«Liturgia Dominical»
Ano 9 – nº 506 – 27 de setembro
de 2020
† 17º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
«Ut sint unum: para
que eles sejam um só», pediu Jesus na última Ceia. Desde aquele momento, não cessa em cada uma
das santas Missas de querer esta união entre os fiéis. De um modo particular, Ele o faz na Missa
deste domingo. Pela boca do Apóstolo, na Epístola, recomenda-nos esta união.
Ele próprio a ordena no Evangelho. Em virtude de sua divindade e sendo Ele o Medianeiro
entre Deus e os homens, compete-Lhe o direito de ordenar. Como outrora, no
cativeiro de Babilônia, Daniel implorou o perdão para o povo penitente
(Ofertório), assim Jesus Cristo se sacrifica por nossos pecados, implora perdão
no Santo Sacrifício e destrói o que possa perturbar a paz e a união da Igreja.
Mestre, qual é o mandamento da lei? Ev
Hoje é o dia da Bíblia.
Teremos 8 (sete) Santas Missas para o cumprimento do preceito dominical: sábado às 19h, Domingo às 6h, 8h, 16h e 19h em nossa Igreja Matriz, Domingo às 10h na Capela de São Brás em Sesmaria, 17h na Capela de Santo Antônio em Córrego Seco e 18h na Capela de São José na Serrinha.
Serão transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Divulgação:
Site - http://bomjesuscrucificado.org.br/
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo - Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / IUSTUS
ES — Salmo 118. 137, 124, 1
O
Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Iustus es, Dómine, et rectum iudícium
tuum: fac cum servo tuo secúndum misericórdiam tuam. Ps. Beáti immaculáti in via: qui ámbulant in
lege Dómini. ℣. Glória Patri.
Justo sois, Senhor, e retos são os vossos juízos; agi com o vosso servo
segundo a vossa misericórdia. Sl. Bem-aventurados os que são imaculados em seu
caminho; os que andam na lei do Senhor. ℣. Glória ao
Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
O amor de Deus deve ser puro e sem cisões. Ele exclui tudo o que se opõe
a Deus.
Da, quǽsumus, Dómine, pópulo tuo
diabólica vitáre contágia: et te solum Deum pura mente sectári. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Concedei, Senhor, Vos rogamos, que o vosso povo evite as influências
diabólicas, e a Vós somente, ó Deus, sirva com pureza de alma. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios 4. 1-6
O fundamento da caridade fraterna reside nos laços que nos unem a Deus
em Cristo. O Criador destes laços e a fonte viva da caridade é o Espírito
Santo.
Fratres: Obsecro vos ego vinctus in
Dómino, ut digne ambulétis vocatióne, qua vocáti estis, cum omni humilitáte et
mansuetúdine, cum patiéntia, supportántes ínvicem in caritáte, sollíciti
serváre unitátem spíritus in vínculo pacis. Unum corpus et unus spíritus, sicut
vocáti estis in una spe vocatiónis vestræ. Unus Dóminus, una fides, unum
baptísma. Unus Deus et Pater ómnium, qui est super omnes et per ómnia et in
ómnibus nobis. Qui est benedíctus in sǽcula sæculórum. Amen.
Irmãos: 1Eu, que me acho preso pelo amor do
Senhor1, vos rogo que andeis como é digno da
vocação a que fostes chamados: 2em toda
humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros na caridade
e 3procurando guardar a união do
Espírito, no vínculo da paz. 4Um só
corpo e um só Espírito [sois vós], como também, sois chamados a uma só esperança
por vossa vocação. 5Um Senhor, uma fé, um batismo, 6um Deus e Pai de todos, que está acima de todos e age em tudo e em todos
nós. Seja Ele bendito por todos os séculos dos séculos. Amém.
1. Na ocasião em que escreve esta carta, S. Paulo está prisioneiro em
Roma.
Gradual / Salmo 32. 12, 6
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Beáta gens, cuius est Dóminus Deus
eórum: pópulus, quem elégit Dóminus in hereditátem sibi. ℣. Verbo Dómini cæli firmáti sunt: et spíritu oris eius omnis virtus eórum.
Feliz a nação cujo Senhor é Deus; e o povo que o Senhor escolheu para sua
herança. ℣. Pela palavra do Senhor foram criados
os céus; e do sopro de sua boca vem todo o exército das estrelas.
