sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Edição nº 299

« Liturgia Dominical »
Ano 6 – nº 299  8 de janeiro de 2017
† Solenidade da Epifania
branco – 2ª classe.
« Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-LO » Ev.

Hoje é a Festa da Sagrada Família, mas em todas as Paróquias deve-se fazer a Solenidade da Epifania, segundo determinação do Exmo. Sr. Bispo Administrador Apostólico.
Intróito / Malaquias 3.1; I Crônicas 29.12; Salmo 71.1
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
ECCE ADVÉNIT — Eis que aí vem o soberano Senhor; em sua mão está o Rei­no, o Poder e o Império. Sl. Ó Deus, dai o vosso julgamento ao Rei; e a vos­sa justiça ao Filho do Rei. . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Ó Deus, que no dia de hoje manifestastes o vosso Unigénito aos gentios, guiados por uma estrela, concedei propício, que, conhecendo-Vos pela fé, che­guemos também a contemplar o Esplendor de vossa Majestade. Pelo mesmo Jesus Cristo.
Epístola Extraída do profeta Isaias 60. 1-6
O Profeta refere-se a Jerusalém. A imagem é inspirada no espetáculo que oferece, todas as manhãs, a Cidade Santa: iluminada pelos primeiros raios do sol, dir-se-ia um foco radiante de luz. Jerusalém, figura da Igreja, tornar-se-á a « luz das Nações »; de todos os lados, reis e povos a ela acorrerão, atraídos pelo brilho da sua glória.
1Levanta-te, Jerusalém, e resplan­dece, porque já veio a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti. 2Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos, mas sobre ti se levanta o Senhor e em ti se manifesta a sua glória. 3E as nações caminham ao fulgor de tua luz, e os reis, ao esplendor de tua aurora. 4Ergue os olhos em derredor e vê: todos os povos se congregam e vêm a ti; teus filhos vêm de longe e tuas filhas surgem de todos os lados. 5Então, verás e transbordarás de alegria, teu coração se mara­vilhará e se dilatará, quando a ti vier a multidão de além dos mares, e os grandes dentre os pagãos se acer­carem de ti. 6Serás como inundada pela afluência de camelos e dromedários de Madian e Efa; todos virão de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando os louvores do Senhor.
Gradual / Isaías 60. 6, 1

Todos virão de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando os louvores do Senhor. . Levanta-te, Jerusalém, e resplandece, porque a gló­ria do Senhor se levantou sobre ti.

Aleluia / Mateus 2. 2

Aleluia, aleluia. . Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos com presentes adorar o Senhor. Aleluia.

