«Liturgia Dominical»
Ano 12 – nº 647 – 25 de março de 2023
† Festa da Anunciação
de Nossa Senhora
branco – 1ª classe.
Na Oração da festa, está, em poucas palavras, lembrado
o maior acontecimento da história da humanidade – a Encarnação do Verbo Divino
no seio da Virgem Maria. O que o profeta Isaías (Leitura) predisse ao rei Acaz,
realizou-se de uma maneira maravilhosa naquela humilde casinha de Nazaré (Evangelho).
Reverentes, saudamos a Mãe de Deus nos Cânticos, e na Comunhão hospedamos o
mesmo Filho de Deus, o Emanuel, que das entranhas da Virgem puríssima havia
feito o seu tabernáculo.
«Entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: Ave, cheia de graça.» Ev.
Avisos Paroquiais
Haverá Benção para as Gestantes após a Santa Missa das 19h.
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Sábado:
- Às 6h e 19h em nossa
igreja matriz;
- às 18h na Capela de São
João Batista, em São Roque;
- às 19h na Capela de São
Pio de Pietrelcina e Santo Antônio, em Carabuçu;
- Confissões das 9h às 11h.
Será transmitida a Santa Missa das 19h, via Facebook e YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito / VULTUM TUUM – Salmo 44.
13-16, 2
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Vultum
tuum deprecabúntur omnes dívites plebis: adducéntur Regi Vírgines post eam:
próximæ eius adducéntur tibi in lætítia et exsultatióne. Ps. Eructávit cor meum
verbum bonum: dico ego ópera mea Regi. ℣. Glória Patri.
Todos os ricos do povo com dádivas
suplicam o vosso olhar. Virgens que a seguem são conduzidas até o Rei; as suas
companheiras são apresentadas ao Rei no meio da alegria e do júbilo. Sl. Exulta
o meu coração com alegre canto; ao Rei dedico as minhas obras. ℣. Glória ao Padre.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Deus, qui de beátæ Maríæ Vírginis
útero Verbum tuum, Angelo nuntiánte, carnem suscípere voluísti: præsta
supplícibus tuis; ut, qui vere eam Genetrícem Dei crédimus, eius apud te
intercessiónibus adiuvémur. Per eúndem Dóminum nostrum.
Ó Deus, que pela Anunciação do Anjo, quisestes que o
vosso Verbo se encarnasse no seio da Bem-aventurada Virgem Maria, concedei a
vossos servos que Vos suplicam e creem ser ela a verdadeira Mãe de Deus,
por sua intercessão junto a Vós, sejamos amparados. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Epístola extraída
do Profeta Isaias 7.10-15
Leitura ordinariamente
extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Perante a eminência de uma invasão dos inimigos, Acaz, o ímpio rei de
Israel, fora advertido por Isaias de que, se não se sujeitasse a Deus, o seu
reino seria aniquilado. Que pedisse ao Senhor um sinal que lhe revelasse a sua
vontade. Com hipócrita arrogância, o rei recusa-se. Isaias anuncia então que
Deus lhe dará um sinal: uma donzela (uma «virgem» traduz a Vulgata) dará à luz
um filho, que será o Messias. Palavras misteriosas, consideradas por toda a
tradição, como referentes ao nascimento virginal de Jesus.
In diébus illis: Locútus est Dóminus
ad Achaz, dicens: Pete tibi signum a Dómino, Deo tuo, in profúndum inférni,
sive in excélsum supra. Et dixit Achaz: Non petam, et non tentábo Dóminum. Et
dixit: Audíte ergo, domus David: Numquid parum vobis est, moléstos esse
homínibus, quia molésti estis et Deo meo? Propter hoc dabit Dóminus ipse vobis
signum. Ecce, Virgo concípiet et páriet fílium, et vocábitur nomen eius Emmánuel.
Butýrum et mel cómedet, ut sciat reprobáre malum et elígere bonum.