Aleluia / Salmo 101. 2
Allelúia, allelúia. ℣. Dómine, exáudi oratiónem meam, et clamor meus ad te pervéniat. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Senhor,
atendei à minha oração, e chegue até Vós o meu clamor. Aleluia.
Evangelho segundo São Mateus 22. 34-46
A propósito do 1.º mandamento, segue-se a afirmação solene da divindade
de Cristo. Descendente de David como homem, é maior que David, pelo seu caráter
divino, caráter que o próprio profeta pressentira.
In illo témpore: Accessérunt ad Iesum
pharisǽi: et interrogávit eum unus ex eis legis doctor, tentans eum: Magíster,
quod est mandátum magnum in lege? Ait illi Iesus: Díliges Dóminum, Deum
tuum, ex toto corde tuo et in tota ánima tua et in tota mente tua. Hoc est
máximum et primum mandátum. Secúndum autem símile est huic: Díliges próximum
tuum sicut teípsum. In his duóbus mandátis univérsa lex pendet et prophétæ.
Congregátis autem pharisǽis, interrogávit eos Iesus, dicens: Quid vobis vidétur
de Christo? cuius fílius est? Dicunt ei: David. Ait illis: Quómodo ergo David
in spíritu vocat eum Dóminum, dicens: Dixit Dóminus Dómino meo, sede a dextris
meis, donec ponam inimícos tuos scabéllum pedum tuórum? Si ergo David vocat eum
Dóminum, quómodo fílius eius est? Et nemo poterat ei respóndere verbum: neque
ausus fuit quisquam ex illa die eum ámplius interrogáre.
Naquele tempo, 34chegaram-se a Jesus os
fariseus, 35e um deles, que era doutor da lei,
perguntou-Lhe para O tentar: 36Mestre,
qual é o mandamento da lei2? 37Disse-lhe Jesus: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma, e de todo teu entendimento3. 38Este é o máximo e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a este: Amarás a teu próximo como a ti mesmo4. 40Destes dois mandamentos dependem toda
a lei, e os profetas. 41E estando
juntos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: 42Que vos parece do Cristo? De quem é Filho? Responderam-Lhe: de
Davi. 43Jesus lhes disse: Como, pois, em
espírito, Davi o chama Senhor, dizendo: 44O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que ponha os
teus inimigos como escabelo de teus pés?5 45Se, pois, Davi O chama Senhor, como é Ele o seu filho? 46E ninguém, pôde responder-Lhe uma só palavra; e desde aquele dia ninguém
ousou mais fazer-Lhe perguntas.
2. Questão muito discutida nas escolas judaicas contemporâneas.
3. Deuteronômio 6. 5.
4. Levítico 19. 18.
5. Salmo 109. 1
CREDO... Concluímos a
Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Daniel 9. 17-19
Com
o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das
oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Orávi Deum meum ego Dániel, dicens:
Exáudi, Dómine, preces servi tui: illúmina fáciem tuam super sanctuárium tuum:
et propítius inténde pópulum istum, super quem invocátum est nomen tuum, Deus.
Eu, Daniel, orei a meu Deus, dizendo: Atendei, Senhor, às preces de vosso
servo; fazei resplandecer a vossa face em vosso santuário, e olhai benigno para
este povo sobre o qual, ó Deus, foi invocado o vosso Nome.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Maiestátem tuam, Dómine, supplíciter
deprecámur: ut hæc sancta, quæ gérimus, et a prætéritis nos delictis éxuant et
futúris. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, humildemente suplicamos à vossa Majestade que estes santos
Mistérios que celebramos nos livrem das culpas passadas e nos preservem das
futuras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 75. 12-13
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Vovéte et réddite Dómino, Deo vestro,
omnes, qui in circúitu eius affértis múnera: terríbili, et ei qui aufert
spíritum príncipum: terríbili apud omnes reges terræ.
Fazei votos ao Senhor, vosso Deus, e cumpri-os, Vós todos que em redor de
seu altar apresentais oferendas a este Deus terrível, que dobra o orgulho dos
príncipes e é tremendo para todos os reis da terra.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Sanctificatiónibus tuis, omnípotens
Deus, et vítia nostra curéntur, et remédia nobis ætérna provéniant. Per Dominum
nostrum Iesum Christum.
Ó Deus onipotente, fazei que por estes vossos Sacramentos sejam
curados os nossos males, e nos venham também os remédios eternos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Meditação
A União Fraterna
Meu Deus, concedei-me a graça de conservar a união com o próximo pelo
vínculo da caridade e da paz.
