«Liturgia
Dominical»
Ano 11 – nº 597 – 22 de
maio de 2022
† 5º Domingo depois
da Páscoa
branco – 2ª classe.
«Eu saí do Pai, e vim ao mundo; deixo outra vez o
mundo, e vou ao Pai».
Nestas linhas está sintetizado o pensamento
principal da santa Missa de hoje. Os textos, ao mesmo tempo que nos lembram as
alegrias pascais, nos prenunciam o próximo desaparecimento do Salvador.
Enquanto a Epístola nos fala do Cristianismo prático, o Evangelho, aludindo à
próxima Ascensão de Jesus Cristo, nos ensina como podemos e devemos confiar-Lhe
os nossos cuidados e as nossas preocupações, antes de Jesus nos deixar e ir
para junto de seu Pai. Estejamos certos de que seremos atendidos, porque se
amamos o Filho, também o Pai nos ama.
«Pedi e recebereis para
que a vossa alegria seja completa.» Ev.
Redes Sociais:
Site – http://bomjesuscrucificado.org.br/
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Intróito
/ Vocem
Jucunditátis – Isaias 48. 20; Salmo 65. 1-2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo
Vocem iucunditátis annuntiáte, et audiátur,
allelúia: annuntiáte usque ad extrémum terræ: liberávit Dóminus pópulum suum,
allelúia, allelúia. PS. Iubiláte Deo, omnis terra, psalmum dícite nómini eius:
date glóriam laudi eius. ℣.
Glória Patri.
Com voz de júbilo anunciai e fazei ouvir: aleluia.
Proclamai até os extremos da terra: o Senhor libertou o seu povo, aleluia,
aleluia. Sl. Louvai a Deus, ó terra inteira; cantai salmos em honra de seu
Nome; dai-lhe glória em seu louvor. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa
salvação.
A necessidade absoluta da graça, convida à oração; pensamentos e obras,
tudo deve vir de Deus, para ser bom.
Deus, a quo bona cuncta procédunt, largíre
supplícibus tuis: ut cogitémus, te inspiránte, quæ recta sunt; et, te
gubernánte, éadem faciámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, de quem procedem todos os bens, concedei a
vossos servos suplicantes que por vossa inspiração conheçamos o que é reto, e
por Vós guiados o pratiquemos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de
São Tiago Apóstolo 1. 22-27
O cristão, que se debruça sobre a Lei, pela qual norteia a vida,
encontra, em suas obras, a felicidade. De outro modo, a religião é vã.
Caríssimi: Estóte factóres verbi, et non auditóres
tantum: falléntes vosmetípsos. Quia si quis audítor est verbi et non factor:
hic comparábitur viro consideránti vultum nativitátis suæ in spéculo:
considerávit enim se et ábiit, et statim oblítus est, qualis fúerit. Qui autem
perspéxerit in legem perfectam libertátis et permánserit in ea, non audítor
obliviósus factus, sed factor óperis: hic beátus in facto suo erit. Si quis autem putat se religiósum esse,
non refrénans linguam suam, sed sedúcens cor suum, huius vana est relígio.
Relígio munda et immaculáta apud Deum et Patrem hæc est: Visitáre pupíllos et
viduas in tribulatióne eórum, et immaculátum se custodíre ab hoc sǽculo.
Caríssimos: 22Sede cumpridores da palavra [de Deus] e
não somente ouvintes: do contrário, vós enganais a vós mesmos. 23Porque se alguém é ouvinte da palavra e não
cumpridor, será semelhante a um homem que contempla ao espelho o seu rosto
natural; 24considerando a si mesmo, foi-se e logo
se esqueceu como era. 25Mas quem atentamente fixar a sua vista
na lei perfeita da liberdade [o Evangelho] e nela perseverar, não sendo ouvinte
esquecediço, senão cumpridor da obra, será bem-aventurado pelo que
praticar. 26Se alguém se julga religioso, mas não
refreia a sua língua, e ilude o seu próprio coração, sua religião é vã. 27A religião pura e sem mácula diante de Deus, o Pai,
é esta: Visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e conservar-se puro
da corrupção deste mundo.
