† Festa do Sagrado Coração de Jesus
branco – 1ª classe
Desde o ano de 1928, foi elevada à
categoria de 1ª classe, a festa do Sagrado Coração de Jesus. No novo
formulário, com o Prefácio próprio, ainda mais se acentua que o Coração do
Homem-Deus é a fonte das graças e da misericórdia divinas. No Evangelho somos
levados à nascente deste rio de águas vivas. Um soldado abre com a lança o lado
do Salvador, e dele sai sangue e água. No sangue fomos remidos, na água nos
foram aplicados os frutos da Redenção, e fomos regenerados pelo Batismo. A
generosidade e o amor do Coração de Jesus exigem de nossa parte fidelidade e
reparação de nossas faltas.
Divulgação:
Intróito / Salmo 32. 11, 19, 1
O
Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da
Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um
salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo
Cogitatiónes
Cordis eius in generatióne et generatiónem: ut éruat a morte ánimas eórum et
alat eos in fame. Ps. Exsultáte, iusti, in Dómino: rectos decet collaudátio. ℣. Glória Patri.
Seu Coração pensa de geração em
geração, para livrar da morte as suas almas e para os nutrir na fome. Sl. Exultai,
ó Justos, no Senhor: os retos de coração devem louvá-Lo. V. Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos
ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
O dever de reparação impõe-se-nos como resposta ao amor de Cristo, que
se encarregou de expiar os nossos pecados.
Deus, qui
nobis in Corde Fílii tui, nostris vulneráto peccátis, infinítos dilectiónis
thesáuros misericórditer largíri dignáris: concéde, quǽsumus; ut, illi devótum
pietátis nostræ præstántes obséquium, dignæ quoque satisfactiónis exhibeámus
offícium.
Ó Deus, que no Coração de vosso Filho,
ferido por nossos pecados, Vos dignais prodigalizar-nos os infinitos tesouros
do Amor, fazei, Vos rogamos, que, rendendo-Lhe o preito de nossa devoção e
piedade, também cumpramos dignamente para com Ele, o dever de reparação. Pelo mesmo Jesus
Cristo.
Epístola de São Paulo
aos Efésios 3. 8-12,
14-19
O plano divino da Redenção do mundo em Cristo e por Cristo revela-nos o
amor que Deus nos tem, dando-nos o seu Filho.
Fratres: Mihi, ómnium sanctórum mínimo, data est grátia hæc, in géntibus
evangelizáre investigábiles divítias Christi, et illumináre omnes, quæ sit
dispensátio sacraménti abscónditi a sǽculis in Deo, qui ómnia creávit: ut
innotéscat principátibus et potestátibus in cœléstibus per Ecclésiam
multifórmis sapiéntia Dei, secúndum præfinitiónem sæculórum, quam fecit in
Christo Iesu, Dómino nostro, in quo habémus fidúciam et accéssum in confidéntia
per fidem eius. Huius rei grátia flecto génua mea ad Patrem Dómini nostri Iesu
Christi, ex quo omnis patérnitas in cœlis ei in terra nominátur, ut det vobis,
secúndum divítias glóriæ suæ, virtúte corroborári per Spíritum eius in
interiórem hóminem, Christum habitáre per fidem in córdibus vestris: in
caritáte radicáti et fundáti, ut póssitis comprehéndere cum ómnibus sanctis,
quæ sit latitúdo, et longitúdo, et sublímitas, et profúndum: scire étiam
supereminéntem sciéntiæ caritátem Christi, ut impleámini in omnem plenitúdinem
Dei.
Irmãos:
8A
mim, o mínimo de todos os santos [Cristãos], foi dada a graça de anunciar entre
os gentios as incompreensíveis riquezas do Cristo, 9e
de esclarecer a todos qual seja a economia do Mistério escondido, desde o
princípio dos séculos, em Deus, que criou todas as coisas. 10Agora,
porém, aos principados e potestades nos céus se patenteia pela Igreja a
multiforme sabedoria de Deus, 11segundo a
determinação eterna que fez em Jesus Cristo, Nosso Senhor. 12N’Ele
temos a liberdade e o acesso com a confiança,
pela fé que n'Ele professamos. 14Por esta razão
é que dobro os joelhos diante do Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, 15do
qual toda a grande família, que está no céu e na terra, 16toma
o nome, para que, segundo as riquezas de sua glória, vos conceda sejais fortalecidos
em virtude, segundo o homem interior1, por seu Espírito. 17E
o Cristo habite pela fé em vossos corações, 18arraigados e
fundados no Amor para que possais compreender com todos os Santos, qual seja a
largura e o comprimento, a altura e a profundidade2 [deste Mistério
do Cristo] 19e conhecer
também aquele Amor do Cristo, que excede a toda ciência, para que sejais cheios
de toda a plenitude de Deus.