Naqueles dias, 10falou
o Senhor a Acaz, dizendo-lhe: 11Pede ao Senhor, teu Deus, que te envie um sinal nas
profundezas da terra, ou no mais alto dos céus. 12Acaz respondeu: Não pedirei tal, nem tentarei o
Senhor. 13Então Isaías disse: Escutai, pois, ó casa de Davi. Porventura não
vos basta cansar a paciência dos homens, senão que ainda ousais fatigar a do
meu Deus? 14Por isso Ele mesmo vos dará um sinal.
Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e o seu nome será Emanuel1. 15Ele
tomará leite e mel, para que saiba condenar o mal e preferir o bem.
1. «Emanuel», literalmente: Deus conosco, isto é, o Messias. Trata-se de uma profecia inequivocamente messiânica invocada e comprovada no evangelho de S. Mateus 1. 21-23.
Gradual / Salmo 44. 3, 5
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Diffúsa est grátia in lábiis tuis:
proptérea benedíxit te Deus in ætérnum. ℣. Propter veritátem et mansuetúdinem et iustítiam: et
dedúcet te mirabíliter déxtera tua.
A graça expande-se em vossos lábios; por isso Deus
vos abençoou para sempre. ℣.
Pela fidelidade, mansidão e justiça,
a vossa destra vos conduzirá admiravelmente.
Tracto / Salmo 44. 10-16
No Tempo
da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Audi, fília, et vide, et inclína aurem
tuam: quia concupívit Rex spéciem tuam. ℣. Vultum tuum deprecabúntur omnes dívites plebis:
fíliæ regum in honóre tuo. ℣.
Adducéntur Regi Vírgines post eam: próximæ eius
afferéntur tibi. ℣.
Adducéntur in lætítia et exsultatióne: adducéntur
in templum Regis.
Ouvi, ó filha, vede, e inclinai os ouvidos, porque o Rei se encantou com a
vossa formosura. ℣. Todos os ricos do
povo com dádivas suplicam o vosso olhar. As filhas dos Reis estão em vossa
glória. ℣. Virgens que a seguem são conduzidas até o Rei. Suas companheiras Vos são
apresentadas. ℣.
Elas são apresentadas no meio da alegria e do júbilo; são levadas ao
templo do Rei.
Evangelho segundo São Lucas 1. 26-38
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Eis a admirável cena da anunciação feita a Maria, tirada de S. Lucas. Em
contraste com a maldição desencadeada por Eva, Maria é proclamada bendita entre
as mulheres, e o arcanjo Gabriel comunica-lhe os prodigiosos desígnios de Deus:
Dar por ela ao mundo o prometido Redentor. Tendo-se assegurado de que este
nascimento miraculoso deixará intacta a sua virgindade, Maria aceita, e o
mistério da união entre Deus e o homem cumpre-se nela pelo poder do Espírito
Santo.
In illo témpore: Missus est Angelus
Gábriel a Deo in civitátem Galilǽæ, cui nomen Názareth, ad Vírginem desponsátam
viro, cui nomen erat Ioseph, de domo David, et nomen Vírginis María. Et
ingréssus Angelus ad eam, dixit: Ave, grátia plena; Dóminus tecum: benedícta tu
in muliéribus. Quæ cum audísset, turbáta est in sermóne eius: et cogitábat,
qualis esset ista salutátio. Et ait Angelus ei: Ne tímeas, María, invenísti
enim grátiam apud Deum: ecce, concípies in útero et páries fílium, et vocábis
nomen eius Iesum. Hic erit magnus, et Fílius Altíssimi vocábitur, et dabit illi
Dóminus Deus sedem David, patris eius: et regnábit in domo Iacob in ætérnum, et
regni eius non erit finis. Dixit autem María ad Angelum: Quómodo fiet istud,
quóniam virum non cognósco? Et respóndens Angelus, dixit ei: Spíritus Sanctus
supervéniet in te, et virtus Altíssimi obumbrábit tibi. Ideóque et quod
nascétur ex te Sanctum, vocábitur Fílius Dei. Et ecce, Elísabeth, cognáta tua,
et ipsa concépit fílium in senectúte sua: et hic mensis sextus est illi, quæ
vocátur stérilis: quia non erit impossíbile apud Deum omne verbum. Dixit autem
María: Ecce ancílla Dómini, fiat mihi secúndum verbum tuum.