1 — Como Jesus, no
curso da Sua vida terrena, não cessou de recomendar a caridade e a união
fraterna, assim a Igreja, nas Missas dominicais, continua a inculcar-nos esta
virtude. Hoje fá-lo servindo-se de um trecho da carta de S. Paulo aos Efésios (4, 1-6): «Rogo-vos que andeis dum modo
digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com paciência,
suportando-vos uns aos outros por caridade, solícitos em conservar a unidade do
espírito pelo vínculo da paz». O chamamento que recebemos foi a vocação ao
cristianismo, a vocação ao amor. Deus, caridade infinita, adota-nos como Seus
filhos a fim de que rivalizemos com a Sua caridade a tal ponto que seja o amor
o vínculo que nos una a todos num só coração, como o Pai e o Filho estão unidos
numa só Divindade pelo vínculo do Espírito Santo. «Como Tu, Pai, o és em mim e
eu em Ti, que também, eles sejam um em nós», pediu Jesus para nós (Jo. 17, 21).
«Conservar a unidade pelo vínculo da
paz»: eis uma coisa fácil e difícil ao mesmo tempo. Fácil porque, quando o
coração é verdadeiramente humilde, manso e paciente, tudo suporta com amor,
tendo maior cuidado em se adaptar à mentalidade e aos gostos alheios do que em
fazer valer os seus. Difícil porque, enquanto estivermos no mundo, o amor
próprio, apesar de mortificado, tenta sempre ressurgir e afirmar os seus
direitos, criando constantes ocasiões de choques recíprocos. Para os evitar é
preciso muita renúncia de si mesmo e muita delicadeza para com os outros.
Devemos persuadir-nos de que tudo o que perturba, enfraquece ou, o que é pior,
destrói a união, não pode agradar a Deus, mesmo que o façamos sob pretexto de
zelo. Excetuando o cumprimento do dever e o respeito pela lei de Deus, devemos
preferir sempre renunciar às nossas ideias, embora boas, a discutir com o
próximo. Dá muito mais glória a Deus um ato de renúncia humilde a favor da
união, dá muito mais glória a Deus a paz entre os irmãos, do que uma obra
grandiosa que possa causar discórdia e desentendimento.
2 — O excesso de personalismo, o
grande desejo de agir cada um a seu modo são muitas vezes causa de divisões
entre os bons. Dada a nossa limitação, as nossas ideias não podem ser de tal
modo absolutas que não admitam as ideias dos outros. Se o nosso modo de ver é
bom, reto, luminoso, pode haver outros igualmente bons e até melhores; por
isso, em vez de o rejeitarmos por não sabermos renunciar a opiniões demasiado
pessoais, é mais prudente, humilde e caritativo aceitar o modo de ver alheio,
procurando conciliá-lo com o nosso. Este personalismo é inimigo da união, é um
obstáculo para o maior êxito das obras e mesmo para o nosso progresso
espiritual.
Na Epístola de hoje S. Paulo
apresenta-nos todos os motivos que temos para nos mantermos unidos: «[sede] um
só corpo e um só espírito como fostes chamados a uma só esperança pela vossa
vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos».
Se Deus quis salvar-nos e santificar-nos unidos a Cristo e formando com Ele um
só corpo, dando-nos uma única vocação, uma única fé, uma única esperança e
sendo Ele o Pai de todos, como pretenderemos salvar-nos e santificar-nos
separando-nos uns dos outros? Se não queremos frustrar o plano de Deus e pôr em
perigo a nossa santificação e salvação, temos de estar prontos para qualquer
sacrifício pessoal a fim de mantermos e consolidarmos a união. Lembremo-nos de
que Jesus pediu para nós não só a união, mas a união perfeita: «que sejam
consumados na unidade» (Jo. 17, 23).
Também o Evangelho de hoje (Mt. 22, 34-46) vem reforçar este incitamento à
união, visto Jesus repetir que o mandamento do amor do próximo é, juntamente
com o do amor de Deus, o fundamento de toda a lei, de todo o cristianismo. Não
desprezemos estes chamamentos contínuos à caridade e à união; a Igreja insiste
neste ponto, pois nele insistiu Jesus, porque a caridade «é o mandamento do
Senhor e se ele é observado, basta» (S. João EV.).
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria
Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.
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