«Liturgia
Dominical»
Ano 9 – nº 493 – 12 de julho de 2020
Ano 9 – nº 493 – 12 de julho de 2020
† 6º Domingo depois de Pentecostes
verde – 2a. classe.
Este domingo é uma pequena Páscoa. Na
Páscoa, pelo Batismo, nos conferiu Deus a vida que é alimentada pela
Eucaristia. Esta verdade é lembrada e
representada pela Missa de hoje. A Epístola recorda-nos que pelo Batismo
morremos com o Cristo ao velho homem e ressurgimos para uma vida nova. O
Evangelho pelo milagre da multiplicação dos pães, mostra-nos a eficácia da Eucaristia.
Jesus Cristo no santo Sacrifício da Missa (no qual devemos comungar), se compadece
de nós e nos alimenta no deserto da vida, para que não pereçamos no caminho. Os
Cânticos mostram confiança na proteção e na misericórdia de Deus."
Teremos
5 (cinco) Santas Missas para o cumprimento do preceito dominical: Sábado às
19h; Domingo às 6h, 8h, 16h e 19h.
Enviamos
em anexo as recomendações do nosso pároco para evitar contaminação pelo coronavírus
na assistência à Santa Missa.
Serão
transmitidas pelas redes sociais, a Santa Missa das 8h (via Facebook, YouTube e
Rádio Bom Jesus AM 1170 Khz) e a das 19h (via Facebook e YouTube).
Divulgação:
(Transmissão ao Vivo
- Santa Missa 8h e 19h)
(Transmissão ao Vivo
- Santa Missa 8h e 19h)
Intróito / DÓMINUS FORTITÚDO – Salmo 27. 8-9, 1
O Intróito como que enuncia o
tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só
versículo.
Dóminus fortitudo plebis suæ,
et protéctor salutárium Christi sui est: salvum fac pópulum tuum, Dómine, et
benedic hereditáti tuæ, et rege eos usque in sǽculum. Ps. Ad te, Dómine,
clamábo, Deus meus, ne síleas a me: ne quando táceas a me, et assimilábor
descendéntibus in lacum. ℣. Glória Patri.
O Senhor é a força
de seu povo, e o guarda das bênçãos de seu Unigênito. Salvai o vosso povo,
Senhor, e abençoai a vossa herança; regei-os até a eternidade. Sl. Por Vós,
Senhor, eu clamo; não silencieis para comigo, meu Deus; pois, se não me
responderdes, serei semelhante aos que descem ao túmulo. ℣. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de
que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
A ação de Deus acompanha o homem em todas as conjunturas da vida.
O bem que nele criou, acrescenta-o; acrescentado, protege-o. É assim a
Providência divina, toda feita de bondade vigilante.
Deus virtútum, cuius est totum
quod est óptimum: ínsere pectóribus nostris amórem tui nóminis, et præsta in
nobis religiónis augméntum; ut, quæ sunt bona, nútrias, ac pietátis stúdio, quæ
sunt nutríta, custódias. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Ó Deus dos
exércitos, que sois o Autor de tudo o que é bom, infundi em nossos corações o
amor de vosso Nome, e aumentai em nós a vida religiosa, alimentando em nós o
que é bom, e com zelo de amor paternal, conservai o que alimentastes. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Epístola de
São Paulo Apóstolo aos Romanos 6. 3-11
Unindo-o a Cristo, o batismo transformou o cristão num ser novo, que,
sob pena de apostasia, deve conformar a sua vida com a do próprio Cristo.
