«Liturgia da Santa Missa»
Ano
12 – nº 664 – 25 de junho de 2023
† 4º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Por
causa de algumas mudanças feitas no decorrer do tempo, há apenas, pequeno, ou
mesmo nenhum nexo entre o Evangelho e os outros textos das Missas depois de
Pentecostes. A Missa de hoje tem como tema: a confiança em Deus. A Epístola e o
Evangelho mostramnos quando esta confiança é mais necessária. E é nos
sofrimentos e nos trabalhos desta vida. A esperança e a certeza da glória futura
nos dão coragem, pelo que, mesmo aqui neste mundo, não devemos temer. Aquele
que para a nossa salvação fundou a Igreja, também a governará na pessoa de seus
representantes. A barca de Pedro não soçobrará, pois o Senhor é a sua salvação.
O Senhor é realmente a nossa Luz e a nossa Salvação: a quem temeremos? O Senhor
é o defensor de nossa vida! (Intróito).
«Afastai-Vos de mim, Senhor, que sou homem
pecador.» Ev.
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
– às 7h, 9h* e 19h, em nossa igreja matriz;
* Santa Missa do Encontro
Geral da Cruzada Eucarística de toda a Administração Apostólica
celebrada por
nosso Bispo Dom Fernando Arêas Rifan;
– às 17h, na Capela de São João Batista em São Roque.
Serão transmitidas, direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM 89.3, pelo Facebook e pelo YouTube, e também a Santa Missa das 19h, pelo Facebook e YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e
19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e
19h)
Intróito / DÓMINUS – Salmo
26. 1, 2, 3
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade
do dia.
Dóminus illuminátio mea et salus mea, quem timebo?
Dóminus defensor vitæ meæ, a quo trepidábo? qui tríbulant me inimíci mei, ipsi
infirmáti sunt, et cecidérunt. Si consístant advérsum me castra: non timébit
cor meum. ℣. Glória Patri.
O Senhor é a minha Luz e a minha
Salvação; a quem temerei? O Senhor é o defensor de minha vida; de que tremerei?
Os inimigos que me oprimem, caem eles mesmos, sem forças. Sl. Ainda que um
exército se levante contra mim, meu coração não temerá. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
A sublime e santa devoção da Igreja teme a guerra e a confusão, pede a
Deus que regule todas as coisas e nos dê a paz, necessária às almas para bem servirem.
Da nobis, quǽsumus, Dómine: ut et mundi cursus
pacífice nobis tuo órdine dirigátur; et Ecclésia tua tranquílla devotióne
lætétur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Concedei,
Senhor, Vos pedimos, que os acontecimentos deste mundo por vossa disposição
corram tranquilamente para nós e que a vossa Igreja se alegre em Vos servir em
paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 8. 18-23
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
A aplicação da vitória de Cristo à nossa vida humana opera-se em dois
momentos: na Terra, pela adoção batismal; no Céu, pela entrada na glória. Temos
agora de suportar a nossa cota-parte de sofrimento. O sofrimento tem valor de
redenção e fica muito aquém da glória que nos espera.
Fratres: Exístimo, quod non sunt condígnæ passiónes
huius témporis ad futúram glóriam, quæ revelábitur in nobis. Nam exspectátio
creatúræ revelatiónem filiórum Dei exspéctat. Vanitáti enim creatúra subiécta
est, non volens, sed propter eum, qui subiécit eam in spe: quia et ipsa
creatúra liberábitur a servitúte corruptiónis, in libertátem glóriæ filiórum
Dei. Scimus enim, quod omnis creatúra ingemíscit et párturit usque adhuc. Non
solum autem illa, sed et nos ipsi primítias spíritus habéntes: et ipsi intra
nos gémimus, adoptiónem filiórum Dei exspectántes, redemptiónem córporis
nostri: in Christo Iesu, Dómino nostro.
Irmãos: 18Tenho por certo que os sofrimentos da vida presente
não têm proporção alguma com a glória vindoura que se manifestará em nós. 19Também a criatura espera ansiosamente pela
manifestação dos filhos de Deus. 20Porque a criatura está sujeita a
perecer1, não por seu querer, mas pelo d’Aquele que a
sujeitou, na esperança, 21porém, de que também a criatura será
livre da corrupção e alcançará a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. 22Bem sabemos que todas as criaturas gemem e estão
como em dores até agora. 23E não somente elas, mas também nós
mesmos, que temos as primícias do Espírito. Também nós gememos dentro de nós
mesmos, esperando a adoção de filhos de Deus, e a redenção de nosso corpo, no
Cristo Jesus, Senhor Nosso.
1. Isto é: à desordem derivada do pecado... O sentido geral da perícope resume-se em que a criação é, de algum modo, solidária do homem, a cuja sorte Deus a vinculou, no sofrimento e na glória.
Gradual / Salmo
78. 9,10
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou
sugeridos pelo Mistério do dia.
