«Liturgia
Dominical»
Ano 12 – nº 619 – 25 de
setembro de 2022
† 16º Domingo depois
de Pentecostes
Verde – 2a. classe.
Doente é a alma humana, porém ela achou o seu
Médico. O hidrópico do Evangelho é a imagem da alma humana, que, como aquele, encontra
o seu médico em Jesus Cristo, em seu poder e em seu amor misericordioso. A
Missa de hoje é uma repetição deste milagre e um penhor de nossa perseverança
no bem. Os Cânticos e Orações pedem para nós o auxílio de Deus para o futuro, e
louvam a sua bondade pelas graças e favores já recebidos.
«Então, Jesus tocou no homem, curou-o e mandou-o embora.» Ev.
Avisos Paroquiais
- Hoje é o Dia Nacional da Bíblia.
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
-
às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
-
às 10h na Capela de São
Pio de Pietrelcina e Santo Antônio, em Carabuçu.
-
às 17h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco e
-
às 19h na Capela de
Santa Rita de Cássia, em Mutum.
Serão transmitidas pelas
redes sociais a Santa Missa das 7h (via Facebook, YouTube, Instagram e
Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook, YouTube e
Instagram).
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito / MISERÉRE MIHI – Salmo
85. 3, 5, 1
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou
solenidade do dia.
Miserére mihi, Dómine, quóniam ad te clamávi tota
die: quia tu, Dómine, suávis ac mitis es, et copiósus in misericórdia ómnibus
invocántibus te. Ps. Inclína, Dómine, aurem tuam mihi, et exáudi me: quóniam
inops, et pauper sum ego. ℣. Glória ao Pai.
Senhor, tende piedade de mim. Eu clamo a Vós todo o
dia. Vós, Senhor, sois bondoso e manso, e rico em misericórdia para com todos
os que Vos invocam. Sl. Inclinai, Senhor, os vossos ouvidos e escutai-me,
porque, sou desprotegido e pobre. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
O cristão sabe que deve tudo a Deus e à sua graça, e implora o auxílio
divino para se conservar na prática do bem.
Tua nos, quǽsumus, Dómine, grátia semper et
prævéniat et sequátur: ac bonis opéribus iúgiter præstet esse inténtos. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos rogamos, Senhor, que vossa graça nos previna
sempre, nos acompanhe e nos afervore na contínua prática das boas obras. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 3. 13-21
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
Em meio dos seus trabalhos, S. Paulo sonha nas riquezas do mistério de
Cristo, que se encarregou de dar a conhecer ao mundo. A sua oração torna-se um
cântico de ação de graças.
Fratres: Obsecro vos, ne deficiátis in
tribulatiónibus meis pro vobis: quæ est glória vestra. Huius rei grátia flecto
génua mea ad Patrem Dómini nostri Iesu Christi, ex quo omnis patérnitas in cælis
et in terra nominátur, ut det vobis secúndum divítias glóriæ suæ, virtúte
corroborári per Spíritum eius in interiórem hóminem, Christum habitáre per
fidem in córdibus vestris: in caritáte radicáti et fundáti, ut póssitis
comprehéndere cum ómnibus sanctis, quæ sit latitúdo et longitúdo et sublímitas
et profúndum: scire etiam supereminéntem sciéntiæ caritátem Christi, ut
impleámini in omnem plenitúdinem Dei. Ei autem, qui potens est ómnia fácere
superabundánter, quam pétimus aut intellégimus, secúndum virtútem, quæ operátur
in nobis: ipsi glória in Ecclésia et in Christo Iesu, in omnes generatiónes
saeculi sæculórum. Amen.
Irmãos: 13Rogo-vos
que não desanimeis, vendo minhas tribulações, por vós, pois, elas redundam em
vossa glória. 14Por esta razão dobro os meus joelhos
diante do Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, 15no qual tem origem a paternidade que há no céu e na
terra. 16Segundo as riquezas de sua glória,
Ele vos conceda sejais poderosamente fortalecidos no Espírito, segundo o homem
interior1. 17O Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados
e fundados na caridade, 18para
que sejais capazes de compreender com todos os Santos, qual seja a largura e o
comprimento, a altura e a profundidade2 [do Mistério
do Cristo] 19e conhecer o Amor do Cristo, que
excede todo o entendimento, e encher-vos de toda a plenitude de Deus. 20Àquele que é poderoso para fazer muito mais do que
pedimos ou pensamos, segundo o poder com que em nós opera, 21a Ele seja dada a glória na Igreja e no Cristo
Jesus, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Amém.
1. O homem renovado pelo batismo e pela presença do
Espírito Santo.
2. Subentenda-se, acrescentando: ...do plano
divino, cujas dimensões são eternas.
Gradual / Salmo 101. 16, 17
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Timébunt gentes nomen tuum, Dómine, et omnes reges
terræ glóriam tuam. ℣.
Quóniam ædificávit Dóminus Sion, et
vidébitur in maiestáte sua.
