sábado, 20 de janeiro de 2024

Edição nº 696

«Liturgia da Santa Missa»
Ano 13 – nº 696 – 21 de janeiro de 2024

 

3º Domingo depois da Epifania
verde – 2ª classe.

Neste domingo continua a manifestação do caráter real de Jesus e de seu poder misterioso. Ele domina sobre as doenças. Estendendo a mão poderosa de sua Majestade (Oração), a lepra desaparece e o servo fica curado. Ora, nós éramos doentes como o leproso e o servo. No Batismo e no Sacramento da Penitência, Jesus estendeu a mão e operou a cura milagrosa de nossa alma. Com os miraculados do Evangelho, podemos cantar no Ofertório: Não morrerei, mas viverei. Entretanto, este júbilo só terá valor, se a nossa gratidão se manifestar também pela vida moldada no ideal que nos propõe a Epístola. Eis a verdadeira vida dos batizados, dos curados da lepra do pecado.



«Em verdade, eu vos digo que não encontrei tamanha fé em Israel» Ev.


Avisos Paroquiais

Atenção para os horários das Santas Missas neste Domingo:

às 7h e 19h em nossa igreja matriz;

às 10h na Capela de São Sebastião, em Bom Jardim.

 

Serão transmitidas pelas redes sociais a Santa Missa das 7h (via Facebook, YouTube, e Rádio Bom Jesus 89.3 FM) e a das 19h (via Facebook e YouTube).

 

Redes Sociais:

 

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(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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 (Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)

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Intróito / ADORÁTE DEUM – Salmo 96. 7-8, 1

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Adoráte Deum, omnes Angeli eius: audívit, et lætáta est Sion: et exsultavérunt fíliæ Iudæ. Ps. Dóminus regnávit, exsúltet terra: læténtur ínsulæ multæ. . Glória Patri.

Adorai a Deus1, todos os seus Anjos. Sião ouve e se alegra. Exultam as filhas de Judá. Sl. O Senhor é Rei: exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas. . Glória ao Pai.

1. A epístola aos Hebreus (1.6) interpreta estas palavras como ordem, dada aos anjos, de adorar o Verbo Encarnado – afirmação da transcendência divina de Jesus.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Omnípotens sempitérne Deus, infirmitatem nostram propítius réspice: atque, ad protegéndum nos, déxteram tuæ maiestátis exténde. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Onipotente e eterno Deus, olhai propício para a nossa fraqueza, e em nossa proteção estendei a Destra de vossa Majestade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 12. 16-21

Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.

Interpretação prática do mandamento do Senhor: amai-vos uns aos outros; amai os vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos odeiam.

Fratres: Nolíte esse prudéntes apud vosmetípsos: nulli malum pro malo reddéntes: providéntes bona non tantum coram Deo, sed étiam coram ómnibus homínibus. Si fíeri potest, quod ex vobis est, cum ómnibus homínibus pacem habéntes: Non vosmetípsos defendéntes, caríssimi, sed date locum iræ. Scriptum est enim: Mihi vindícta: ego retríbuam, dicit Dóminus. Sed si esuríerit inimícus tuus, ciba illum: si sitit, potum da illi: hoc enim fáciens, carbónes ignis cóngeres super caput eius. Noli vinci a malo, sed vince in bono malum.

Irmãos: 16Não pretendais ser sábios aos vossos próprios olhos. 17Não torneis a ninguém mal por mal. Cuidai em fazer o bem, não só diante de Deus, como também diante de todos os homens. 18Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. 19Caríssimos, não vos vingueis a vós mesmos; antes, dai lugar à ira [de Deus], pois está escrito: A mim pertence a vingança: eu retribuirei2, diz o Senhor. 20Pelo contrário: se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Porque, fazendo isto, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça3. 21Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.

2. Deuteronômio 32. 35
3. Provérbios 25. 21-22.

Gradual / Salmo 101. 16-17

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Timébunt gentes nomen tuum, Dómine, et omnes reges terræ glóriam tuam. . Quóniam ædificávit Dóminus Sion, et vidébitur in maiestáte sua.

As nações temem o vosso Nome, Senhor, e todos os reis da terra, a vossa glória. . Porque o Senhor edificou Sião, e se manifesta em sua Majestade.

