sábado, 6 de setembro de 2014

Dóminus 166

Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico ­- Ano 3 - Edição nº 166
X 13º Domingo depois de Pentecostes
7 de setembro de 2014.
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Não houve quem voltasse e viesse dar glória a Deus, senão este estrangeiro.
E disse-lhe: Levanta-te e vai: tua fé te salvou. (Ev.)


Ó Jesus Salvador, tenho necessidade de Vós. Curai-me, tende piedade de mim!
Intróito / Salmo 73. 19-23, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Olhai, propício, Senhor, para vossa aliança; não Vos esqueçais para sempre das almas de vossos pobres. Levantai-Vos, Senhor, e julgai a vossa causa; não Vos esqueçais das vozes dos que Vos invocam. Sl. Ó Deus, por que nos rejeitais para sempre? Acendeu-se vossa ira contra as ovelhas de vosso pasto? . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, onipotente e eterno, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade, e fazei com que amemos o que ordenais, para que mereçamos alcançar o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 3. 16-22
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos: As promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não foi dito: E às descendências, como se tratando de muitos, mas como de um só: E à tua descendência, que é o Cristo. Isto, porém, digo: a lei que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a aliança confirmada por Deus, de sorte que se tornaria vã a promessa. Porque, se da lei viesse a herança, então, já não viria da promessa. Ora, é que Deus pela promessa a deu a Abraão. Para que é, então, a lei? Ela foi dada por causa das transgressões, até vir o Descendente ao qual se refere a promessa; promulgada por Anjos passou pela mão de um mediador. Ora, não há mediador, quando se trata de um só; e Deus é um. Será, portanto, a lei contra as promessas de Deus? De modo algum. Somente, se fosse dada uma lei capaz de comunicar a vida, então, em verdade, a justificação viria da lei. Mas, pelo contrário, a Escritura reuniu tudo sob o pecado, a fim de que a promessa fosse dada, pela fé em Jesus Cristo, aos que creem.
Gradual / Salmo 73. 20, 19, 22
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Olhai propício, Senhor, para a vossa aliança e não Vos esqueçais para sempre das almas de vossos pobres. . Levantai-Vos, Senhor, e julgai a vossa causa, lembrai-Vos do opróbrio de vossos servos.
Aleluia / Salmo 89. 1
Aleluia, aleluia. . Ó Senhor, Vós sois o nosso refúgio, de geração em geração. Aleluia.
& Evangelho segundo São Lucas 17. 11-19
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.
Naquele tempo, indo Jesus a Jerusalém, atravessava a Samaria e a Galiléia. E, ao entrar em uma aldeia, saíram-Lhe ao encontro dez homens leprosos. Eles pararam ao longe, e elevaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tende piedade de nós! Vendo-os, Jesus disse: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Um deles, logo que se viu curado, voltou atrás, e glorificou a Deus em alta voz; e prostrando-se por terra, aos pés de Jesus, deu-Lhe graças; e este era Samaritano. Então, Jesus perguntou: Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão, pois, os outros nove? Não houve quem voltasse e viesse dar glória a Deus, senão este estrangeiro. E disse-lhe: Levanta-te e vai: tua fé te salvou.
Pregação
Divulgação:
Ofertório / Salmo 30. 15-16
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Em Vós, Senhor, espero e digo: Vós sois o meu Deus; em vossas mãos estão os meus dias.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Senhor, sede propício a vosso povo e aceitai benigno as nossas oferendas, a fim de que, aplacado por esta oblação, nos concedais o perdão e atendais às nossas súplicas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Sabedoria 16. 20
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Senhor, Vós nos destes o Pão do céu que contém todas as delícias e todo o sabor da suavidade.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós Vos rogamos, Senhor, que, pela recepção destes Sacramentos celestes, alcancemos aumento da salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Os Dez Leprosos