Propítius esto, Dómine, peccátis nostris: ne quando
dicant gentes: Ubi est Deus eórum? ℣. Adiuva nos, Deus,
salutáris noster: et propter honórem nóminis tui, Dómine, líbera nos.
Perdoai,
Senhor, os nossos pecados, para que não digam os pagãos: Onde está o Deus
deles? ℣.
Ajudai-nos, ó Deus, Salvador nosso, e
pela glória de vosso Nome, livrai-nos, Senhor.
Aleluia / Salmo 9. 5,
10
Allelúia, allelúia. ℣. Deus, qui sedes super thronum, et iúdicas
æquitátem: esto refúgium páuperum in tribulatióne. Allelúia.
Aleluia,
aleluia. ℣. Ó Deus, que em trono elevado Vos assentais para
julgar com justiça, sede o refúgio dos pobres na tribulação. Aleluia.
Evangelho segundo São Lucas 5. 1-11
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
Desde a manhã de Pentecostes, a pregação dos Apóstolos ia fazer
conversões sem conta. Era a realização da palavra de Jesus a Simão Pedro: «De
futuro, serás pescador de homens.» Esta promessa continua a verificar-se na
Igreja, no decorrer dos séculos.
In illo témpore:
Cum turbæ irrúerent in Iesum, ut audírent verbum Dei, et ipse stabat secus
stagnum Genésareth. Et
vidit duas naves stantes secus stagnum: piscatóres autem descénderant et
lavábant rétia. Ascéndens autem in unam navim, quæ erat Simónis, rogávit eum a
terra redúcere pusíllum. Et sedens docébat de navícula turbas. Ut cessávit
autem loqui, dixit ad Simónem: Duc in altum, et laxáte rétia vestra in
captúram. Et respóndens Simon, dixit illi: Præcéptor, per totam noctem
laborántes, nihil cépimus: in verbo autem tuo laxábo rete. Et cum hoc
fecíssent, conclusérunt píscium multitúdinem copiósam: rumpebátur autem rete
eórum. Et annuérunt sóciis, qui erant in ália navi, ut venírent et adiuvárent
eos. Et venérunt, et implevérunt ambas navículas, ita ut pæne mergeréntur. Quod
cum vidéret Simon Petrus, prócidit ad génua Iesu, dicens: Exi a me, quia homo
peccátor sum, Dómine. Stupor enim circumdéderat eum et omnes, qui cum illo
erant, in captúra píscium, quam céperant: simíliter autem Iacóbum et Ioánnem,
fílios Zebedǽi, qui erant sócii Simónis. Et ait ad Simónem Iesus: Noli timére:
ex hoc iam hómines eris cápiens. Et subdúctis ad terram návibus, relictis ómnibus,
secuti sunt eum.
Naquele
tempo, 1cercado pela multidão que viera ouvir a
palavra de Deus, viu Jesus, que estava nas margens do lago de Genesaré, 2duas barcas paradas à borda desse lago. Os
pescadores haviam descido e lavavam as redes. 3Entrou [Jesus] em uma daquelas barcas, que era de
Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Sentou-se, então, e da
barca pôs-se a ensinar às turbas. 4Quando cessou de falar, disse a Simão:
Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes [disse aos outros] para a
pesca. 5Respondendo, Simão disse-Lhe: Mestre,
trabalhamos toda a noite, e nada apanhamos; mas por vossa palavra, lançarei a
rede. 6Feito isto, apanharam tão grande
quantidade de peixes, que a rede se rompia. 7E acenaram aos companheiros, que estavam na outra
barca, para que os viessem ajudar. Vieram [estes] e encheram as duas barcas, de
modo que estas submergiam. 8Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos
pés de Jesus, dizendo: Afastai-Vos de mim, Senhor, que sou homem pecador. 9Porque estava atônito, como todos os que com ele se
achavam, pela pesca que haviam feito. 10E igualmente o estavam Tiago e João,
filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não
temas; daqui em diante serás pescador de homens. 11E conduzidas as barcas para terra, eles deixaram
tudo e O seguiram.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da
fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de
fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo
12. 4-5
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Illúmina óculos meos, ne umquam obdórmiam in morte:
ne quando dicat inimícus meus: Præválui advérsus eum.
Iluminai
os meus olhos, para que eu não adormeça na morte; para que o meu inimigo não
diga, um dia: Prevaleci contra ele.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Oblatiónibus nostris, quǽsumus, Dómine, placáre
suscéptis: et ad te nostras étiam rebélles compélle propítius voluntátes. Per
Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós
Vos rogamos, Senhor, aplacai a vossa ira, aceitando as nossas oblações, e
fazei, benigno, que por Vós sejam atraídas as nossas vontades rebeldes. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo
17. 3
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Dóminus firmaméntum meum, et refúgium meum, et
liberátor meus: Deus meus, adiútor meus.