Aleluia / Salmo 96. 1

Allelúia, allelúia. . Dóminus regnávit, exsúltet terra: læténtur ínsulæ multæ. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . O Senhor é Rei; exulte a terra; e alegrem-se as muitas ilhas. Aleluia.

Evangelho segundo São Mateus 8. 1-13

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé.

Ninguém é excluído da salvação, que Jesus trouxe ao mundo. Os Israelitas deveriam ser os primeiros a beneficiar dela. Mas todos os povos têm acesso a ela, todos os crentes, venham eles donde vierem.

In illo témpore: Cum descendísset Iesus de monte, secútæ sunt eum turbæ multæ: et ecce, leprósus véniens adorábat eum, dicens: Dómine, si vis, potes me mundáre. Et exténdens Iesus manum, tétigit eum, dicens: Volo. Mundáre. Et conféstim mundáta est lepra eius. Et ait illi Iesus: Vide, némini díxeris: sed vade, osténde te sacerdóti, et offer munus, quod præcépit Móyses, in testimónium illis. Cum autem introísset Caphárnaum, accéssit ad eum centúrio, rogans eum et dicens: Dómine, puer meus iacet in domo paralýticus, et male torquetur. Et ait illi Iesus: Ego véniam, et curábo eum. Et respóndens centúrio, ait: Dómine, non sum dignus, ut intres sub tectum meum: sed tantum dic verbo, et sanábitur puer meus. Nam et ego homo sum sub potestáte constitútus, habens sub me mílites, et dico huic: Vade, et vadit; et alii: Veni, et venit; et servo meo: Fac hoc, et facit. Audiens autem Iesus, mirátus est, et sequéntibus se dixit: Amen, dico vobis, non inveni tantam fidem in Israël. Dico autem vobis, quod multi ab Oriénte et Occidénte vénient, et recúmbent cum Abraham et Isaac et Iacob in regno cælórum: fílii autem regni eiiciéntur in ténebras exterióres: ibi erit fletus et stridor déntium. Et dixit Iesus centurióni: Vade et, sicut credidísti, fiat tibi. Et sanátus est puer in illa hora.

Naquele tempo, 1havendo Jesus descido do monte, grande multidão de povo O seguiu. 2E eis que, vindo um leproso, adorava-O, dizendo: Senhor, se quiserdes, bem me podeis limpar. 3Jesus, estendendo a mão, tocou-o e disse: Quero, sê limpo. E logo sarou-lhe a lepra. 4Então Jesus lhe disse: Olha, não o digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote4, e faze a oferta que Moisés ordenou, para que lhes conste. 5Tendo, depois, entrado Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião5 com uma súplica: 6Senhor, um servo meu jaz em casa paralítico, gravemente atormentado. 7Jesus disse-lhe: Eu irei e o curarei. 8Respondeu o centurião, dizendo: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e o meu servo será curado. 9Pois, também eu sou um homem sujeito a outros; tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai, e ele vai. E a outro: Vem, e ele vem. E a meu servo: faze isto, e ele o faz. 10Ouvindo isto, Jesus admirou-se e disse aos que O seguiam: Em verdade, eu vos digo que não encontrei tamanha fé em Israel. 11Digo-vos outrossim: Muitos virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão com Abraão, Isaac e Jacó, no Reino dos céus6; 12mas os filhos do reino7 serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. 13E Jesus disse ao centurião: Vai, e como creste, assim te seja feito. E naquela mesma hora o servo ficou curado.

4. O leproso curado devia fazer verificar a sua cura pelo sacerdote, que o autorizava a retomar as suas relações com a sociedade, de que a doença o excluíra.
5. Oficial subalterno, que comandava um grupo de 100 homens.
6. Desde há muito, a felicidade dos tempos messiânicos comparava-se a um banquete.
7. «Os filhos do reino»: aqueles que reivindicam a herança do reino como um direito, que lhes é devido pela simples pertença ao povo escolhido.

 

CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

 

Ofertório / Salmo 117. 16, 17

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Déxtera Dómini fecit virtutem, déxtera Dómini exaltávit me: non móriar, sed vivam, et narrábo ópera Dómini.

A Destra do Senhor mostra o seu poder; a Destra do Senhor me exalta; não morrerei, mas viverei e cantarei as obras do Senhor.

