«Liturgia Dominical»
Ano 9 – nº 472 – 8 de março de 2020
Ano 9 – nº 472 – 8 de março de 2020
† 2º Domingo da Quaresma
roxo – 1ª classe.
«Os três jejuaram durante quarenta dias; os três
aparecem gloriosos. É entre Moisés e Elias que Jesus, prefigurando assim a sua
ressurreição, descobre o seu divino esplendor: Ele, que é o alfa e o ômega, a
origem e o fim de todas as coisas.»
Aviso
Paroquial
Informamos
aos pais ou responsáveis que hoje, Domingo, às 10h15min, retomaremos
o Catecismo para Crianças e Pais.
Hoje é o dia da Entrega do dízimo.
Na terça-feira, dia 10 de março, inicia-se
a Novena de São José.
Divulgação:
Intróito / REMINÍSCERE — Salmo 24. 6, 3, 22, 1-2.
O Intróito como que enuncia o tema
geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Reminíscere miseratiónum tuarum,
Dómine, et misericórdiæ tuæ, quæ a saeculo sunt: ne umquam dominéntur nobis
inimíci nostri: líbera nos, Deus Israël, ex ómnibus angústiis nostris. Ps. Ad
te, Dómine, levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam. ℣. Glória Patri.
Lembrai-vos, Senhor, de vossa bondade e de vossa
misericórdia, que são de séculos para que de nós não triunfem os nossos
inimigos. Livrai-nos, ó Deus de Israel, de todas as nossas angústias. Sl. A Vós
Senhor, elevo a minha alma; meu Deus, em vós confio; não serei
envergonhado. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que
precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de
toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui cónspicis omni nos virtúte
destítui: intérius exteriúsque custódi; ut ab ómnibus adversitátibus muniámur
In córpore, et a pravis cogitatiónibus mundémur in mente. Per Dominum nostrum
Iesum Christum.
Ó Deus, que nos vedes destituídos de toda
força, guardai-nos interior e exteriormente a fim de que o nosso corpo seja
preservado de todas as adversidades, e a nossa alma purificada de todos os maus
pensamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos
Tessalonicenses 1. 4.1-7
«Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade em Jesus
Cristo Nosso Senhor.» A lembrança de nosso destino sublime faz compreender
melhor as exigências da vocação cristã.
Fratres: Rogámus vos et obsecrámus in
Dómino Iesu: ut, quemádmodum accepístis a nobis, quómodo opórteat vos ambuláre
et placére Deo, sic et ambulétis, ut abundétis magis. Scitis enim, quæ præcépta
déderim vobis Per Dominum Iesum. Hæc est enim volúntas Dei, sanctificátio
vestra: ut abstineátis vos a fornicatióne, ut sciat unusquísque vestrum vas
suum possidére in sanctificatióne et honóre; non in passióne desidérii, sicut
et gentes, quæ ignórant Deum: et ne quis supergrediátur neque circumvéniat in
negótio fratrem suum: quóniam vindex est Dóminus de his ómnibus, sicut
prædíximus vobis et testificáti sumus. Non enim vocávit nos Deus in
immundítiam, sed in sanctificatiónem: in Christo Iesu, Dómino nostro.
Irmãos: 1Nós vos rogamos e
exortamos no Senhor Jesus, que assim como aprendestes de nós como convém viver
para agradar a Deus, assim andeis de modo a vos aperfeiçoardes cada vez
mais. 2Sabeis bem que preceitos vos dei em
Nome do Senhor Jesus. 3Esta é a vontade de
Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da impureza; 4que cada um de vós saiba guardar o seu corpo em
santidade e honra; 5não em desejos de sensualidade, como
os gentios que não conhecem a Deus. 6E ninguém oprima
nem engane em qualquer assunto a seu irmão; porque o Senhor vingará1 todas
estas coisas, como já vo-lo temos dito e atestado. 7Porque não nos chamou Deus para a impureza, mas
para a santificação no Cristo Jesus Senhor nosso.
1 Literalmente: vingar-se-á de tudo isso.
Gradual / Salmo 24. 17-18
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
Tribulatiónes cordis mei dilatátæ
sunt: de necessitátibus meis éripe me, Dómine, ℣. Vide humilitátem meam et labórem
meum: et dimítte ómnia peccáta mea.
As ânsias de meu coração se multiplicaram. Ó Senhor,
tirai-me de minhas angústias. ℣. Vede a minha miséria e o meu sofrimento; e perdoai
todos os meus pecados.
Tracto / Salmo 105. 1-4
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos
afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério
do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Confitémini Dómino, quóniam bonus:
quóniam in saeculum misericórdia eius. ℣. Quis loquétur poténtias Dómini:
audítas fáciet omnes laudes eius? ℣. Beáti, qui custódiunt iudícium et
fáciunt iustítiam in omni témpore. ℣. Meménto nostri, Dómine, in
beneplácito pópuli tui: vísita nos in salutári tuo.