1 — No ciclo dos domingos depois do Pentecostes, a Igreja continua a pôr-nos diante dos olhos, ora sob um aspecto ora sob outro, a obra misericordiosa de Jesus para com as nossas almas. Há quinze dias apresentava-no-la figurada na cura do surdo-mudo; no domingo passado, na ação piedosa do samaritano; e hoje, na cena comovedora dos dez leprosos curados pelo Senhor. Deste modo a Igreja tem em vista manter desperta em nós a humilde consideração da nossa miséria, da necessidade imensa que temos continuamente da obra redentora de Jesus e, ao mesmo tempo, quer fazer-nos sentir que esta obra está sempre em atividade e que em cada dia e a cada momento vivemos sob o seu influxo. O trecho evangélico (Lc. 17. 11-19) escolhido para a Missa de hoje, põe particularmente em evidência o aspecto central da Redenção: a cura das nossas almas da lepra do pecado. Já na antiguidade a lepra foi considerada como a figura mais adequada para nos dar idéia da fealdade do pecado e, com efeito, seria difícil imaginar coisa mais horrível e repugnante. Todavia ao passo que a lepra do corpo é tão temida, que indiferença e despreocupação entre os cristãos perante a lepra da alma! Como estamos longe do sentimento profundo e realista que os santos tinham da ofensa a Deus! «Ah! — exclama Sta. Teresa — porque não compreendemos que o pecado é uma guerra aberta de todos os nossos sentidos e potências contra Deus! Quem mais pode, mais traições inventa contra o seu Rei» (Ex. 14, 2). Um dos frutos do Evangelho deste dia é precisamente o de despertar nas nossas almas um arrependimento vivo e eficaz das culpas cometidas, e um sentimento de humildade profunda ao reconhecermos a nossa miséria. Vamos nós também juntamente com os dez leprosos ao encontro do Senhor e gritemos-Lhe: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! ».
2 — O Evangelho de hoje indica-nos também os remédios contra o pecado. Acima de tudo, a humildade sincera que reconhece a própria miséria; mas a humildade não basta, é preciso que vá acompanhada do recurso confiante a Deus. Os pobres leprosos, conscientes do seu miserável estado, confiaram em Jesus e dirigiram-Lhe a sua súplica cheia de confiança: foi o primeiro passo para a cura. Certas almas choram as suas misérias, afligem-se por causa delas, e contudo não se curam porque não sabem recorrer confiadamente a Jesus, o único médico capaz de as curar. A lembrança das suas culpas retém-nas, quase não se atrevem a aproximar-se dEle, não ousam confiar na Sua misericórdia; estas almas não compreendem que devemos ir a Jesus exatamente porque somos pecadores e que «os sãos não tem necessidade de médico, mas sim os enfermos» (Lc. 5, 31).
O divino Mestre não curou diretamente os pobres leprosos, mas enviou-os aos sacerdotes: «Ide, mostrai-vos aos sacerdotes»; eles obedeceram sem discutir, sem duvidar, «e enquanto iam, ficaram limpos». Assim procede Jesus conosco. É sempre Ele que nos cura, mas ordinariamente quer fazê-lo por meio dos Seus ministros. Algumas almas não têm fé suficiente na palavra e na obra do ministro de Deus, não acreditam bastante na eficácia dos sacramentos, da absolvição sacramental e vivem por isso em contínuas angústias. Quando uma alma expôs com sinceridade o estado da sua consciência sem intenção alguma de enganar, deve ficar tranqüila e confiar plenamente no juízo do sacerdote. Neste caso, pôr em dúvida a palavra do ministro de Deus, duvidar da absolvição recebida equivale a duvidar do próprio Jesus, visto que Ele decidiu agir em nós por meio da ação dos Seus representantes.
Dos dez leprosos curados só um sentiu o dever de voltar atrás a fim de exprimir o seu reconhecimento ao Senhor. «Feliz a alma — comenta S. Bernardo — que a cada dom da graça de Deus se volta para Aquele que, à nossa gratidão pelos benefícios recebidos, responde com novos benefícios. O que nos impede de progredir na vida cristã, é a ingratidão, porque Deus considera como perdido aquilo que recebemos sem reconhecimento e abstém-Se de nos conceder novas graças».
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.

Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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