O Senhor é a minha força, o meu refúgio e
o meu libertador. Meu Deus, Vós sois meu auxílio.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Mystéria nos, Dómine, quǽsumus, sumpta puríficent:
et suo múnere tueántur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Fazei,
Senhor, Vos rogamos, que os Mistérios recebidos nos purifiquem, e com a sua
força nos protejam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Confiança Inabalável
Ó Senhor, fazei-me compreender que de mim nada sou e nada posso; e o que
posso, unicamente o posso em Vós.
1 – Dois pensamentos dominam a liturgia
da Missa de hoje: uma grande confiança em Deus e um vivo sentimento da miséria
e insuficiência humanas. Dois sentimentos estreitamente unidos entre si, porque
a consciência do nosso nada nos leva a pôr em Deus toda a confiança e porque
esta confiança cresce em nós na medida em que mais estivermos convencidos da
nossa pequenez.
A Missa começa com um grito de inabalável
esperança: «O Senhor é a minha luz e salvação; de quem poderei ter medo?» (Intr.).
O Senhor está comigo no Santíssimo Sacramento do altar, o Senhor vem a mim na
Sagrada Comunhão: o que me poderá separar dEle? O que me poderá causar temor?
Por outro lado, conheço a minha
fraqueza: as minhas quedas, as minhas infidelidades estão-me sempre presentes.
Como tenho necessidade, por isso, de repetir humildemente a bela oração do
Gradual: «Perdoai, Senhor, os nossos pecados... Socorrei-nos, ó Deus, salvação
nossa, pela glória do Vosso nome». Sim, apesar dos contínuos socorros da graça
divina, das numerosas confissões e comunhões, tenho de constatar todos os dias
novas faltas, tenho de recomeçar todos os dias. A luta é árdua e trabalhosa,
mas hoje, na Epístola (Rom. 8, 18-23) São Paulo recordar-nos «que os
sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória» que nos espera.
Pensamento consolador, pensamento de esperança e confiança; todavia, isto não
me impede de sentir o gemido da natureza que suspira pela libertação, pela
total redenção. Também o Apóstolo o experimentou e disse: «Nós
mesmos, que temos as primícias do Espirito, gememos dentro de nós esperando a
adoção de filhos de Deus, a redenção do nosso corpo em Jesus Cristo». Quanto
mais sofremos por causa da nossa miséria, tanto mais nos lançamos em Cristo com
plena confiança na Sua Redenção.
2 – Pode dizer-se que o Evangelho de
hoje (Lc. 5, 1-11) é a demonstração prática das palavras de Jesus: «Sem
mim nada podeis fazer» (Jo. 15, 5). Simão e os seus companheiros tinham-se
fatigado toda a noite sem pescar nada: eis o que conseguiram fazer sozinhos. Se
tens um pouco de experiência da vida espiritual, reconhecerás que caíste também
muitas vezes. Quantos esforços para te libertares de algum apego, para
esqueceres certas ofensas recebidas, para te adaptares ao modo de agir dos
outros ou para sujeitares a tua vontade! E depois de te cansares tanto, ficaste
com as mãos vazias, tal como Pedro encontrou inexoravelmente vazia a sua rede.
Pois bem, não desanimes. Se em lugar de te irritares com o teu insucesso,
souberes reconhecê-lo humildemente, ele tornar-se-á o princípio da tua vitória.
Assim aconteceu também a Pedro depois de ter confessado em público que não
apanhara nada. Santa Teresa do Menino Jesus comenta: «É possível que se
ele tivesse apanhado alguns peixinhos, Jesus não tivesse feito o milagre; mas
ele não tinha nada, por isso Jesus encheu-lhe muito depressa a rede a ponto de
quase se romper. Eis o caráter de Jesus: Ele dá como Deus, mas quer a humildade
de coração» (Cart. 140).
Apesar da tua vontade de avançar na
virtude, o Senhor não permite que obtenhas algum êxito enquanto não te vir
completamente convencido da tua impotência, da tua incapacidade; para te
convencer disto, deixa-te, como deixou Pedro, «trabalhar toda a noite sem
apanhar nada». Depois, na medida em que te vir bem persuadido da tua indigência
e disposto a confessá-la abertamente, virá em teu auxílio. Portanto, deves ter
uma grande fé nEle e, sem te deixares desanimar pelos fracassos até agora
sofridos, recomeçar de novo cada dia. Confiado «na Sua palavra». Se
aprendeste a não confiar nas tuas forças, deves aprender também a ter plena
confiança no auxílio divino. Se até hoje não pescaste nada, é porque te faltou
esta confiança inabalável e esta falta, além de desagradar a Jesus, paralisa a
tua vida espiritual. Repete, pois, com o mesmo ardor de Pedro: «in verbo
tuo laxabo rete», Senhor, à Vossa palavra lançarei a rede. Mas repete-o em cada
dia, em cada momento, sem nunca te cansares.
MADALENA,
Padre Gabriel de Santa Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto: Edições Carmelitanas, 1967, p. 839-841.
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