Fratres: Quicúmque baptizáti
sumus in Christo Iesu, in morte ipsíus baptizáti sumus. Consepúlti enim sumus
cum illo per baptísmum in mortem: ut, quómodo Christus surréxit a mórtuis per
glóriam Patris, ita et nos in novitáte vitæ ambulémus. Si enim complantáti
facti sumus similitúdini mortis eius: simul et resurrectiónis érimus. Hoc
sciéntes, quia vetus homo noster simul crucifíxus est: ut destruátur corpus
peccáti, et ultra non serviámus peccáto. Qui enim mórtuus est, iustificátus est
a peccáto. Si autem mórtui sumus cum Christo: crédimus, quia simul étiam
vivémus cum Christo: sciéntes, quod Christus resurgens ex mórtuis, iam non
móritur, mors illi ultra non dominábitur. Quod enim mórtuus est peccáto,
mórtuus est semel: quod autem vivit, vivit Deo. Ita et vos existimáte, vos
mórtuos quidem esse peccáto, vivéntes autem Deo, in Christo Iesu, Dómino
nostro.
Irmãos: 3Todos nós que fomos batizados
em Jesus Cristo, batizados fomos em sua morte. 4E assim nós fomos sepultados
com Ele, pelo batismo para a morte1, para que, assim
como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai2, também nós caminhemos em uma
vida nova. 5Realmente se fomos
plantados juntamente com Ele na semelhança de sua morte [pelo Batismo] também o
seremos na semelhança de sua Ressurreição. 6Sabemos que o nosso velho
homem3 foi
crucificado com Ele, para que seja destruído o corpo do pecado e ao pecado
nunca mais sirvamos. 7O que está morto,
desse modo, justificado está do pecado. 8Ora, se somos mortos com o
Cristo, cremos que com o Cristo também viveremos, 9pois, sabemos que o Cristo,
ressuscitado dentre os mortos, já não morre, nem a morte O dominará mais. 10Porque, a sua
morte foi morte para o pecado uma só vez, mas o que diz respeito à sua vida,
vive para Deus. 11Assim, tende-vos
como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, no Cristo Jesus, Nosso Senhor.
1.
Alusão ao rito batismal por imersão. O batismo une estreitamente à morte de
Jesus e comunica-nos todos os benefícios dela.
2.
«Pela glória do Pai», que é o seu poder deslumbrante.
3.
Isto é, o homem escravizado pela tirania do pecado, em oposição ao «homem
novo», que é livre.
Gradual / Salmo 89. 13,1
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Convértere, Dómine,
aliquántulum, et deprecáre super servos tuos. ℣. Dómine, refúgium
factus es nobis, a generatióne et progénie.
Voltai-Vos um pouco para nós,
Senhor, e atendei aos rogos de vossos servos. ℣. Senhor, Vós sois o
nosso refúgio, de geração em geração.
Aleluia / Salmo 30. 2-3
Allelúia, allelúia. ℣. In te, Dómine,
sperávi, non confúndar in ætérnum: in iustítia tua líbera me et éripe me:
inclína ad me aurem tuam, accélera, ut erípias me. Allelúia.
Aleluia, aleluia. ℣. Em Vós espero,
Senhor; não serei confundido eternamente. Por vossa justiça livrai-me e
salvai-me; inclinai para mim os vossos ouvidos; apressai-Vos em livrar-me.
Aleluia.
Evangelho segundo São Marcos 8. 1-9
«Elias, fortificado com o alimento, que um anjo lhe ministrou, caminhou
durante quarenta dias...; mas vós, alimentados por Jesus, caminhareis até à
vossa entrada na pátria dos santos» (S. Ambrósio, em matinas).
In illo témpore: Cum turba
multa esset cum Iesu, nec habérent, quod manducárent, convocátis discípulis,
ait illis: Miséreor super turbam: quia ecce iam tríduo sústinent me, nec habent
quod mandúcent: et si dimísero eos ieiúnos in domum suam, defícient in via:
quidam enim ex eis de longe venérunt. Et respondérunt ei discípuli sui: Unde
illos quis póterit hic saturáre pánibus in solitúdine? Et interrogávit eos:
Quot panes habétis? Qui dixérunt: Septem. Et præcépit turbæ discúmbere super
terram. Et accípiens septem panes, grátias agens fregit, et dabat discípulis
suis, ut appónerent, et apposuérunt turbæ. Et habébant piscículos paucos: et
ipsos benedíxit, et iussit appóni. Et manducavérunt, et saturáti sunt, et sustulérunt quod superáverat de
fragméntis, septem sportas. Erant autem qui manducáverant,
quasi quátuor mília: et dimísit eos.
