo executor dos castigos divinos.
[3] Como os discípulos.
[4] Em que foste o objeto das mercês divinas.

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