«Liturgia Dominical»
Ano 12 – nº 651 – 16 de abril
de 2023
† Domingo In Albis,
Oitava da Páscoa
Domingo
da Divina Misericórdia
branco – 1ª classe.
Os cinco domingos que se seguem, celebram o
Salvador ressuscitado. Mostram seu amor para com as almas remidas por seu
preciosíssimo Sangue.
Neste domingo, Nosso Senhor fortalece a fé do
Apóstolo S. Tomé e como a deste Santo, também a nossa. No II domingo, Jesus
manifesta-se como «Bom Pastor» que cuida de suas ovelhas, até o fim dos
séculos. Os últimos três domingos preparam a sua despedida e a missão do
Espírito Santo.
Ontem depuseram os neófitos as suas túnicas brancas
para retomarem hoje as suas vestimentas comuns. Embora S. Pedro os convide com
palavras de ternura «como meninos recém-nascidos, desejai sinceramente o leite
espiritual» (Intróito), a Missa de hoje prepara-os todavia, para a luta na
arena da vida. A vitória que vence o
mundo é a nossa fé. Da necessidade desta fé nos falam a Epístola e o Evangelho:
Bem-aventurados os que não viram e contudo creram.
A essa fé nos exorta a própria igreja onde antigamente se reuniam os fiéis em, Roma, a basílica de S. Pancrácio. Mártir pela fé aos quatorze anos de idade, este Santo é um exemplo glorioso de fidelidade às suas promessas batismais, para os que militam nas fileiras de Jesus Cristo.
«Meu Senhor e meu Deus!» Ev.
Avisos Paroquiais
Atenção para os horários
das Santas Missas neste Domingo:
- às 7h, 9h e 19h em nossa
igreja matriz;
- às 10h na Capela de
São Brás, em Sesmaria;
- às 18h na Capela de
Santo Antônio, em Córrego Seco;
- às 18h na Capela de
Santa Isabel, em Usina Santa Isabel;
Serão transmitidas, direto da nossa igreja matriz, a Santa Missa das 7h, pela Rádio Bom Jesus FM 89.3, pelo Facebook e YouTube, e a Santa Missa das 19h, pelo Facebook e YouTube.
Redes Sociais:
Facebook – https://www.facebook.com/ParoquiadoSenhorBomJesusCrucificado
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa
Missa 7h e 19h)
(Transmissão ao Vivo – Santa Missa 7h e 19h)
Canto
solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade
do dia.
Quasi modo géniti infántes, allelúia: rationabiles,
sine dolo lac concupíscite, allelúia, allelúia, allelúia. Ps. Exsultáte Deo,
adiutóri nostro: iubiláte Deo Iacob. ℣. Glória Patri.
Como
meninos recém-nascidos, aleluia; razoáveis, todavia, desejais sinceramente o
leite [espiritual], aleluia, aleluia, aleluia. Sl. Cantai alegremente a Deus,
nosso auxílio; cantai jubilosos ao Deus de Jacó. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
«O povo, que Deus para si gerou, nas águas do batismo, é um povo de
homens puros; que Ele guarde, pois, sem mancha a brancura da sua vida nova» (S.
Clemente de Alexandria).
Præsta, quǽsumus, omnípotens Deus: ut, qui paschália
festa perégimus, hæc, te largiénte, móribus et vita teneámus. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Fazei,
Vos pedimos, ó Deus onipotente, que tendo celebrado as festas pascais, por
vossa graça conservemos o seu espírito, tanto em nossa vida como em nossos
costumes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola de
São João I. 5. 4-10
Leitura
ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome.
A vitória sobre o pecado e sobre a morte, que se afirma na Ressureição
do Senhor, torna-se, para o cristão, que vive na fé do seu batismo, um penhor
de glória.
