sábado, 1 de julho de 2017

Edição nº 324

Ano 6 nº 324 2 de julho de 2017
4º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
Solenidade dos Ss. Apóstolos Pedro e Paulo.
verde – 2a. classe.
« Tenhamos, como estes santos Apóstolos, uma fé firme, e anime-nos um ardente  amor  e  intenso  zelo  apostólico. »

Avisos Paroquiais
Assista a Santa Missa ao vivo direto da Igreja Matriz,
da Paróquia Pessoal do Senhor Bom Jesus Crucificado e do Imaculado Coração de Maria,
todos os Domingos, às 7h e 19h. Click link baixo.
Intróito / Nunc scio vere (Atos 12. 11; Salmo 138. 1-2)
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Nunc scio vere, quia misit Dóminus Angelum suum: et erípuit me de manu Heródis et de omni exspectatióne plebis Iudæórum. Ps. Dómine; probásti me et cognovísti me: tu cognovísti sessiónem meam et resurrectiónem meam. . Glória Patri
Agora sei com certeza que o Senhor mandou seu Anjo: Ele me livrou das mãos de Herodes e de tudo o que esperava o povo judaico. Sl. Senhor, Vós me provais e me conheceis. E sabeis a minha morte e a minha ressurreição. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Deus, qui hodiérnam diem Apostolórum tuórum Petri et Pauli martýrio consecrásti: da Ecclésiæ tuæ, eórum in ómnibus sequi præcéptum; per quos religiónis sumpsit exórdium. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus, que santificastes o dia presente com o martírio de vossos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, concedei à vossa Igreja a graça de seguir em tudo os ensinamentos daqueles pelos quais a Religião começou a ser propagada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola extraída dos Atos dos Apóstolos 12. 1-11
A proteção especial de Deus para com S. Pedro aparece em várias passagens dos Atos. Escolhendo esta epístola para a sua festa, a Igreja tira dela a última frase para o introito da missa: é esse o pensamento que ela quer sublinhar.
In diébus illis: Misit Heródes rex manus, ut afflígeret quosdam de ecclésia. Occidit autem Iacóbum fratrem Ioánnis gládio. Videns autem, quia placeret Iudaeis, appósuit, ut apprehénderet et Petrum. Erant autem dies azymórum. Quem cum apprehendísset, misit in cárcerem, tradens quatuor quaterniónibus mílitum custodiéndum, volens post Pascha prodúcere eum pópulo. Et Petrus quidem servabátur in cárcere. Orátio autem fiébat sine intermissióne ab ecclésia ad Deum pro eo. Cum autem productúrus eum esset Heródes, in ipsa nocte erat Petrus dórmiens inter duos mílites, vinctus caténis duábus: et custódes ante óstium custodiébant cárcerem. Et ecce, Angelus Dómini ástitit: et lumen refúlsit in habitáculo: percussóque látere Petri, excitávit eum, dicens: Surge velóciter. Et cecidérunt caténæ de mánibus eius. Dixit autem Angelus ad eum: Præcíngere, et cálcea te cáligas tuas. Et fecit sic. Et dixit illi: Circúmda tibi vestiméntum tuum, et séquere me. Et éxiens sequebátur eum, et nesciébat quia verum est, quod fiébat per Angelum: existimábat autem se visum vidére. Transeúntes autem primam et secundam custódiam, venérunt ad portam férream, quæ ducit ad civitátem: quæ ultro apérta est eis. Et exeúntes processérunt vicum unum: et contínuo discéssit Angelus ab eo. Et Petrus ad se revérsus, dixit: Nunc scio vere, quia misit Dóminus Angelum suum, et erípuit me de manu Heródis et de omni exspectatióne plebis Iudæórum.
1Naqueles dias, o rei Herodes prendeu alguns da Igreja para os castigar. 2Matou assim, à espada, Tiago, irmão de João. 3E vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender também a Pedro. Eram, então, os dias dos ázimos. 4Tendo-o mandado prender, meteu-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro piquetes, cada um de quatro soldados, por que tencionava apresentá-lo ao povo, depois da Páscoa. 5Enquanto Pedro estava no cárcere, a Igreja não cessava de orar a Deus por ele. 6Ora, na mesma noite em que Herodes estava para o apresentar ao povo, dormia Pedro entre dois soldados, preso com correntes duplas; os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. 7E eis que veio um Anjo do Senhor e uma luz resplandeceu na prisão; tocando o lado de Pedro, o Anjo despertou-o dizendo: Levanta-te depressa. E caíram as cadeias das mãos de Pedro. 8Disse-lhe o Anjo: Toma a tua cinta e calça as tuas sandálias. E assim ele fez. E disse-lhe: Põe a tua capa e segue-me. 9E saindo, Pedro o seguia, sem compreender que era realidade o que fazia por intervenção do Anjo, pois, julgava ter uma visão. 10Passando a primeira guarda e a segunda, chegaram à porta de ferro que conduz à cidade, a qual se lhes abriu por si mesma. E saindo, passaram uma rua adiante e logo o Anjo se apartou dele. 11Então, Pedro tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu Anjo: Ele me livrou das mãos de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus.