Naquele tempo, 26foi o Anjo Gabriel enviado
por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma Virgem desposada com um varão que se chamava José, da casa de
Davi; e o nome da Virgem era Maria. 28Entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: Ave, cheia de graça; o
Senhor é contigo: bendita és tu entre as mulheres. 29Ouvindo isto, ela se assustou e pensava no que significaria esta
saudação. 30Mas o Anjo lhe
disse: Não temas, Maria, pois achaste
graça diante de Deus. 31Eis que conceberás em
teu seio e darás à luz um Filho, e por-Lhe-ás o Nome de Jesus. 32Ele será grande e será chamado o Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe
dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó 33e seu Reino não terá fim. 34Perguntou então Maria ao Anjo: Como se fará isso, se não conheço varão? 35Respondeu-lhe o Anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso também o Santo que nascer de ti,
será chamado Filho de Deus. 36E eis que Isabel, tua parenta, concebeu um Filho na sua velhice; e este
é o sexto mês daquela que é chamada estéril, 37porque a Deus nada é impossível. 38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua
palavra.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / S. Lucas 1. 28, 42
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Ave, María, grátia plena; Dóminus
tecum: benedícta tu in muliéribus, et benedíctus fructus ventris tui.
Ave, Maria, cheia de graça; o Senhor é contigo,
bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
In méntibus nostris, quǽsumus, Dómine,
veræ fídei sacraménta confírma: ut, qui concéptum de Vírgine Deum verum et
hóminem confitémur; per eius salutíferæ resurrectiónis poténtiam, ad ætérnam
mereámur perveníre lætítiam. Per eúndem Dóminum nostrum.
Nós Vos suplicamos, Senhor, que confirmeis em nossas
almas os Mistérios da verdadeira fé, para que nós, que confessamos
ter sido concebido da Virgem o verdadeiro
Deus e homem, pelo poder de sua salutar Ressurreição, mereçamos chegar à
felicidade eterna. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Isaias 7. 14
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Ecce, Virgo concípiet et páriet
fílium: et vocábitur nomen eius Emmánuel.
Eis que uma Virgem conceberá, e dará à luz um Filho;
e o seu nome será Emanuel.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Grátiam tuam, quǽsumus, Dómine,
méntibus nostris infúnde: ut qui, Angelo nuntiánte, Christi Fílii tui
incarnatiónem cognóvimus; per passiónem eius et crucem, ad resurrectiónis
glóriam perducámur. Per eúndem Dóminum nostrum Iesum Christum Fílium tuum.
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a vossa graça em
nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação
do Cristo, vosso Filho, por sua Paixão e Cruz, sejamos conduzidos à glória da
Ressurreição. Pelo mesmo Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Meditação
A ANUNCIAÇÃO
Junto de vós, ó Maria, quero aprender a repetir em todas as
circunstâncias o vosso «Ecce ancilla Domini!»
1 – Através da sugestiva narração de
S. Lucas (1, 26-38), procuremos penetrar nas
disposições da alma de Maria no momento da Anunciação.
O Anjo enviado por Deus, encontra a
Virgem recolhida na solidão e, «entrando onde ela estava, disse-lhe: Deus te
salve, cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres». Ao
ouvir tais palavras, Maria – diz o sagrado texto – «turbou-se»; não devemos
interpretar esta expressão no sentido de uma verdadeira perturbação que lhe
fizesse perder a serenidade de espírito, mas antes no sentido de uma profunda
admiração pela inesperada saudação, urna admiração tão grande que se traduz
numa espécie de temor. Foi esta a primeira reação de Maria perante a mensagem
angélica, reação proveniente da, sua profundíssima humildade que devia
fazer-lhe achar muito estranho aquele extraordinário elogio.