Senhor, as nações temerão o vosso Nome, e todos os
reis da terra, a vossa glória. ℣. Porque, o Senhor
edificou Sião e será visto em toda a sua Majestade.
Aleluia / Salmo 97. 1
Allelúia, allelúia. ℣. Cantáte Dómino cánticum novum: quia mirabília fecit
Dóminus. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Cantai ao Senhor um cântico novo; porque, o Senhor
fez maravilhas, Aleluia.
Evangelho segundo
São Lucas 14. 1-11
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
A cura do hidrópico dá a Jesus ensejo de desmascarar a pior das
misérias: um imenso orgulho, que urge curar.
In illo témpore: Cum intráret Iesus in domum
cuiúsdam príncipis pharisæórum sábbato manducáre panem, et ipsi observábant
eum. Et ecce, homo quidam hydrópicus erat ante illum. Et respóndens Iesus dixit
ad legisperítos et pharisaeos, dicens: Si licet sábbato curáre? At illi
tacuérunt. Ipse vero apprehénsum sanávit eum ac dimísit. Et respóndens ad
illos, dixit: Cuius vestrum ásinus aut bos in púteum cadet, et non contínuo
éxtrahet illum die sábbati? Et non póterant ad hæc respóndere illi. Dicebat
autem et ad invitátos parábolam, inténdens, quómodo primos accúbitus elígerent,
dicens ad illos: Cum invitátus fúeris ad núptias, non discúmbas in primo loco,
ne forte honorátior te sit invitátus ab illo, et véniens is, qui te et illum
vocávit, dicat tibi: Da huic locum: et tunc incípias cum rubóre novíssimum
locum tenére. Sed
cum vocátus fúeris, vade, recúmbe in novíssimo loco: ut, cum vénerit, qui te
invitávit, dicat tibi: Amíce, ascénde supérius. Tunc erit tibi glória coram
simul discumbéntibus: quia omnis, qui se exáltat, humiliábitur: et qui se
humíliat, exaltábitur.
Naquele tempo, 1quando Jesus, num sábado, entrou em casa de um dos
principais fariseus, para aí tomar a refeição, estes O observavam. 2Apresentou-se-Lhe, então, um homem que era
hidrópico. 3E Jesus tomou a palavra, e perguntou
aos doutores da lei e aos fariseus: É permitido curar em dia de sábado? 4Eles, porém, ficaram calados. Então, Jesus tocou no
homem, curou-o e mandou-o embora. 5Depois, dirigiu-se
aos outros e disse: Quem de vós, se lhe cair um jumento ou um boi num poço, não
o retira logo, ainda que em dia de sábado? 6A isto eles nada podiam replicar. 7Notando como os convidados escolhiam os primeiros
lugares à mesa, disse-lhes ainda esta parábola: 8Quando fores convidado a núpcias, não te assentes3 no primeiro lugar, porque pode ser que um outro,
de mais consideração do que tu, tenha sido convidado pelo dono da casa, 9e que, vindo este que convidou a ti e a ele, te diga:
Cede o lugar a este, e tu, envergonhado, vás ficar no último lugar. 10Quando fores convidado, vai ocupar de preferência o
último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, vem mais
para cima. Então, terás glória perante os convivas. 11Porque, todo o que se eleva, será humilhado; e o
que se humilha será exaltado.
3. Os comensais recostavam-se para tomar as
refeições.
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 39. 14, 15
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Dómine, in auxílium meum réspice: confundántur et
revereántur, qui quærunt ánimam meam, ut áuferant eam: Dómine, in auxílium meum
réspice.
Senhor, vinde em meu auxílio; sejam confundidos e
envergonhados, os que procuram tirar-me a vida. Senhor, vinde em meu auxílio.
Secreta
É a antiga
«oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Munda nos, quǽsumus, Dómine, sacrifícii præséntis
efféctu: et pérfice miserátus in nobis; ut eius mereámur esse partícipes. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Purificai-nos, Senhor, Vos suplicamos, pela força do
presente Sacrifício, e fazei por vossa clemência, que mereçamos participar de
seu fruto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 70. 16-18
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Dómine, memorábor iustítiæ tuæ solíus: Deus,
docuísti me a iuventúte mea: et usque in senéctam et sénium, Deus, ne
derelínquas me.
Senhor, eu me lembrarei somente de vossa justiça. Ó
meu Deus, desde a minha mocidade me instruístes; não me abandoneis até a minha
idade mais avançada.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Purífica, quǽsumus, Dómine, mentes nostras benígnus,
et rénova cæléstibus sacraméntis: ut consequénter et córporum præsens páriter
et futúrum capiámus auxílium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, Vos suplicamos, purificai e renovai
benignamente as nossas almas com os celestes Sacramentos, a fim de que por eles
consigamos auxílio para os nossos corpos, tanto para a vida presente como para
a vida futura. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
As
Características da Alma Cristã
Ó Senhor, fazei que a minha alma esteja bem fundada na caridade e na humildade.