Caríssimi: Omne, quod natum est ex Deo, vincit
mundum: et hæc est victoria, quæ vincit mundum, fides nostra. Quis est, qui
vincit mundum, nisi qui credit, quóniam Iesus est Fílius Dei? Hic est, qui
venit per aquam et sánguinem, Iesus Christus: non in aqua solum, sed in aqua et
sánguine. Et
Spíritus est, qui testificátur, quóniam Christus est véritas. Quóniam tres
sunt, qui testimónium dant in cælo: Pater, Verbum, et Spíritus Sanctus: et hi
tres unum sunt. Et tres sunt, qui testimónium dant in terra: Spíritus, et aqua,
et sanguis: et hi tres unum sunt. Si testimónium hóminum accípimus, testimónium
Dei maius est: quóniam hoc est testimónium Dei, quod maius est: quóniam
testificátus est de Fílio suo. Qui credit in Fílium Dei, habet testimónium Dei
in se.
Caríssimos: 4tudo o que nasceu de Deus vence o
mundo; e a vitória que vence o mundo, é a nossa fé. 5Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser
Jesus o Filho de Deus? 6Ele é O que veio
pela água e pelo sangue, Jesus Cristo; não só pela água, senão pela água e pelo
sangue [batismo e morte na cruz]. Também o Espírito é o que dá testemunho que
Cristo é a Verdade1. 7Porque três são os que testemunham no céu: 8o Pai, o Verbo e o Espírito Santo; e estes três são
um só [testemunho]. E são três os que testemunham na terra: o Espírito, a água
e o sangue; e estes três são um só [testemunho]. 9Se admitimos o testemunho dos homens, o testemunho
de Deus é o maior; ora este é o testemunho de Deus, que é o maior, porque Ele o
deu de seu Filho. 10Quem crê no Filho de Deus tem em si o
testemunho de Deus.
1. O texto grego original, inquestionavelmente preferível, lê apenas: E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.
Aleluia
/ Mateus 28. 7; João
20. 26
Gradual e
Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que
traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos
pelo Mistério do dia.
Allelúia, allelúia. ℣. In die
resurrectiónis meæ, dicit Dóminus, præcédam vos in Galilǽam. Allelúia. ℣. Post dies octo,
iánuis clausis, stetit Iesus in médio discipulórum suórum, et dixit: Pax vobis.
Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. No dia de minha Ressurreição,
diz o Senhor, eu vos precederei na Galileia. Aleluia. ℣. Oito dias depois, fechadas as
portas, apareceu Jesus no meio de seus discípulos e disse: A paz seja convosco. Aleluia.
Evangelho segundo
São João 20. 19-31
Proclamação
solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a
leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para
com ele, exige seja escutado de pé.
É o próprio Senhor que consolida, com as suas aparições aos discípulos,
a nossa fé, e diz a Tomé o apreço em que a tem. Bem-aventurados os que tem fé!
Ingressam na vida autêntica, a do Espírito, que Jesus lhes insufla, e lhes
merece a indefectível paz de Deus.
In illo témpore: Cum sero esset die illo, una
sabbatórum, et fores essent clausæ, ubi erant discípuli congregáti propter
metum Iudæórum: venit Iesus, et stetit in médio, et dixit eis: Pax vobis. Et
cum hoc dixísset, osténdit eis manus et latus. Gavísi sunt ergo discípuli, viso
Dómino. Dixit ergo eis íterum: Pax vobis. Sicut misit me Pater, et ego mitto
vos. Hæc cum dixísset, insufflávit, et dixit eis: Accípite Spíritum Sanctum:
quorum remiseritis peccáta, remittúntur eis; et quorum retinuéritis, reténta
sunt. Thomas autem unus ex duódecim, qui dícitur Dídymus, non erat cum eis,
quando venit Iesus. Dixérunt ergo ei alii discípuli: Vídimus Dóminum. Ille
autem dixit eis: Nisi vídero in mánibus eius fixúram clavórum, et mittam
dígitum meum in locum clavórum, et mittam manum meam in latus eius, non credam.