Louvai o Senhor, porque Ele é bom: porque sua
misericórdia permanece para sempre. ℣. Quem cantará as maravilhas do Senhor? Quem fará
ouvir todos os seus louvores? ℣. Bem-aventurados os que guardam a sua lei e procedem
com justiça, em todo o tempo. ℣. Lembrai-Vos de nós, Senhor, segundo a vossa
benevolência para com vosso povo. Visitai-nos com a vossa salvação.
Evangelho segundo São Mateus 17. 1-9
Gravem-se em nossas almas de crentes as grandezas de Jesus transfigurado,
e tenhamo-las presentes nas humilhações da Paixão. Moisés e Elias, isto é, a
Lei e os Profetas (todo o Antigo Testamento) e a própria voz do Pai dão
testemunho da sua missão.
In illo témpore: Assúmpsit Iesus
Petrum, et Iacóbum, et Ioánnem fratrem eius, et duxit illos in montem excélsum
seórsum: et transfigurátus est ante eos. Et resplénduit fácies eius sicut sol:
vestiménta autem eius facta sunt alba sicut nix. Et ecce, apparuérunt illis
Móyses et Elías cum eo loquéntes. Respóndens autem Petrus, dixit ad Iesum:
Dómine, bonum est nos hic esse: si vis, faciámus hic tria tabernácula, tibi
unum, Móysi unum et Elíæ unum. Adhuc eo loquénte, ecce, nubes lúcida obumbrávit
eos. Et ecce vox de nube, dicens: Hic est Fílius meus diléctus, in quo mihi bene
complácui: ipsum audíte. Et audiéntes discípuli, cecidérunt in fáciem suam, et
timuérunt valde. Et accéssit Iesus, et tétigit eos, dixítque eis: Súrgite, et
nolíte timére. Levántes autem óculos suos, néminem vidérunt nisi solum Iesum.
Et descendéntibus illis de monte, præcépit eis Iesus, dicens: Némini dixéritis
visiónem, donec Fílius hóminis a mórtuis resúrgat.
Naquele tempo, 1tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João, seu
irmão, e levou-os de parte a um monte muito alto. 2E transfigurou-se diante deles. Seu rosto
resplandeceu como o sol, e suas vestes tornaram-se brancas como a neve. 3E eis que apareceram Moisés e Elias2,
falando com Ele. 4Então Pedro, tomando a palavra, disse
a Jesus: «Senhor, bom é estarmos aqui; se quiserdes, faremos aqui três tabernáculos,
um para Vós, outro para Moisés e o terceiro para Elias». 5Ainda falava ele, quando uma nuvem brilhante3 os
envolveu, e da nuvem soou uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado.
N’Ele pus toda a minha complacência; escutai-O». 6Ouvindo isto, os discípulos caíram com a face em
terra e ficaram muito atemorizados. 7Aproximou-se,
porém, Jesus, e, tocando-os, disse-lhes: Levantai-vos e não temais. 8E erguendo eles os olhos, não viram ninguém senão a
Jesus só. 9E enquanto descia com eles do monte,
ordenou-lhes Jesus, dizendo: A ninguém digais o que vistes, até que o Filho do
homem ressuscite dos mortos.
2 Os representantes por excelência do Antigo Testamento.
3 A nuvem, que
acompanha e revela a presença de Deus (manifestação frequente no Antigo
Testamento).
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs
e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a
profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 118. 47-48
Com o Ofertório, começa a segunda
parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Meditábor in mandátis tuis, quæ diléxi
valde: et levábo manus meas ad mandáta tua, quæ diléxi.
Meditarei os vossos mandamentos, que muito amo; e
levantarei as minhas mãos para cumprir os vossos preceitos, que muito prezo.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas»,
ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz
propriamente a oblação do sacrifício.
Sacrifíciis
præséntibus, Dómine, quǽsumus, inténde placátus: ut et devotióni nostræ
profíciant et salúti. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Olhai benignamente, Senhor para os
sacrifícios presentes a fim de que aproveitem à nossa submissão e à nossa
salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 5. 2-4
Alternando com o canto dum salmo,
acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta,
enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se
pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Intéllege clamórem meum: inténde voci
oratiónis meæ, Rex meus et Deus meus: quóniam ad te orábo, Dómine.
Escutai meu clamor; atendei à voz de minha oração, ó
meu Rei e meu Deus, porque é a Vós, Senhor, que eu invoco.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda
os frutos do Sacrifício.
Súpplices te rogámus, omnípotens Deus:
ut quos tuis réficis sacraméntis, tibi etiam plácitis móribus dignánter
deservíre concédas. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Humildemente Vos rogamos, ó Deus onipotente, concedais,
benigno, que com santos costumes Vos sirvam os que alimentais com os vossos
Sacramentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A
Transfiguração
Ó Jesus, fazei que a Vossa graça triunfe em mim até me tornar digno de
participar na Vossa gloriosa Transfiguração.