1 – A Epístola
(Ef. 3, 13-21) que lemos na
Missa de hoje é uma das mais belas passagens das cartas de S. Paulo.
Encontramos nela a célebre saudação do Apóstolo aos Efésios que nas suas três
partes, resume toda a substância da vida interior.
«O Pai de Nosso
Senhor Jesus Cristo... vos conceda que sejais corroborados em virtude, segundo
o homem interior, pelo Seu Espírito». O homem interior é o Espírito humano
regenerado pela graça, é o homem espiritual que renunciou às coisas materiais e
aos prazeres dos sentidos. Este homem está em cada um de nós e deve ser forte a
fim de poder sustentar a luta contra o homem animal que, infelizmente, enquanto
andarmos na terra, vive ainda em nós e tenta arrastar-nos para o que é baixo. O
Apóstolo tem razão em pedir fortaleza ao Espírito Santo, porque a fortaleza da
nossa virtude não é suficiente se não for corroborada pela que o Espírito Santo
infunde em nós por meio dos Seus dons.
«Que Cristo
habite, pela fé, nos vossos corações». Cristo, com o Pai e o Espírito Santo,
habita já na alma em graça, mas a Sua presença pode tornar-se cada vez mais
profunda. E quanto mais profunda for, mais penetrada ficará a alma pela
caridade divina, de modo a estar verdadeiramente «arraigada e fundada no amor».
Se queremos crescer no amor, devemos manter-nos em contato com a fonte do amor,
com Deus vivo na nossa alma.
«Que possais
compreender... aquele amor de Cristo que excede toda a ciência». Compreender,
tanto quanto é possível à nossa limitação, o mistério do amor de Deus, é o cume
da vida espiritual. O cristianismo é todo amor: nós somos cristãos na medida em
que vivemos no amor, na medida em que compreendemos o amor de Deus. No entanto
este mistério deixa-nos sempre um tanto incrédulos e céticos. Oh! Se pudéssemos
ver como veem os bem-aventurados, que Deus é caridade e que não quer mais do
que a caridade; que o caminho para ir a Ele é o caminho do amor; que o
sofrimento, a mortificação e a humildade não são senão meios para chegar ao
amor perfeito, para corresponder ao amor de Deus-caridade! Então ficaríamos, na
verdade, «cheios de toda a plenitude de Deus».
2 – S. Paulo, na
Epístola, exortou-nos a permanecer arraigados no amor e Jesus, no Evangelho
(Lc. 14, 1-11), exorta-nos a
permanecer enraizados no amor e na humildade.
Apesar da tácita
desaprovação dos fariseus, fruto da mesquinhez da sua mente e do seu coração,
Jesus cura um pobre hidrópico em dia de sábado, ensinando-nos assim, mais uma
vez, a grande importância do amor do próximo. Em vão julgaremos estar
enraizados no amor de Deus se o não estivermos também no amor do próximo. Como
se pode pensar que um ato de caridade fraterna se opõe à lei da santificação de
uma festa? São aberrações a que se chega quando se pretende amar a Deus
cuidando só dos próprios interesses, não pensando nas necessidades alheias. Isto
não é cristianismo, é fariseísmo destruidor da caridade.
Para estarmos
enraizados no amor, é indispensável que o estejamos igualmente na humildade,
pois só quem é humilde é capaz de amar verdadeiramente a Deus e ao próximo. O
Evangelho dá-nos, portanto, uma lição prática de humildade, condenando a caça
aos primeiros lugares. E não devemos supor que isto só diz respeito aos lugares
materiais; diz também respeito aos morais, quer dizer, aos lugares que o nosso
orgulho pretende ocupar na estima e na consideração dos outros. É humilhante
constatar como o nosso eu procura sempre fazer-nos ocupar um lugar superior
àquele que nos pertence, aliás para nossa vergonha, «porque todo o que se
exalta será humilhado».
«Coloquemo-nos no
último lugar – diz S. Bernardo – pois nenhum prejuízo nos pode vir pelo fato de
nos humilharmos e nos julgarmos inferiores ao que na realidade somos. Todavia é
um dano terrível e um mal enorme querermo-nos elevar nem que seja uma só
polegada acima do que somos, e preferir-nos a uma só pessoa. Assim como para
passar por uma porta muito baixa não nos prejudica inclinarmo-nos
demasiadamente, mas prejudica-nos muitíssimo levantarmo-nos um só dedo acima da
trave porque podemos bater e ferir a cabeça; de igual modo não há motivo para
temermos humilhar-nos demasiado, mas devemos temer e aborrecer o menor movimento
de presunção». Peçamos por isso ao Senhor, tal como fizeram os santos, que nos
mande uma humilhação cada vez que o nosso orgulho tentar erguer-se acima dos
outros; será o meio mais seguro de nos enraizarmos na humildade. Fundados na
humildade, também o estaremos na caridade e possuiremos assim as duas
características fundamentais da alma cristã.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 1159-1162.
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