Et post dies octo, íterum erant discípuli eius intus, et Thomas cum eis. Venit
Iesus, iánuis clausis, et stetit in médio, et dixit: Pax vobis. Deinde dicit
Thomæ: Infer dígitum tuum huc et vide manus meas, et affer manum tuam et mitte
in latus meum: et noli esse incrédulus, sed fidélis. Respóndit Thomas et dixit ei: Dóminus
meus et Deus meus. Dixit ei Iesus: Quia vidísti me, Thoma, credidísti: beáti,
qui non vidérunt, et credidérunt. Multa quidem et alia signa fecit Iesus in
conspéctu discipulórum suórum, quæ non sunt scripta in libro hoc. Hæc autem
scripta sunt, ut credátis, quia Iesus est Christus, Fílius Dei: et ut credéntes
vitam habeátis in nómine eius.
Naquele tempo, 19chegada já a tarde daquele dia, que era o primeiro
dia da semana, e estando fechadas as portas do lugar onde se achavam reunidos
os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, e pondo-se no meio deles,
disse-lhes: A paz seja convosco. 20E
dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se muito os discípulos,
vendo o Senhor. 21Disse-lhes Jesus outra vez: A paz seja
convosco. Assim como meu Pai me enviou, assim também eu vos envio. 22Ditas estas palavras, soprou sobre eles,
dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão
perdoados: e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava
com eles, quando veio Jesus. 25Disseram-lhe,
pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor! Ele, porém, lhes disse: Se eu não
vir em suas mãos o sinal dos cravos, e não meter o meu dedo no lugar dos
cravos, e se não meter minha mão em seu lado, não acreditarei. 26Oito dias depois, estavam os discípulos de Jesus
outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Veio Jesus, estando fechadas as
portas. E pondo-se no meio deles, disse: A paz seja convosco! 27Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo, e vê as
minhas mãos; chega também a tua mão e mete em meu lado; não sejas incrédulo,
mas fiel. 28Respondeu Tomé e disse-Lhe: Meu Senhor
e meu Deus! 29Disse-lhe Jesus: Tu crestes, ó Tomé,
porque me viste; bem-aventurados os que não viram e, todavia, creram. 30Jesus fez ainda, em presença dos discípulos muitos
outros milagres, que não foram escritos neste livro. 31Estes, porém, foram escritos para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que, crendo, tenhais a vida em seu
Nome.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve
compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja,
afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / S.
Mateus 28. 2, 5, 6
Com o
Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Angelus Dómini descéndit de cælo, et dixit
muliéribus: Quem quǽritis, surréxit, sicut dixit, allelúia.
Um Anjo do Senhor desceu do céu e disse às mulheres:
Aquele a quem buscais, ressuscitou, como havia dito, aleluia.
Secreta
É a
antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
Suscipe múnera, Dómine, quǽsumus, exsultántis
Ecclésiæ: et, cui causam tanti gáudii præstitísti, perpétuæ fructum concéde
lætítiæ. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Recebei, Senhor, as ofertas que a vossa Igreja
alegremente Vos consagra; e assim como lhe proporcionastes tamanho gozo,
concedei-lhes também por fruto a perpétua alegria. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Communio
/ São João 20. 27
Alternando
com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão
dos fiéis.
Mitte manum tuam, et cognósce loca clavórum,
allelúia: et noli esse incrédulus, sed fidélis, allelúia, allelúia.
Mete a tua mão e reconhece o lugar dos
cravos, aleluia. E não sejas incrédulo, mas fiel, aleluia, aleluia.
Postcommunio
Súplica a
Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Quǽsumus, Dómine, Deus noster: ut sacrosáncta
mystéria, quæ pro reparatiónis nostræ munímine contulísti; et præsens nobis
remédium esse fácias et futúrum. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Nós Vos suplicamos, Senhor, Deus nosso, que os sacrossantos Mistérios que instituístes para nos assegurar a graça de nossa regeneração, nos sirvam de remédio presente e futuro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Frutos Pascais
Ó Jesus, aproximo-me de Vós, como Tomé. Fazei que eu não seja incrédulo,
mas fiel.