1 — A alma de Jesus pessoalmente
unida ao Verbo gozava da visão beatífica, cujo efeito conatural é a
glorificação do corpo. Este efeito não se manifestou em Jesus porque, durante
os anos da sua vida terrena, quis assemelhar-Se a nós o mais possível,
revestindo-Se de «uma carne semelhante à do pecado» (Rom. 8, 3). Contudo, para confirmar na fé os Apóstolos,
abalados pelo anúncio da Sua Paixão, Jesus, sobre o Monte Tabor, permitiu que
por instantes alguns raios da Sua alma bem-aventurada transparecessem no Seu
Corpo, e então Pedro, Tiago e João viram-nO transfigurado: «o seu rosto ficou
refulgente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a neve». Os
três ficaram estáticos, porém, Jesus apenas lhes tinha mostrado um raio da Sua
glória, porque nenhuma criatura humana teria podido suportar a visão completa.
A glória é o fruto da graça; a graça
que Jesus possui em medida infinita redunda numa glória infinita que O transfigura
todo. Alguma coisa de semelhante nos acontece também a nós: a graça
transforma-nos, transfigura-nos «de claridade em claridade» (II Cor. 3, 18), até que um dia, no céu, nos
introduzirá na visão beatífica de Deus. Assim como a graça transfigura, o
pecado, com a sua opacidade, desfigura aqueles que são suas vítimas.
O Evangelho de hoje (Mt. 17, 1-9) mostra a íntima relação entre a
Transfiguração e a Paixão de Jesus. Moisés e Elias, presentes no Tabor ao lado
do Salvador, falavam com Ele e, como especifica S. Lucas, falavam precisamente
da Sua próxima Paixão, «da sua saída que Ele estava para cumprir em Jerusalém»
(Lc. 9, 31).
O divino Mestre queria assim ensinar
aos Seus discípulos que era impossível, tanto para Si como para eles, chegar à
glória da Transfiguração sem passar através do sofrimento; é a lição que dará
mais tarde aos dois discípulos de Emaús: «Porventura não era necessário que o
Cristo sofresse tais coisas, e que assim entrasse na sua glória?» (Lc.
24, 26).
O que o pecado desfigurou não pode voltar à sua primitiva beleza sobrenatural
senão pelo sofrimento purificador.
2 — Extasiado perante a visão do
Tabor, Pedro exclama com o seu ardor habitual: «Bom é nós estarmos aqui» e
oferece-se para fazer três tendas: uma para Jesus, outra para Moisés e outra
para Elias. Mas a sua proposta é interrompida por uma voz do alto: «Este é o
meu Filho dileto em quem pus toda a minha complacência: ouvi-O!» e a visão
desaparece.
As consolações espirituais nunca são
um fim em si mesmas, e não devemos desejá-las nem procurar detê-las para nosso
gozo. A alegria, mesmo espiritual, não deve ser nunca procurada por si própria;
como no céu a alegria será uma consequência necessária da posse de Deus, assim
na terra deve ser unicamente um meio para nos entregarmos com maior
generosidade ao serviço de Deus. A Pedro que pede para ficar sobre o Tabor, na
doce visão de Jesus transfigurado, responde o próprio Deus, convidando-o antes
a ouvir e a seguir os ensinamentos do Seu amado Filho. E bem depressa o
apóstolo ardente saberá que seguir a Jesus significa levar a cruz e subir com
Ele ao Calvário.
Deus não nos consola para nos
regalar, mas sim para nos encorajar, para nos tornar fortes e generosos no
sofrimento abraçado por Seu amor.
Desaparecida a visão, os apóstolos
ergueram os olhos e não viram mais nada «nisi solum Jesum», exceto Jesus só, e
com «Jesus só» desceram do monte. Eis o que nós devemos procurar sempre e o que
nos deve bastar: Jesus só, Deus só. Tudo o resto — consolações, ajudas,
amizades mesmo espirituais, compreensão, estima, apoio dos superiores — pode
ser bom na medida em que Deus no-lo permite gozar, e Ele serve-Se disto
frequentemente para amparar a nossa fraqueza; mas quando, através das
circunstâncias, a mão divina nos priva de tudo isso, não devemos desanimar nem
perturbar-nos. É precisamente nestas ocasiões que nós podemos testemunhar a
Deus — com fatos e não com palavras — que Ele é o nosso Tudo e que Ele só, nos
basta. É este um dos mais belos testemunhos que pode prestar a Deus uma alma
amante: ser-Lhe fiel, confiar nEle, perseverar no propósito de uma entrega
total ainda quando Ele, retirando todos os Seus dons, a deixa sozinha, na
escuridão, talvez na incompreensão, na amargura, na solidão material e
espiritual, unida à desolação interior. É agora o momento de repetir: «Jesus
só» e de descer com Ele do Tabor, para O seguir com os Apóstolos até ao
Calvário, onde Ele agonizará abandonado não só dos homens, mas também de Seu
Pai.
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel
de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) —
1967.
ORAÇÃO DO DIZIMISTA
Recebei, Senhor, a minha oferta!
Não é uma esmola, porque não sois mendigo.
Não é uma contribuição a Vós, porque não precisais.
Não é o resto que me sobra que vos ofereço.
Esta importância representa, Senhor,
MEU RECONHECIMENTO, MEU AMOR,
Pois, se tenho, é porque me destes. Amém.
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