Alelúia
/ João
16. 28
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Allelúia, allelúia. ℣. Surréxit Christus, et illúxit
nobis, quos rédemit sánguine suo. Allelúia. ℣. Exívi a Patre, et veni in
mundum: íterum relínquo mundum, et vado ad Patrem. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. O Cristo ressuscitou, fez
brilhar sua luz sobre nós e nos remiu com o seu Sangue. Aleluia. ℣. Saí do Pai e vim ao
mundo; deixo outra vez o mundo e vou ao Pai. Aleluia.
Evangelho segundo
São João 16. 23-30
A união dos discípulos com Jesus é tão estreita, que a prece deles é a
sua, e o Pai os ama e ouve, como ama e ouve a seu Filho.
In illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis: Amen,
amen, dico vobis: si quid petiéritis Patrem in nómine meo, dabit vobis. Usque
modo non petístis quidquam in nómine meo: Pétite, et accipiétis, ut gáudium
vestrum sit plenum. Hæc in provérbiis locútus sum vobis. Venit hora, cum iam
non in provérbiis loquar vobis, sed palam de Patre annuntiábo vobis. In illo
die in nómine meo petétis: et non dico vobis, quia ego rogábo Patrem de vobis:
ipse enim Pater amat vos, quia vos me amástis, et credidístis quia ego a Deo
exívi. Exívi a Patre et veni in mundum: íterum relínquo mundum et vado ad
Patrem. Dicunt ei discípuli eius: Ecce, nunc palam loquéris et provérbium
nullum dicis. Nunc scimus, quia scis ómnia et non opus est tibi, ut quis te
intérroget: in hoc crédimus, quia a Deo exísti.
Naquele tempo, 23disse Jesus a seus discípulos: Em verdade, em
verdade, vos digo: Se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu Nome, Ele vo-la
dará. 24Até agora nada pedistes em meu Nome.
Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa. 25Estas coisas vos disse em parábolas. Vem a hora em
que já não vos falarei em parábolas, mas abertamente vos falarei do
Pai. 26Naquele dia pedireis em meu Nome; e não
vos digo que hei de rogar por vós ao Pai, 27pois, o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes
e crestes que eu saí de Deus. 28Saí do Pai e vim ao mundo, deixo outra
vez o mundo e vou ao Pai. 29Disseram-Lhe os discípulos: Eis que
agora nos falais claramente e não usais nenhuma parábola. 30Agora conhecemos que sabeis tudo, e que não tendes
necessidade que alguém Vos interrogue. Por isso cremos que saístes de Deus.
CREDO... Concluímos
a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo
65. 8-9, 20
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Benedícite, gentes, Dóminum, Deum nostrum, et
obaudíte vocem laudis eius: qui pósuit ánimam meam ad vitam, et non dedit
commovéri pedes meos: benedíctus Dóminus, qui non amóvit deprecatiónem meam et
misericórdiam suam a me, allelúia.
Bendizei, nações, ao Senhor, nosso Deus; e ouvi a
voz de seu louvor. Ele deu vida à minha alma, e não permitiu que os meus pés
resvalassem. Bendito seja o Senhor. Ele não rejeitou a minha oração, nem retirou
de mim a sua misericórdia, aleluia.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Súscipe, Dómine, fidélium preces cum oblatiónibus
hostiárum: ut, per hæc piæ devotiónis offícia, ad cæléstem glóriam transeámus. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Recebei, Senhor, as preces de vossos fiéis com as
oblações dos presentes sacrifícios para que, por estes fervorosos testemunhos de
nossa devoção, mereçamos passar à glória celeste. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio / Salmo
95. 2
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Cantáte Dómino, allelúia: cantáte Dómino et
benedícite nomen eius: bene nuntiáte de die in diem salutáre eius, allelúia,
allelúia.
Cantai ao Senhor, aleluia; cantai ao Senhor e
bendizei o seu Nome. Anunciai todos os dias a sua salvação, aleluia, aleluia.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Tríbue nobis, Dómine, cæléstis mensæ virtúte
satiátis: et desideráre, quæ recta sunt, et desideráta percípere. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Vós nos fortalecestes, Senhor, no Banquete
celestial; concedei, pois, que desejemos o que é justo e alcancemos o que
aspiramos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Oração Eficaz
Ó Jesus, fazei-me compreender que a minha oração é um nada se não se
apoia em Vós; que a minha fé é vã se não a traduzo em obras.
