sexta-feira, 17 de junho de 2016

Edição nº 266

« Liturgia Dominical »
Ano 5 nº 266 19 de junho de 2016
 5º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
verde – 2a. classe.
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« Deixa a tua oferenda diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e depois vem fazer a tua oblação. » Ev.


« É d'Ele que vem a nossa paz. Haurimo-la na cruz e no altar, para no-la darmos uns aos outros, num gesto de amor e de perdão ».

Intróito / EXÁUDI Salmo 26. 7, 9, 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Ouvi, Senhor, a minha voz, que Vos implora; e sede o meu auxílio; não me abandoneis, nem me desprezeis, ó Deus, meu Salvador. Sl. O Senhor é a minha Luz e a minha Salvação: a quem temerei? . Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
« Nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração do homem pode atingir aquilo que Deus tem preparado para os que O amam. »
Ó Deus, que preparastes bens invisíveis para os que Vos amam, infundi em nossos corações profundo amor, para que, amando-Vos em tudo e acima de tudo, alcancemos as vossas promessas que excedem a todos os desejos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Pedro I. 3. 8-15
A recompensa imediata da prática do bem e da caridade fraterna, é sentir sobre si o olhar amoroso de Deus.
Caríssimos: 8Sede todos perfeitamente unidos na oração, compassivos, amantes de vossos irmãos, misericordiosos, modestos e humildes. 9Não retribuais mal por mal, nem injúria com injúria; mas pelo contrário, abençoai; pois, para isto sois chamados, a fim de receberdes em herança a benção. 10Porque o que quer amar a vida e ver felizes dias, refreie a sua língua do mal, e não deixe que os seus lábios profiram mentiras. 11Aparte-se ele do mal e faça o bem; procure a paz, e nela prossiga, 12pois, os olhos do Senhor estão sobre os Justos, e seus ouvidos, atentos às suas súplicas. O olhar irado do Senhor, porém, ameaça os que praticam o mal. 13Quem poderá prejudicar-vos, se fordes zelosos no bem? 14E felizes de vós mesmos, se padecerdes algo por amor da justiça. Deles não tenhais medo nem vos perturbeis. 15Guardai, porém, o Cristo, o Senhor, santo em vossos corações. 
Gradual / Salmo 83. 10, 9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Olhai para nós, ó Deus, nosso protetor, e atendei a vossos servos. . Senhor, Deus dos exércitos, ouvi as preces de vossos servos.
Aleluia / Salmo 20. 2
Aleluia, aleluia. . Senhor, o Rei se alegra com o vosso poder e grandemente exulta, porque Vós o salvastes. Aleluia.
& Evangelho segundo São Mateus 5. 20-24
A exigência da caridade cristã estende-se às mais secretas intenções: às disposições do coração. É preciso reconciliarmo-nos com nossos irmãos, antes de nos reconciliarmos com Deus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20Se vossa justiça não vai além da justiça dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e quem matar, será réu em juízo. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão, será levado a tribunal; e o que chamar a seu irmão: raca1, será réu diante do Conselho. E o que disser: louco, merece ser condenado ao fogo do inferno2. 23Portanto, se trouxeres a tua oferenda ao altar, e te lembrares que o teu irmão tem contra ti alguma coisa, 24deixa a tua oferenda diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e depois vem fazer a tua oblação.
1. Palavra aramaica que significa: « cabeça oca ».
2. Ou: a  « geena », lugar de sofrimento dos réprobos.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 15. 7, 8
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Bendirei o Senhor, que me deu a inteligência. Tenho a Deus continuamente diante de minhas vistas; pois, está à minha destra, para que eu não vacile. 
Secreta
É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Sede favorável, Senhor, às nossas súplicas, e recebei, benigno, estas oblações de vossos servos e servas, a fim de que seja proveitoso para a salvação de todos, o que cada um oferece para a glória de vosso Nome.  Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 26. 4
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Uma só coisa peço ao Senhor; e esta procuro: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Senhor, já nos saciastes com o Dom celestial; concedei, Vos pedimos, sejamos purificados de nossos pecados ocultos, e livres das ciladas de nossos inimigos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação
Concórdia Fraterna
Ó Senhor, ensinai-me a viver em perfeita harmonia com o próximo para que as minhas orações e as minhas ofertas Vos sejam agradáveis.
1 — Este domingo poderia chamar-se o domingo da concórdia, virtude tão necessária para manter relações fraternas com o próximo. « Caríssimos — exorta-nos S. Pedro na Epístola (I, 3, 8-15) — sede todos de um mesmo coração, compassivos, amantes dos irmãos, misericordiosos, modestos, humildes ». O Apóstolo fala-nos de um modo muito prático e realista; ele sabe que, dada a nossa fragilidade e limitação, é impossível conservar a concórdia se não nos sabemos compadecer dos defeitos alheios, se não sabemos ser misericordiosos com quem nos causa dissabores, se não sabemos suportar humildemente qualquer ofensa. Aquele que, para viver em perfeita harmonia com os outros, pretendesse nunca ter de suportar nenhum aborrecimento, nenhum desgosto, não ser nunca contrariado ou incomodado, bem pouca experiência teria da realidade da vida e esqueceria que não somos puros espíritos, mas espíritos limitados pela matéria; esqueceria que « somos homens mortais, frágeis, enfermos, que transportamos vasos de barro [isto é, o corpo], causa de mútuas angústias » (Sto. Agostinho), tal como vasilhas de barro que, viajando no mesmo carro, chocando umas com as outras, ocasionam prejuízo recíproco. A nossa limitação produz em nós mentalidades, gostos, interesses diferentes uns dos outros, pelo que nem sempre nos entendemos e, por vezes, mesmo sem querer e sem sombra de má intenção, cada um age em sentido oposto ao outro. O remédio para estes inconvenientes inevitáveis é o que nos sugere Sto. Agostinho: se a limitação da nossa natureza nos é motivo de recíprocas amarguras, « dilatentur spatia caritatis », dilatem-se as dimensões da caridade, ou seja, dilatemos o coração com uma caridade maior para nos sabermos compadecer e compreender mutuamente e, além disso, exercitemo-nos mais na humildade para vencermos os ressentimentos do amor próprio. Mesmo que agisse contra nós por má vontade, devíamos saber perdoar-lhe, segundo a palavra do Apóstolo: « não retribuais mal por mal, nem maldição por maldição, mas, pelo contrário, bendizei... E até se alguma coisa sofreis pela justiça, sois bem-aventurados! ... Mas bendizei Cristo Senhor em vossos corações ».
2 — O Evangelho (Mt. 5, 20-24), retoma e aprofunda o mesmo argumento. Em primeiro lugar, Jesus diz-nos: « Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos céus ». É uma clara alusão à nova lei do amor que Jesus nos trouxe e que supera em muito a pura lei da justiça: não podemos contentar-nos — como se contentavam os fariseus — em não causar dano ao próximo, mas devemos praticar para com ele uma delicada caridade fraterna.  Não basta « não matar » para fugir ao « juízo », ensina o Mestre, pois « todo aquele que se irar contra seu irmão, será condenado em juízo ». Eis um outro aspecto da nova lei proposta por Jesus: não basta ser justo no exterior, é preciso sê-lo sobretudo no interior, ou seja, no coração; não basta evitar a ofensa externa ao próximo, mas é também necessário evitar, ou melhor, reprimir o ressentimento interior. Os fariseus, com a sua interpretação material da lei, tinham-lhe esquecido completamente o espírito, tinham esquecido que os olhos do Senhor nos olham sempre e não somente vêem o exterior, mas ainda o interior, de maneira que não se podem esconder dEle a ira e o ressentimento que se ocultam no coração. De resto, até no trato com o próximo Jesus nos pede uma grande delicadeza, exigindo que se evitem não só as ações mas também as palavras ofensivas. E Ele tem de tal modo a peito a caridade e a concórdia fraternas, que não hesita em dizer-nos: « Se estás para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta... e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão ». Quanto nos ama o Senhor! « Ele — observa com sutileza S. João Crisóstomo — não cuida se quer da Sua honra quando se trata de exigir o amor do próximo. 'Interrompa-se embora o meu culto, diz, mas restabeleça-se a tua caridade' ». Como poderão ser agradáveis a Deus as nossas orações e as nossas oferendas, se entre nós e o nosso próximo houver qualquer coisa que impeça a perfeita concórdia?
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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