sábado, 1 de março de 2014

Dóminus 138

Dóminus “O Senhor”
Dóminus eletrônico ­- Ano 3 - Edição nº 138
X DOMINGO DA QUINQUAGÉSIMA
2 de março de 2014.



Ó Jesus, dai-me luz para compreender o mistério e o valor do sofrimento cristão.
A Santa Missa é transmitida todos os Domingos, às 8 horas da manhã, pela Rádio Bom Jesus AM.

Intróito / Salmo 30. 3-4, 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
     Sede para mim, ó Deus, um protetor e um lugar de refúgio para me salvar, porque Vós sois minha força e meu refúgio; para glória de vosso Nome, guiai-me e nutri-me. Sl. Em Vós, Senhor, espero, não serei confundido eternamente; por vossa justiça livrai-me e salvai-me. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
     Senhor, nós Vos suplicamos que atendais benigno às nossas preces, e, libertados dos laços do pecado, nos preserveis de toda adversidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios 1. 13. 1-13
Irmãos: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos Anjos, se não tivesse Caridade, seria como o bronze que soa ou como o címbalo que tine. Se tivesse o dom da profecia, conhecesse todos os mistérios e possuísse toda a ciência, e se tivesse toda a fé, de modo a transportar montes, mas não tivesse a Caridade, não seria nada. E ainda que distribuísse todos os meus bens para mantimento dos pobres, e entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse a Caridade, nada me aproveitaria. A Caridade é paciente, é benigna; a Caridade não é invejosa, não trata levianamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não cuida [apenas] de seus interesses, não se irrita, não julga mal, não folga com a injustiça, porém, alegra-se com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A Caridade nunca há de acabar, ainda que tenham fim as profecias, cessem as línguas e a ciência seja destruída. Porque é em parte que conhecemos, e é em parte que profetizamos, mas, quando vier o que é perfeito, será abolido o que é incompleto. Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino, pensava como menino. Mas, quando cheguei a ser homem feito, abandonei o que era de menino. Agora vemos a Deus como por um espelho, em enigma; mas então O veremos face a face.  Agora conheço-O em parte, mas então O conhecerei tão bem como sou conhecido eu mesmo. Agora, portanto, permanecem estas três: a fé, a esperança e a Caridade; a maior delas, porém, é a Caridade.
Gradual / Salmo 76. 15-16
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Ó Deus, somente vós fazeis maravilhas; manifestastes entre os povos o vosso poder. ℣.Por vosso braço resgatastes vosso povo, os filhos de Israel e de José.
Tracto / Salmo 99. 1-2
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
     Aclamai a Deus, toda a terra; servi ao Senhor na alegria. ℣.Exultando, vinde à sua presença; sabei que só o Senhor é Deus. ℣.Ele nos fez, e não nós a nós mesmos; somos o seu povo e as ovelhas de seu pasto.
& Evangelho segundo São Lucas 18. 31-43
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
N aquele tempo, tomou Jesus consigo os doze, e disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e cumprir-se-á tudo o que os Profetas escreveram acerca do Filho do homem. Porque aos gentios há de ser entregue, e será escarnecido, açoitado, e cuspido; e havendo-O açoitado, matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. Eles nada entenderam, pois esse discurso era para eles obscuro; e não penetravam o que lhes dizia. E aconteceu que, chegando Ele perto de Jericó, estava um cego sentado junto ao caminho, a mendigar. E ouvindo muita gente passar, perguntou que era aquilo. Disseram-lhe que passava Jesus Nazareno. Ele clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi1, tende piedade de mim. E os que iam adiante o repreendiam, para que se calasse. Ele, porém, cada vez mais clamava: Filho de Davi, tende piedade de mim. Jesus parou e mandou que o levassem à sua presença. E, quando ele se aproximou, interrogou-o com estas palavras: Que queres que te faça? Ele respondeu: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê, a tua fé te salvou. E logo o cego viu, e O foi seguindo, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, rendeu louvores a Deus.
1. Título messiânico por excelência.