1 – Mediante o Evangelho da Missa (Jo.
16, 23-30) – tomado ainda hoje do discurso da última ceia –
a Igreja continua a preparar-nos para a Ascensão e para o Pentecostes, «Saí do
pai e vim ao mundo – diz Jesus – outra vez deixo o mundo e vou para o Pai»; eis
o anúncio da Sua próxima ascensão ao céu. Chegado ao fim da Sua missão entre os
homens, Jesus apresenta-a em síntese, como uma grande viagem do Pai ao mundo e
do mundo ao Pai. Isto recorda-nos o conceito de «peregrinação» que todo o
cristão deve aplicar à sua vida a ponto de a considerar como «uma noite passada
em má pousada» (T. J. Cam. 40, 9), com o coração voltado para a radiosa
manhã da vida eterna.
«Mas vem o tempo em que não vos falarei
já por parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai». Eis o anuncio do
Pentecostes: Jesus, por meio do Espírito Santo, iluminará os seus apóstolos
fazendo-lhes entender claramente os mistérios divinos, e o Pai não será mais um
desconhecido para eles. Tudo o que nós podemos estudar e conhecer das coisas de
Deus é letra morta enquanto o Espírito Santo não nos abrir a inteligência. Isto
é mais um motivo para compreendermos quanto temos necessidade dEle e para
desejarmos a Sua vinda.
Mas o Evangelho propõe-nos também outro
argumento. Jesus, que por várias vezes tinha instruído os apóstolos sobre a
oração e sobre o modo de rezar, ensina-lhes agora o segredo da oração eficaz:
«se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu Nome, Ele vo-la dará». Jesus parte,
mas deixa aos apóstolos o meio seguro para encontrar acesso junto do Pai:
apresentar-se em Seu nome, em nome do Homem Deus que, tendo-Se imolado para
glória do Pai e para nossa salvação, merece ser sempre atendido «pro sua
reverentia» em razão da Sua piedade (Hebr. 5, 7).
2 – Pedir «em nome de Jesus» significa,
na prática, estarmos convencidos de que as nossas ações, como de resto todas as
nossas boas obras sem nenhuma exceção, não valem nada se não se apoiam nos
méritos infinitos de Jesus. Significa estarmos convencidos de que, por mais que
façamos e rezemos, somos sempre «servos inúteis» (Lc. 17, 10), que não temos em nós nenhuma suficiência, mas
que toda a nossa suficiência vem do crucificado. A primeira condição, portanto,
da oração feita «em nome de Jesus», é a humildade, um sentido cada vez mais
profundo e realista do nosso nada. Mas a segunda condição, é uma confiança ilimitada
nos méritos infinitos de Jesus, que ultrapassam todas as nossas indigências,
misérias, necessidades. Não pediremos nunca demais em Seu nome; nunca seremos
demasiado ousados em pedir a plenitude da graça divina sobre as nossas almas,
em aspirar à santidade – escondida, sim, mas autêntica – em vista de quanto Ele
mereceu por nós. Não existem infidelidades e culpas, tendências más e misérias
sinceramente detestadas que o Sangue de Jesus não possa lavar, purificar,
perdoar; não há fraqueza que Ele não possa sarar, fortificar, transformar. Não há
criatura de boa vontade, ainda que fraca e pequena que, em nome de Jesus, não
possa aspirar à santidade.
Mas requer-se uma terceira condição
para que a nossa oração seja eficaz: que a nossa vida corresponda à nossa
oração, que a nossa fé se traduza em boas obras. «Sede pois fazedores da
palavra e não ouvintes somente, enganando-vos a vós mesmos. Porque se alguém é
ouvinte da palavra e não fazedor, este será comparado a um homem que contempla
num espelho o seu rosto nativo; porque se considerou e, tendo-se retirado, logo
esqueceu como era»; esta forte expressão de S. Tiago, tirada da Epístola de
hoje (1, 22-27), é um chamamento insistente à
concretização da vida cristã. É vã a oração, é vã a confiança em Deus, se não
as acompanhamos com os nossos esforços generosos para cumprirmos todos os
nossos deveres, para vivermos à altura da nossa vocação. Podemos e devemos
esperar tudo do nome de Jesus, mas Ele pede-nos um esforço contínuo para Lhe
sermos totalmente fiéis.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 680-683.
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