sábado, 4 de março de 2017

Edição nº 307

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 307   5 de março de 2017
† 1º Domingo da Quaresma
roxo – 1ª classe.


« Jesus respondeu-lhe: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus » Ev.

Intróito / INVOCÁBIT ME Salmo 90. 15-16, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Invocar-Me-á, e Eu  ouvilo-ei: Salvá-lo-ei e glorificá-lo-ei, e enchê-lo-ei de largos dias. Sl. O que habita à sombra do Altíssimo descansará sob a proteção do Deus dos Céus. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, que purificais anualmente a vossa Igreja com a observância do jejum quaresmal, fazei que a vossa família alcance, por boas obras, o que porfia merecer pela abstinência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios 2. 6.1-10
Exortação premente a que não recebamos em vão a graça de Deus. Ao dirigir-no-la, S. Paulo descreve o seu combate pessoal e mostra que a vitória de Cristo se manifesta numa vida como a sua.
Irmãos: 1Exortamo-vos a que não recebais em vão a graça de Deus. 2Diz Ele, com efeito: Ouvi-te no tempo favorável, e ajudei-te no dia da salvação: O tempo favorável, é agora; é agora o dia da salvação1. 3A ninguém sejamos ocasião de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado; 4ao contrário, afirmemo-nos, em tudo, como ministros de Deus, mostrando toda a paciência - nas tribulações, nas necessidades, nas angústias, 5nos açoites, nas prisões, nas sedições, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns; 6com a castidade, com a ciência, com a longanimidade, com a mansidão, com o Espírito Santo, com uma caridade não fingida, 7com a palavra da verdade, com o poder de Deus, com as armas ofensivas e defensivas da justiça, 8entre a glória e a ignomínia, entre a boa e a má reputação; tidos por impostores apesar de verazes; como pessoas obscuras, embora bem conhecidas; 9como gente a morrer, estando bem vivos; como castigados, mas sem estar à morte; 10como tristes, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos: como não tendo nada, mas possuindo tudo.
1 Isaías 49.8
Gradual / Salmo 90. 11-12
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
O Senhor incumbiu os seus anjos de velar por ti, e que te guardassem em todos os teus caminhos. ℣. Levar-te-ão em suas mãos, para que não tropeces.
Tracto / Salmo 90. 1-7, 11-16
Cântico pleno de certezas. Aquele que confia no Senhor, nada tem a recear.
O que habita à sombra do Altíssimo, na proteção do Deus do Céu descansará. ℣. Dirá ao Senhor: Tu és o meu defensor e o meu refúgio; o meu Deus em Quem esperei. ℣. Porque Ele livrou-me do laço dos caçadores e das palavras venenosas. ℣. Cobrir-te-á com as suas asas, e debaixo das suas penas viverás na esperança. ℣. A sua verdade cercar-te-á como um escudo, e não recearás os terrores da noite. ℣. Nem a seta que voa de dia, nem o inimigo que anda nas trevas, nem os assaltos do demônio do meio-dia. . Cairão mil ao teu lado, e dez mil à tua direita; a ti, porém, nada te atingirá. ℣. Porque Ele incumbiu os seus anjos de velar por ti, e que te guardassem em todos os teus caminhos. ℣. Eles te levarão nas suas mãos, para que não tropeces nas pedras do caminho. ℣. Sobre o àspide e o basilisco andarás, e calcarás aos pés o leão e o dragão. . Porque esperou em Mim, livrá-lo-ei; protegê-lo-ei, porque conheceu o meu Nome. ℣. Clamará a Mim, e Eu ouvi-lo-ei: com ele estou na tribulação. ℣. Livrá-lo-ei, e glorificá-lo-ei: enchê-lo-ei de dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.
Evangelho segundo São Mateus 4. 1-11
« Não é indigno do nosso Redentor permitir que fosse tentado, Ele que viera entregar-se à morte. Convinha, porém, que, pelas suas tentações, triunfasse das nossas, pois que viera com sua morte vencer a nossa » (S. Gregório, em matinas).
Naquele tempo: 1Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demônio. 2Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3Aproximando-se, então, o tentador, disse-Lhe: Se és Filho de Deus, dize a estas pedras que se convertam em pão. 4Ele, porém, respondendo disse: Está escrito: O homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus2. 5Então o demônio transportou-O à cidade santa; e, pondo-O sobre o pináculo do templo, 6disse-lhe: Se és filho de Deus, lança-te daqui abaixo. Porque está escrito: Incumbiu os seus anjos de velarem por ti: eles te tomarão em suas mãos, para que não tropeces nas pedras do caminho3. 7Jesus respondeu-lhe: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus4. 8De novo o demônio o transportou a um monte muito alto, e lhe fez ver todos os reinos do mundo, e a sua magnificência. 9E disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10Então Jesus disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: O Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás5. 11Então o demônio deixou-o: e eis que os anjos se aproximaram, e o serviam.
2 Deuteronômio 8.9.
3 Salmo 90.11-12
4 Deuteronômio 6.16.
5 Deuteronômio 6.13.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 90. 4-5
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