1 – A liturgia de hoje
dirige-se de modo particular aos neo-batizados que uma semana depois da Páscoa
depunham as vestes brancas recebidas na fonte sagrada. A eles é dirigida a
afetuosa recomendação de S. Pedro que lemos no Intróito da Missa: «Como
crianças recém-nascidas desejai o leite puro, espiritual». Ouçamos nestas palavras
o eco da solicitude maternal da Igreja para com os seus filhos que ela
regenerou em Cristo, e sobretudo para com os que acabam de nascer. Mas esta
solicitude é também para nós, pois que, embora tenhamos sido batizados logo
após o nascimento, pode bem dizer-se que cada ano, pela Páscoa, ressurgindo em
Cristo, renascemos nEle para uma vida nova. Devemos, por isso, também nós ser
semelhantes a «crianças recém-nascidas» nas quais não há malícia, nem fraude,
nem orgulho, nem presunção, mas tudo é candura e simplicidade, confiança e
amor. É um belo convite àquela infância espiritual que Jesus nos propõe como
condição indispensável para alcançar a salvação: «se vos não converterdes e vos
não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus» (Mt. 18, 3). Cada onda de graça ao purificar e sarar a nossa
alma do pecado e das suas raízes, faz-nos renascer para uma vida nova em
Cristo, vida inocente e pura, que suspira somente pelo «leite puro,
espiritual», da doutrina de Cristo, do Seu amor e das Suas graças. Mas hoje a
Igreja quer orientar de modo particular os nossos desejos para a fé: a fé que
nos faz aderir a Jesus para sermos por Ele instruídos, alimentados e guiados
para a vida eterna. Aqui também vem a propósito a palavra do Mestre que
meditamos na semana passada: «O que crê em mim, do seu seio correrão rios de
água viva... que jorra para a vida eterna» (Jo. 7, 38; 4, 14).
Aproximemo-nos de Jesus com a fé simples e sincera das crianças e Ele nos dará
a abundância da Sua graça, penhor da vida eterna.
2 – O Evangelho deste dia
(Jo. 20. 19-31), tem uma virtude muito particular
para nos confirmar na fé.
A dúvida de S. Tomé confirma-nos na fé
porque, como diz S. Gregório, «foi mais útil para nós a sua incredulidade do
que a fé dos outros apóstolos». Se ele não tivesse duvidado, nenhum homem teria
metido o dedo «nas chagas dos cravos e a mão no lado» do Senhor. Jesus teve
piedade da pouca fé do Apóstolo e também da nossa; e deixou-Se não somente ver
como já tinha feito aos outros, mas também tocar, permitindo a Tomé, o
incrédulo, o que não tinha consentido a Maria Madalena, a fidelíssima. Disto
deduzimos a conduta de Deus: não nega consolações sensíveis e sinais mais ou
menos palpáveis da Sua presença a almas ainda titubeantes na fé, mas conduz
muitas vezes por caminhos completamente obscuros aqueles que se deram a Ele de
modo irrevogável e com cuja fé sabe que pode contar. Deus é Pai, a cada alma
que O procura com sinceridade não nega quanto é necessário para sustentar a sua
fé, mas recusa muitas vezes aos mais fortes o que concede aos mais fracos. É
esta a lição que Cristo nos dá: «bem-aventurados os que não viram e creram».
Felizes aqueles que, para acreditarem em Deus, não precisam de ver ou de tocar,
não tem necessidade de sinais sensíveis, mas podem afirmar sem reticências:
«Scio cui credidi» (II Tim. 1, 12),
sei em quem pus a minha confiança e estou seguro dEle. Uma fé assim é mais
meritória para nós porque, fundando-se só na palavra de Deus, é totalmente
sobrenatural. É mais honrosa para Deus, porque Lhe dá pleno crédito, sem exigir
nenhuma prova, mas persevera também no meio da obscuridade e dos fatos mais
desconcertantes, quando parece que o céu está fechado e o Senhor está surdo aos
nossos gemidos.
Uma fé tão forte é certamente fruto da
graça de Deus, mas devemos preparar-nos para a receber, quer pedindo-a com a
oração, quer exercitando-nos na própria fé.
MADALENA, Padre Gabriel de Santa
Maria. Intimidade Divina. 2. ed.
Porto:
Edições Carmelitanas, 1967, p. 573-576.
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