Naquele tempo, 1estava com Jesus uma grande
multidão; e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e lhes
disse: 2Tenho compaixão
deste povo; porque, já estão comigo há três dias e não têm o que comer. 3Se eu os mandar em jejum para
as suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe. 4Seus discípulos
responderam-Lhe: De onde poderá alguém fartá-los de pão, aqui no deserto? 5Perguntou-lhes Jesus: Quantos
pães tendes? Responderam: Sete. 6Então, Ele ordenou à multidão
que se assentasse no chão. E tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e
deu-os a seus discípulos, para que os distribuíssem ao povo. 7Havia, também, alguns
peixinhos, e Ele os abençoou e mandou que os distribuíssem. 8Comeram, pois, e ficaram
fartos, e dos pedaços que tinham sobrado, levaram sete cestos. 9E os que comeram, eram perto
de quatro mil. Depois, Jesus os despediu.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 16. 5-7
Com o Ofertório, começa a
segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Pérfice gressus meos in sémitis
tuis, ut non moveántur vestígia mea: inclína aurem tuam, et exáudi verba mea:
mirífica misericórdias tuas, qui salvos facis sperántes in te, Dómine.
Firmai meus passos em vossas
veredas, para que meus pés não vacilem. Inclinai os vossos ouvidos, e atendei
às minhas palavras. Fazei brilhar as vossas misericórdias, Vós que salvais os
que esperam em Vós, Senhor.
Secreta
É a antiga «oração sobre as oblatas», ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Propitiáre, Dómine,
supplicatiónibus nostris, et has pópuli tui oblatiónes benígnus assúme: et, ut
nullíus sit írritum votum, nullíus vácua postulátio, præsta; ut, quod fidéliter
pétimus, efficáciter consequámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Senhor, atendei benigno às
nossas súplicas e aceitai com benevolência estas oblações de vosso povo, e para
que nenhum voto resulte estéril, ou vã nenhuma súplica, fazei que realmente
consigamos o que com fé pedimos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 26. 6
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Circuíbo et immolábo in
tabernáculo eius hóstiam iubilatiónis: cantábo et psalmum dicam Dómino.
Ando em redor de seu altar e
imolo em seu tabernáculo uma hóstia de louvor; canto e digo salmos ao Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Repléti sumus, Dómine,
munéribus tuis: tríbue, quǽsumus; ut eórum et mundémur efféctu et muniámur
auxílio. Per Dominum nostrum Iesum Christum.
Saciados com os vossos Dons,
concedei, Senhor, Vos pedimos, que por seu efeito sejamos purificados e por seu
poder protegidos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Compaixão de Jesus
Ó Jesus, meu Senhor e meu Pai, tende compaixão da minha pobre alma e
sustentai-a com a Vossa graça.
1 — Há na liturgia
de hoje um pensamento totalmente predominante; o Senhor é o Pai misericordioso
que tem compaixão de nós e alimenta as nossas almas. A nossa alma está sempre
faminta. Tem sempre necessidade de alimentar e sustentar a sua vida
sobrenatural; só Deus nos pode dar o alimento adequado e por isso
a Igreja convida-nos hoje a dirigir-Lhe esta bela oração: «Deus todo
poderoso, fonte de tudo quanto é perfeito, infundi em nossos corações o amor...