Secreta

É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Hæc hóstia, Dómine, quǽsumus, emúndet nostra delícta: et, ad sacrifícium celebrándum, subditórum tibi córpora mentésque sanctíficet. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Pedimos, Senhor, que esta hóstia nos purifique de nossos delitos e santifique os corpos e as almas de vossos servos, para dignamente celebrarem este Sacrifício. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Lucas 4. 22

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Mirabántur omnes de his, quæ procedébant de ore Dei.

Todos se admiravam das palavras que saíam da boca de Deus.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Quos tantis, Dómine, largíris uti mystériis: quǽsumus; ut efféctibus nos eórum veráciter aptáre dignéris. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Senhor, já que nos concedeis participar de tão grandes Mistérios, pedimos que Vos digneis fazer-nos verdadeiramente merecedores de seus efeitos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Meditação

 

Jesus Acolhe a Todos

Ó divino Salvador, também eu sou um pobre leproso; acolhei-me: «Se quiserdes, podeis curar-me»!

1 – O Evangelho de hoje (Mt. 8, 1-13), apresenta-nos dois milagres de Jesus, que são profundas lições de humildade, de fé e de caridade.

Eis a fé humilde do leproso: «Senhor, se tu queres, podes curar-me». Tão certo está de que Jesus o pode curar, que não vê outra condição para a sua cura senão a Sua vontade. A fé cristã não se perde em sutis raciocínios, é duma lógica simplicíssima: Deus pode fazer tudo o que quer; basta, pois, que o queira. E o leproso nem sequer insiste para que Jesus queira; quem vive de fé sabe que a vontade de Deus é sempre o melhor para nós, ainda que nos deixe no sofrimento, e portanto, em vez de insistir, prefere abandonar-se ao Divino beneplácito.

Vem depois o centurião; o soberbo e poderoso soldado romano não se envergonha de ir pessoalmente suplicar a Jesus, um galileu, pelo seu servo paralítico; Jesus, comovido por este ato de humildade e caridade, responde imediatamente: «eu irei e o curarei». Então o centurião replica: «eu não sou digno que entres na minha casa; dize, porém, uma só palavra, e o meu servo ficará curado»; a humildade torna-se ainda mais profunda e a fé atinge o máximo; não é necessário que o Senhor Se desloque, o Seu poder é tão grande que basta uma palavra Sua pronunciada à distância para realizar qualquer milagre. O próprio Jesus «admirou-se» e disse: «Em verdade vos digo: não achei fé tão grande em Israel». Não é isto uma queixa do Salvador contra aqueles que vivem tão perto dEle, talvez em Sua casa, recebendo contínuos benefícios, e cuja fé é muitas vezes fraca e por isso ineficaz?

2 – Segundo a lei hebraica, os leprosos viviam separados da sociedade e ninguém podia aproximar-se deles; dos pagãos também se devia fugir porque não pertenciam ao povo eleito. Jesus infringe a velha lei e em nome da caridade universal acolhe e limpa o leproso, ouve o centurião estrangeiro e cura o servo pagão. Ensina assim a não fazer acepção de pessoas e a não desprezar os pecadores e infiéis, mas a acolher todos com amorosa benevolência. Jesus ensina-nos a não fechar, mas a abrir bem as portas a todos, e a todos beneficiar sem diferença de partidos ou ideias; todos são, como nós, filhos de Deus e, assim como a todos se estende a misericórdia do Pai celeste, também a todos se deve estender a nossa caridade. Esta ideia predomina na Epístola de hoje (Rom. 12, 16-21) em que São Paulo nos exorta ao exercício da caridade, particularmente para com aqueles que nos são contrários. «Não torneis a ninguém mal por mal... Tanto quanto depende de vós tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos... Antes, se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer... Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem».

Jesus venceu o mal, tanto físico como moral, com a misericórdia, com o amor, curando e fazendo bem a todos. Esta deve ser a nossa tática; qualquer que seja o mal que nos rodeia e faz sofrer, nunca o venceremos com discussões, contendas ou posições tomadas e defendidas à força; mas somente com uma delicada caridade capaz de compreender por intuição, a mentalidade, os gostos, as necessidades dos outros, de intervir no momento oportuno, de condescender, de se sacrificar sempre pelo bem de qualquer pessoa, embora nos seja hostil.

MADALENA, Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 222-224.

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