Gradual / Salmo 44. 17-18
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Constítues eos príncipes super omnem terram: mémores erunt nóminis tui. Dómine. . Pro pátribus tuis nati sunt tibi fílii: proptérea pópuli confitebúntur tibi.
Vós os estabeleceis príncipes sobre toda a terra; e eles, Senhor, se lembrarão de vosso Nome. . Em lugar de vossos pais vos nascerão filhos; por isso, os povos Vos louvarão.
Aleluia / Mateus 16. 18
Allelúia, allelúia. . Tu es Petrus, et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam. Allelúia.

Aleluia, aleluia. . Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 16. 13-19
O evangelho recorda ao mesmo tempo a fé de Pedro proclamando que Jesus é o Messias, e as prerrogativas que dele recebeu para governar a sua Igreja.
In illo témpore: Venit Iesus in partes Cæsaréæ Philippi, et interrogábat discípulos suos, dicens: Quem dicunt hómines esse Fílium hóminis? At illi dixérunt: Alii Ioánnem Baptístam, alii autem Elíam, álii vero Ieremíam aut unum ex Prophétis. Dicit illis Iesus: Vos autem quem me esse dícitis? Respóndens Simon Petrus, dixit: Tu es Christus, Fílius Dei vivi. Respóndens autem Iesus, dixit ei: Beátus es, Simon Bar Iona: quia caro et sanguis non revelávit tibi, sed Pater meus, qui in cælis est. Et ego dico tibi, quia tu es Petrus, et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam, et portæ ínferi non prævalébunt advérsus eam. Et tibi dabo claves regni cælórum. Et quodcúmque ligáveris super terram, erit ligátum et in cælis: et quodcúmque sólveris super terram, erit solútum et in cælis.
Naquele tempo, 13veio Jesus para os lados de Cesaréia de Felipe, e interrogou os seus discípulos: Na opinião dos homens, quem é o Filho do homem? 14E eles responderam: uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que Jeremias ou alguns dos Profetas. 15Disse-lhes Jesus: E vós, quem julgais que eu sou? 16Tomando a palavra, Simão Pedro disse: Vós sois o Cristo, Filho de Deus vivo. 17E, respondendo, Jesus disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Bar Jonas (filho de Jonas), porque, não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas, meu Pai que está nos céus. 18E eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno1 não prevalecerão contra ela. 19Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus. E tudo que ligares sobre a terra será ligado nos céus; e tudo o que desligares sobre a terra, será desligado nos céus.2
1. Semitismo: os poderes do Inferno. Trata-se dos poderes infernais, e portanto da indefectibilidade da Igreja.
2. Ligar e desligar significa proibir e permitir, condenar e absolver. Nada limitará o poder espiritual de Pedro.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 44. 17-18
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Constítues eos príncipes super omnem terram: mémores erunt nóminis tui, Dómine, in omni progénie et generatióne.
Vós os estabeleceis príncipes sobre toda a terra, e eles, Senhor, se lembrarão de vosso Nome, de geração em geração.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Hóstias, Dómine, quas nómini tuo sacrándas offérimus, apostólica prosequátur orátio: per quam nos expiári tríbuas et deféndi.
Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei, Senhor, que as orações de vossos Apóstolos acompanhem este Sacrifício que oferecemos ao vosso Nome, e que por ele protegidos, sejamos purificados de nossas culpas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 16. 18
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Tu es Petrus, ei super hanc petram aedificabo Ecclésiam meam.
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Quos cælésti, Dómine, alimento satiásti: apostólicis intercessiónibus ab omni adversitáte custódi. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, por intercessão de vossos Apóstolos, preservai de todas as adversidades aqueles que saciastes com o Alimento celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Festa de São Pedro e São Paulo
     Ó Senhor, fazei que a festa dos Vossos santos Apóstolos me fortaleça na fé e consolide a minha fidelidade à Igreja.