O Senhor cobrir-te-á com as suas asas, e debaixo das suas penas viverás na esperança. A sua verdade cercar-te-á como um escudo.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Oferecendo-Vos solenemente, Senhor, este sacrifício no princípio da Quaresma, humildemente Vos pedimos que, pela restrição dos alimentos corporais nos leveis a não cair nos prazeres pecaminosos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 90. 4-5
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
O Senhor cobrir-te-á com as suas asas, e debaixo das suas penas viverás na esperança. A sua verdade cercar-te-á como um escudo.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, Senhor, que este divino sacramento nos renove as forças, e, purificando-nos dos erros do homem velho, nos faça entrar na posse do mistério da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O grande combate
Ó Jesus retiro-me conVosco ao deserto; ensinai-me como devo lutar contra a tríplice concupiscência: da carne, do orgulho, da avareza.
1 – Ao começar hoje o tempo estritamente quaresmal, a Igreja convida-nos para a grande luta, luta decisiva contra o pecado, que nos deve conduzir à ressurreição pascal. O modelo é Jesus que, embora isento do fogo da concupiscência, quis por nós, ser tentado pelo demônio, para « se compadecer das nossas enfermidades » (Hebr. 4, 15).
Depois de quarenta dias de jejum rigoroso, quando sente o estímulo da fome, Jesus é tentado por Satanás a converter as pedras em pães. Não é possível abraçar um regime de séria penitência ou mortificação, sem experimentar os incômodos que dele derivam; mas então é o momento de resistir às vozes insinuantes que nos aconselham maior condescendência para com as exigências físicas, respondendo com Jesus: « Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus » (Mt. 4, 1-11). A vida do homem, depende muito mais da vontade de Deus do que do alimento material; só quem estiver convencido desta verdade, terá coragem para se sobrepor às privações, confiando na Divina Providência para o seu sustento.
Jesus foi depois tentado de orgulho: « Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo... e os seus anjos te tomarão nas mãos ». Um milagre semelhante teria atraído a admiração e o entusiasmo do povo, mas Jesus sabe que o Pai escolheu para Ele outro caminho bem diferente: não triunfos, mas humilhações, cruz, morte; não quer sair deste caminho e repele resolutamente a orgulhosa proposta. O melhor meio para vencer as tentações de orgulho e vaidade é escolher expressamente o que nos humilha e nos faz desaparecer aos olhos dos outros.
O demônio volta de novo à carga e tenta Jesus de avareza: « Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares », mas Ele responde: « O Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás ». Quem tem o coração fortemente ancorado em Deus, nunca se deixará desviar do Seu serviço pela sedução e cobiça dos bens terrenos. Mas se falta esta forte adesão a Deus, quantas vezes a tentação de avareza conseguirá fazer desviar mesmo aqueles que, por vocação particular, deveriam servir a Deus só!
2 – Jesus foi tentado porque quis. Nós somos tentados sem o querer e até muitas vezes contra a nossa vontade. A tentação de Jesus foi puramente exterior, não achando n'Ele ressonância alguma; em nós, pelo contrário, a natureza, ferida pela tríplice concupiscência da carne, do orgulho e da avareza, não só pode ser facilmente presa dos assaltos do demônio, mas ela mesma é fonte de múltiplas tentações. Não podemos, portanto, viver sem tentações e a nossa virtude não consiste em estar isento delas, mas em saber vencê-las. É uma luta à qual ninguém se pode subtrair, e Deus quis que ela fosse para nós o penhor da vida eterna: « Bem-aventurado o homem que sofre a tentação porque, depois que tiver sido provado, receberá a coroa da vida ». (Tgo. 1, 12).
Aprendamos de Jesus como nos devemos comportar nas tentações. Acima de tudo devemos ter uma grande confiança em Deus. Jesus não procurou remediar a Sua fome, não quis impor-Se aos homens por meio de um ruidoso milagre, nem aceitou reinos ou riquezas, porque, tendo plena confiança em Seu Pai, tudo tinha totalmente confiado aos Seus cuidados — a Sua vida, a Sua missão e a Sua glória. Quem confia plenamente em Deus e está certo da Sua Divina Providência, não se deixará facilmente atrair pelas vãs lisonjas do demônio, do mundo e da carne, pois sabe que só Deus lhe pode dar o verdadeiro bem, a verdadeira felicidade.
Além disso, devemos cultivar a confiança em Deus no momento da tentação. Se Deus permite que sejamos tentados, não permite, porém, que o sejamos acima das nossas forças e em cada tentação dá-nos uma graça atual suficiente para a vencer. Por isso, em vez de nos deixarmos perturbar pela violência da luta, aguardemos confiadamente a graça que Deus nos oferece e procuremos fazê-la nossa, mediante a oração humilde e confiante.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

Benção da Água

Todo primeiro domingo, após a Santa Missa.
Traga sua garrafa com água.

A água benta é um sacramental.

Os Sacramentais são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida.

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