Evangelho segundo São Mateus 2. 1-12
« Aquele que os Magos adoraram, menino num presépio, adoremo-Lo nós, onipotente nos Céus; e do mesmo modo que os Reis o presentearam com seus tesouros, presenteemo-Lo também, em nossos corações, com ofertas dignas de Deus » (S. Leão, em Matinas).
1Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, nos dias do Rei Herodes, eis que do Oriente vieram uns Magos a Jerusalém, 2perguntan­do: Onde está o recém-nascido, Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-LO. 3Ouvindo isto, o rei Herodes turbou-se e com ele toda a Jerusalém. 4E convocando todos os príncipes dos sa­cerdotes e os escribas do povo, indagava deles onde o Cristo nasceria. 5E eles disseram: Em Belém de Judá1, porque assim está escrito pelo Profeta: 6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de governar o meu povo de Israel. 7Então Herodes, chamando secretamente os Magos, inquiriu cuidadosamente deles o tempo em que lhes aparecera a estrela. 8E enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide e per­guntai diligentemente pelo Menino, e assim que O achardes, fazei-mo saber para que eu vá também e O adore. 9Tendo eles ouvido as palavras do Rei, foram-se. E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que chegando, parou sobre o lugar em que estava o Menino. 10Vendo a estrela, exultaram com grandíssima alegria. 11E entraram na casa, e acha­ram o Menino com Maria, sua Mãe [aqui todos se ajoelham] e, prostrando-se, O adoraram. E abertos os seus tesouros, ofereceram-Lhe como presentes: ouro, incen­so e mirra. 12E, sendo avisados em sonho que não voltassem a Herodes, regressaram por outro caminho a seu país.
1 Miqueias 5. 1
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 71. 10-11
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Os reis de Társis e das ilhas oferecer-Lhe-ão presentes; os reis da Arábia e de Sabá trarão donativos; adorá-Lo-ão todos os reis da terra e os povos todos O servirão.
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon. É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Nós Vos suplicamos, Senhor, olhai propício para as ofertas de vossa Igreja, que não mais Vos ofere­ce ouro, incenso e mirra, porém Aquele mesmo que estes dons simbolizam e que é agora imolado e recebi­do como Alimento, Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, que, sendo Deus, convosco vive e reina.
Communio / Mateus 2. 2
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos com presentes adorar o Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, nós Vos pedimos, ó Deus onipo­tente, que alcancemos com inteligência e pureza de alma o Mistério que celebramos com tão festivo ofício. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Epifania
Ó pequenino Jesus, em Vós reconheço o Rei dos céus e da terra: fazei que eu Vos possa adorar com a fé e o amor dos Magos.
1 — « Hoje o mundo reconheceu Aquele que a Virgem deu à luz... Hoje refulge a festa da Sua manifestação » (BR.). Hoje Jesus manifesta-Se ao mundo como Deus.
O Intróito da Missa introduz-nos diretamente neste espírito, apresentando-nos Jesus na majestade real da Sua divindade: « Eis que veio o soberano Senhor: Ele tem nas Suas mãos o cetro, o poder e o império ». A Epístola (Is. 60, 1-6) prorrompe num hino de glória anunciando a vocação dos gentios à fé; também eles reconhecerão e adorarão em Jesus o seu Deus. « Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque veio a tua luz... E as nações caminharão à tua luz e os reis ao resplendor da tua aurora... Todos virão de Sabá trazendo ouro e incenso e publicando os louvores do Senhor ». Já não se vê, à volta do presépio, a humilde presença dos pastores, mas o faustoso cortejo dos Magos que vieram do Oriente como representantes dos povos pagãos e de todos os reis da terra, para prestarem homenagem ao Deus Menino.
Epifania (ou Teofania) quer dizer « manifestação de Deus »; e esta manifestação de Deus vemo-la realizada em Jesus que hoje Se manifesta ao mundo como seu Deus e Senhor. Já um primeiro prodígio, o da nova estrela aparecida no Oriente, revelara a Sua divindade; mas à recordação deste milagre que ocupa o primeiro lugar na liturgia deste dia, a Igreja junta mais dois: a água convertida em vinho nas bodas de Caná, e o Batismo de Jesus no rio Jordão, enquanto uma voz, vinda do céu, atesta: « Este é o meu Filho muito amado ». « Três milagres ilustraram o santo dia que hoje celebramos », canta a Antífona do Magnificat: três milagres que devem dispor-nos para reconhecer e adorar com fé viva, no Menino Jesus, o nosso Deus, o nosso Rei.
2 — « Vimos a Sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor ». Nestes versículos da Missa de hoje está sintetizada a conduta dos Magos. Ver a estrela e pôr-se a caminho, foi obra de um momento. Não duvidaram porque a sua fé era firme, segura e inteira. Não hesitaram perante a fadiga da longa via­gem, porque o seu coração era generoso. Não deixa­ram para mais tarde, porque a sua alma estava pronta.
No céu das nossas almas também aparece frequen­temente uma estrela: uma inspiração íntima e clara de Deus, que nos convida a um ato de generosidade, de desprendimento, a uma vida de maior intimidade com Ele. Devemos saber sempre seguir a nossa estrela com a fé, com a generosidade e com a prontidão dos Ma­gos. Seguida assim, conduzir-nos-á sem dúvida ao encontro do Senhor, far-nos-á achar Aquele que procuramos.
Os Magos perseveraram na sua busca mesmo quando a estrela desapareceu aos seus olhos; da mesma forma devemos nós perseverar no bem mesmo através das trevas interiores: é a prova da fé, que somente se pode superar com um intenso exercício de fé pura e nua. Sei que Deus assim o quer, sei que Deus me chama e isto basta: Scio cui credidi et certus sum (II Tim. 1, 12); sei quem é aquele em quem acreditei e aconteça o que acontecer nunca poderei duvidar dEle.
Com estas disposições vamos com os Magos ao presépio. « E assim como aqueles ofereceram, dos seus tesouros, místicos dons ao Senhor, saibamos nós também tirar dos nossos corações dons dignos de Deus » (BR.).
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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