aumentai em nós o espírito de religião... o bem que em nós há, fortalecei-o, e
assim fortalecido, conservai-o» (Colecta). O Pai celeste acolhe benignamente a
nossa súplica e responde-nos encaminhando-nos para o Seu divino Filho, o Seu
Unigênito que enviou ao mundo a fim de que nEle tivéssemos a vida. Na Epístola
(Rom. 6, 3-11), S. Paulo recorda-nos que
«fomos batizados na morte de Cristo» para «vivermos uma vida nova» e nEle
podermos «viver para Deus». Por conseguinte, em Jesus, na Sua Redenção,
encontramos tudo aquilo de que temos necessidade para alimentar a vida das
nossas almas; encontramos a graça, o amor, a fé, o amparo dos nossos bons
propósitos, exatamente como pedimos na Colecta. É uma grande alegria para nós
ouvir repetir que ressuscitamos em Cristo para «uma vida nova»; é um grande
conforto para a nossa fraqueza. Contudo, há ainda um ponto obscuro: mas então,
porque continuamos a cair e nos vemos sempre tão miseráveis? Uma leitura mais
atenta da Epístola permiti-nos-á descobrir o motivo: não estamos totalmente
«mortos» com Cristo, em nós «o homem velho»
não foi ainda «crucificado» até ao ponto de «não servirmos jamais ao
pecado». Numa palavra, se queremos viver plenamente a vida que Cristo nos
conquistou com a Sua morte, devemos primeiro morrer com Ele. E como se trata
não da morte material do corpo, mas duma morte espiritual aos nossos defeitos,
às nossas paixões, esta morte deve renovar-se continuamente: «quotidie morior»
(I Cor. 15, 31): todos os dias morro a mim mesmo. A fraqueza da
nossa vida espiritual provém da insuficiência desta morte.
2 —
Ouçamos, no Evangelho (Mc. 8, 1-9), as
palavras bondosas de Jesus: «Tenho compaixão deste povo».
Jesus tem compaixão de nós, das nossas fraquezas, da nossa debilidade, da
indecisão da nossa vontade. Vê as nossas almas cansadas, famintas, necessitadas
de auxílio e, como outrora às turbas que vinham para O ouvir, repete-nos também
a nós: «Tenho compaixão». A compaixão de Jesus volta-se primeiro para as nossas
necessidades espirituais; com a Sua Paixão e Morte já proveu com liberalidade a
essas necessidades, mas deseja continuar a cuidar delas todos os dias de um
modo mais pessoal e direto, oferecendo-Se como alimento às nossas almas. O
Evangelho fala-nos da Segunda multiplicação dos pães, mas para nós, mais
afortunados que as multidões da Palestina, Jesus reservou um pão infinitamente
mais nutritivo e mais precioso: a Eucaristia.
Fascinadas pelas
palavras de Jesus, as turbas haviam-no seguido, esquecendo até as próprias
necessidades: andavam com Ele há três dias e não tinham nada para comer. Que
lição para nós, muitas vezes mais solícitos pelo pão material do que pelo
espiritual! E Jesus, depois de ter provido largamente às necessidades do
espírito, pensa também nas do corpo. Os discípulos, por sua vez, ficam
admirados: «como poderá alguém
saciá-los de pão aqui no deserto?» Já tinham
assistido à primeira multiplicação dos pães, mas agora parece não terem dela a
menor lembrança e ficam desconfiados. Quantas vezes palpamos nós de igual modo
os milagres da graça, os milagres da divina Providência! Porém, não é raro
ficarmos perplexos em face de novos casos difíceis e obscuros, como se
puséssemos em dúvida a onipotência de Deus. Pensemos, por exemplo, na nossa
vida espiritual: existem ainda pontos por vencer, por superar...
experimentamo-lo tantas vezes e talvez agora não tenhamos já coragem para
recomeçar de novo. Oh! se tivéssemos mais fé, se nos lançássemos em Deus com
maior confiança! Bastaria talvez um belo ato de confiança total para conseguir
a vitória. Jesus olha-nos e repete-nos: «Tenho compaixão deste povo»; e a sua
compaixão não é estéril. É ação vital, é auxilio e graça atual para a nossa
alma; porque não temos, pois, mais confiança nEle?
Extraído
do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda
edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.
Nenhum comentário:
Postar um comentário