1 — A Festa dos Santos Apóstolos Príncipes da Igreja desperta na alma uma maior união à Igreja, a Roma, ao Papa.
Hoje a liturgia põe Pedro, o chefe dos Apóstolos, em primeiro plano e amanhã falará de Paulo, o Apóstolo das gentes: apresenta-nos assim a figura daqueles que plantaram a Igreja não só com as suas fadigas, mas sobretudo com o seu sangue. O Evangelho (Mt. 16, 13-19) lembra-nos a grande jornada de Cesareia em que Jesus, pela primeira vez, proclamou Pedro fundamento da Igreja: « E eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja »; palavras que tiveram uma repercussão grandiosa através dos séculos e que ainda hoje testemunham o primado de Pedro e de todos os seus sucessores sobre a cristandade inteira. Não sobre diferentes Igrejas, mas sobre uma única e grande Igreja, a Igreja católica, apostólica, romana. Uma única Igreja, cujo único fundador e cabeça é Cristo, o qual quis ter em São Pedro o seu representante. « Onde está Pedro, aí está a Igreja » (Sto. Ambrósio), o que significa: onde está o Papa, sucessor de Pedro, aí está a Igreja. Muito justamente, portanto, a festa de São Pedro, deve ser considerada a festa da Igreja, a festa do Papa: a festa que deve despertar em toda alma cristã o sentimento profundo da sua pertença à Igreja e da sua devoção ao Sumo Pontífice. « Sou filha da Igreja », repetia Teresa de Jesus no momento da morte. Depois de ter trabalhado tanto por Deus e pelas almas, era este o único título que lhe dava a garantia da misericórdia divina. Sermos filhos da Igreja, eis o nosso título de salvação, eis a nossa glória, depois da de sermos filhos de Deus, ou melhor, não depois, mas ao mesmo tempo porque, como dizia os Santos Padres « não pode ter a Deus por Pai que não tem a Igreja por mãe » (S. Cipriano). Não é verdadeiro católico quem não sente a alegria de ser filho da Igreja, quem não vibra pela Igreja e pelo Papa, quem não está pronto a renunciar aos seus pontos de vista pessoais para « sentire cum Ecclesia », sentir com a Igreja sempre e em tudo.
2 — O Communio da Missa de hoje repete, pela segunda vez, as palavras solenes com que Jesus constituiu Pedro fundamento da Igreja: « Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja »; é uma homenagem ao príncipe dos Apóstolos, mas é também para nós um chamamento. Com efeito, cada cristão deveria ser uma pedra firme e segura de que Jesus Se pudesse servir para sustentar a Sua Igreja. Evidentemente, a pedra viva, a pedra angular por excelência é Cristo e, junto a Si, pôs o Seu Vigário; depois seguem-se todos os fiéis, desde os bispos ao último batizado; todos — como diz S. Pedro — somos « pedras vivas edificadas sobre Ele [Cristo], para ser uma casa espiritual, um sacerdócio santo » (I, 2, 5).
Também tu, quem quer que sejas, sacerdotes ou leigo, religioso ou pai de família, humilde monge ou simples cristão, és chamado a sustentar a Igreja, tal como num edifício material não só os grandes blocos graníticos, mas até os mais humildes tijolos contribuem para edificar a casa. Numa alma de vida interior não pode faltar aquele profundo sentimento apostólico que lhe faz sentir a sua parte de responsabilidade no bom andamento da Igreja, o que fará acima de tudo com a sua obediência e submissão às diretivas da hierarquia. Isto, porém, não basta. Se és verdadeiro filho da Igreja, não podes ficar indiferente perante as suas necessidades, os seus interesses, os seus sofrimentos. Hoje, mais do que nunca, a Igreja sofre: sofre no seu Vigário que, colocado como sentinela de toda a cristandade, conhece melhor que ninguém os perigos e as lutas que a assediam por todos os lados; a Igreja sofre nos seus bispos, nos seus sacerdotes perseguidos, martirizados, reduzidos à impotência; sofre nos seus fiéis abandonados e dispersos, como ovelhas sem pastor; sofre pelos erros, pelas calúnias contra ela desencadeadas. E tu, seu filho, poderás ficar indiferente? Sofre também tu com a tua mãe, ora, trabalha, dispende as tuas forças em servi-la e defendê-la. Põe de lado os teus pequenos interesses pessoais e dedica-te aos grandes interesses da Igreja: com a vida, com as obras, com a oração e com a imolação silenciosa e escondida.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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