Entretanto o Anjo comunica-lhe a
grande mensagem: Deus quer que ela se torne a Mãe do Redentor. Maria, que vive
sob a contínua ação do Espírito Santo, tinha feito o voto de virgindade, por
inspiração do mesmo Espírito e por isso está convencida de que deve permanecer
sempre virgem, de que é essa a vontade de Deus. Agora é Deus que lhe faz saber
que é ela a escolhida para Mãe do Seu Filho e Maria, a humilde escrava, está
pronta a aderir ao plano divino; todavia não compreende como poderá ser ao mesmo
tempo mãe e virgem, e então pergunta ao Anjo: «Como se fará isso?» O Anjo
responde-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a Sua sombra». A sua maternidade será obra direta do Espírito Santo
e respeitará a sua virgindade.
A vontade de Deus foi-lhe
inteiramente revelada e Maria, que em toda a sua vida foi sempre unicamente
movida pela divina vontade, abraça-se imediatamente com a mais inteira adesão e
o mais intenso e puro amor: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra». A aceitação total é acompanhada por uma entrega total:
Maria aceita oferecendo-se e oferece-se entregando-se. Oferece-se como serva,
ou antes, como escrava, se tomarmos à letra o texto grego; dá-se,
abandonando-se como presa à vontade divina, aceitando antecipadamente tudo
quanto Deus quiser dela. Aceitação passiva e ativa ao mesmo tempo pela qual Maria
quer tudo o que Deus quer, aceitando tudo o que Ele faz e fazendo tudo o que
Ele deseja. Assim Maria é o modelo da alma totalmente unida e entregue à
vontade divina.
2 – A explicação do Anjo não impede
que muitas circunstâncias dos futuros acontecimentos fiquem ocultas e obscuras
aos olhos de Maria. Encontra-se diante de um mistério e tem a intuição de que este
mistério será rico de sofrimentos, pois sabe pelas Sagradas Escrituras que o
Redentor deverá ser o homem das dores, imolado pela salvação da humanidade. O
gozo inefável da maternidade divina aparece, por isso, envolvido num mistério
de dor: aceitar ser a Mãe do Filho de Deus significa aceitar ser a Mãe de um
justiçado, de um condenado à morte. O fiat de Maria tudo isto inclui;
tanto perante o gozo como perante o mistério e a dor, tem uma única resposta:
«Eis a escrava do Senhor». Por este seu generoso consentimento, Maria fica
intimamente associada à vida de sofrimento do seu Jesus e, por conseguinte, à
Sua obra de Redenção, e torna-se a Mãe espiritual do gênero humano. Tal era o
plano divino sobre ela, e Maria aceitou-o integralmente, sem reservas, porque a
sua vontade estava intimamente unida à vontade de Deus.
Todo o cristão recebe de Deus uma vocação, uma
missão a cumprir, mediante a qual é chamado a participar na obra redentora de
Jesus. Nas almas consagradas a Deus, esta missão culmina sempre num dever de
paternidade e maternidade espirituais. Oh! se em presença deste chamamento
divino todas as almas soubessem responder com a plena adesão de Maria: «Ecce
ancilla Domini... fiat!»
Na nossa vida recebemos muitas vezes
convites do Senhor – e certamente receberemos ainda outros convites ao
sofrimento, ao sacrifício, à doação total. Como teremos correspondido? Não nos
deteve a visão das fadigas e das dores que teríamos de suportar? Procuremos, ao
menos no futuro, ter mais abertos os olhos da alma para compreendermos, como
Maria, que, através do sofrimento, Deus nos chama a cooperar com Jesus na
santificação das almas.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa
Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 1447-1450.
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