Pregação – Divulgação Blog: http://dominuseletronico.blogspot.com.br
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 118. 12-13
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Bendito sois, Senhor; ensinai-me a vossa lei. Com meus lábios pronunciei todos os ensinamentos de vossa boca.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Nós Vos suplicamos, Senhor, que esta hóstia nos purifique de nossos delitos, e santifique os corpos e as almas de vossos servos para bem celebrarem este Sacrifício. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 77. 29-30
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Comeram até ficarem muito fartos, e o Senhor lhes satisfez o desejo; não foram iludidos em suas aspirações.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós Vos pedimos, ó Deus onipotente, que, tendo recebido o celestial Alimento, por ele sejamos protegidos contra todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Predição da Paixão
1 — Aproximando-se a Quaresma, tempo em que predomina a lembrança das dores de Jesus, o Evangelho de hoje (Lc. 18, 31-43) anuncia-nos já a Sua Paixão. A predição é clara: «O Filho do Homem será entregue aos gentios, e será escarnecido e açoitado e cuspido; e, depois de o açoitarem, o matarão, e ressuscitará ao terceiro dia», todavia, como já de outras vezes sucedera, os Apóstolos «nada compreenderam, e este discurso era para eles obscuro». Não compreenderam porque concebiam a missão de Jesus como a de um conquistador terreno, que havia de restabelecer o reino de Israel; não sonhando mais do que com triunfos e preocupados como estavam em ocuparem os primeiros lugares do novo reino, qualquer alusão à Paixão os alarmava e escandalizava.
Para os que só pensam na prosperidade e glória terrenas, a linguagem da cruz é incompreensível. Para aqueles que têm uma visão material das coisas, é muito duro entender o seu significado espiritual e particularmente o significado do sofrimento. Já S. Paulo dizia que Cristo crucificado era «escândalo para os judeus e loucura para os gentios» (I Cor. 1, 23). E Jesus, repreendendo S. Pedro que ao primeiro anúncio da Paixão tinha exclamado: «Deus tal não permita, Senhor; não te sucederá isto», dissera com energia: «Retira-te de mim, Satanás... porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens». (Mt. 16, 22 e 23).
Para a sabedoria dos homens, o sofrimento é loucura incompreensível, assustadora, a ponto de os fazer perder toda a confiança em Deus e de os levar a murmurar contra a Providência divina. Para a sabedoria de Deus, porém, o sofrimento é antes um meio de salvação e redenção. E assim como foi necessário que «Cristo padecesse para entrar na sua glória» (cfr. Lc. 24,26), do mesmo modo é necessário que o cristão passe pelo crisol da dor a fim de chegar à santidade e à vida eterna.
2 — Só depois da descida do Espírito Santo os Apóstolos compreenderam plenamente o significado da Paixão de Jesus e, longe de se escandalizarem, tiveram como a maior honra, seguir e pregar a Cristo crucificado.
O olhar humano não tem luz para compreender o valor da cruz; é necessária uma nova luz, a luz do Espírito Santo. Não é sem razão que no Evangelho deste dia, logo após a profecia da Paixão, se narra a cura do cego de Jericó. Perante o mistério da dor, somos sempre um pouco cegos: quando o sofrimento nos fere no que temos de mais querido, de mais íntimo, é fácil perdermo-nos e andarmos às apalpadelas como os cegos, na incerteza, nas trevas. A Igreja convida-nos a renovar hoje a oração do cego, tão cheia de fé: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
O mundo admira-se frequentemente dos sofrimentos dos bons, e em vez de os animar quando recorrem a Deus, procura afastá-los dEle, infundindo-lhes desconfiança e falsos temores. As nossas próprias paixões e a tendência inata para gozar, gritam tantas vezes dentro de nós querendo, sob mil pretextos, impedir-nos de seguir Jesus crucificado. Permaneçamos firmes na fé como o pobre cego que, sem se importar com a multidão que o impedia de se aproximar de Jesus, sem se deter perante as censuras dos discípulos, que o queriam fazer calar, «cada vez gritava mais», repetindo a sua prece.
Do fundo dos nossos corações elevemos ao Senhor o nosso grito: «De profundis clamo ad te, Dómine; Dómine, audi vocem meam» (Sal. 120). Não peçamos para nos livrar do sofrimento, mas antes para sermos iluminados sobre o seu valor: «Senhor, que eu veja!». Apenas o cego recuperou a vista, correu atrás de Jesus «glorificando a Deus!». A luz sobrenatural que pedimos ao Senhor dar-nos-á a força de O seguirmos, levando após Ele a nossa cruz.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.

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