1. O
homem renovado pelo batismo e pela presença do Espírito Santo.
2. Subentenda-se
e acrescente-se: ...do plano desse mistério ou desígnio eterno, cujas dimensões
são infinitas...
Gradual / Salmo 24. 8-9
Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados
dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da
Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Dulcis et rectus Dóminus: propter hoc legem
dabit delinquéntibus in via. ℣. Díriget
mansúetos in iudício, docébit mites vias suas.
Benigno e reto é o Senhor; por isso
Ele dá aos pecadores a lei para a seguirem. ℣. Conduz os dóceis pela justiça e
ensina os seus caminhos aos que são mansos.
Aleluia / Mateus 11. 29
Allelúia, allelúia. ℣. Tóllite
iugum meum super vos, et díscite a me, quia mitis sum et húmilis Corde, et
inveniétis réquiem animábus vestris. Allelúia.
Aleluia,
aleluia. ℣.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para vossas almas. Aleluia.
Evangelho segundo São João 19. 31-37
Cristo é o verdadeiro Cordeiro pascal, imolado para a salvação do mundo.
Em cumprimento das profecias, morre na cruz por amor de nós.
In illo témpore: Iudǽi - quóniam Parascéve erat, - ut non remanérent in
cruce córpora sábbato - erat enim magnus dies ille sábbati, - rogavérunt
Pilátum, ut frangeréntur eórum crura, et tolleréntur. Venérunt ergo mílites: et
primi quidem fregérunt crura et alteríus, qui crucifíxus est cum eo. Ad Iesum
autem cum veníssent, ut vidérunt eum iam mórtuum, non fregérunt eius crura, sed
unus mílitum láncea latus eius apéruit, et contínuo exívit sanguis et aqua. Et
qui vidit, testimónium perhíbuit: et verum est testimónium eius. Et ille scit
quia vera dicit, ut et vos credátis. Facta sunt enim hæc ut Scriptúra
implerétur: Os non comminuétis ex eo. Et íterum alia Scriptúra dicit: Vidébunt
in quem transfixérunt.
Naquele
tempo 31(como era
preparação da Páscoa3), para que não ficassem na cruz os corpos em
dia de sábado, (porque aquele dia de sábado4 era de grande
solenidade) rogaram os judeus
a
Pilatos que se lhes quebrassem os ossos e os corpos fossem tirados. 32Vieram
pois os soldados e quebraram os ossos ao primeiro, e ao outro que com Ele fora
crucificado. 33Ao chegarem
depois a Jesus, como O viram já morto, não Lhe quebraram os ossos, 34mas
um dos soldados Lhe abriu o lado com uma lança; e imediatamente saiu sangue e
água5. 35E aquele que o
viu, deu testemunho e seu testemunho é verdadeiro. E Ele6 sabe que
disse a verdade, para que também o creiais. 36Estas coisas
aconteceram portanto para que se cumprissem as palavras da Escritura: Não Lhe
quebrareis osso algum. 37E também diz
outro lugar da Escritura: Verão Aquele a quem traspassaram.
3.
Isto é: a vigília do sábado, em que se deviam fazer todos os preparativos para
garantir o descanso no dia seguinte.
4.
Porque coincidia com a festa da Páscoa.
5. O
sangue simboliza a Eucaristia; a água, o batismo.
6.
Este Ele talvez se refira a Cristo.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa
profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a
Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no
Batismo.
Ofertório / Salmo 68. 21
Com
o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício
propriamente dito.
Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas,
canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Impropérium exspectávi Cor meum et misériam: et sustínui, qui simul mecum
contristarétur, et non fuit: consolántem me quæsívi, et non invéni.
Meu
coração só espera afrontas e misérias. Esperei que alguém se contristasse comigo e
ninguém houve; procurei quem me consolasse e não encontrei.
Secreta
É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório
e o Cânon.
Réspice, quǽsumus, Dómine, ad ineffábilem Cordis dilécti Fílii tui
caritátem: ut quod offérimus sit tibi munus accéptum et nostrórum expiátio delictórum.
Considerai,
Senhor, nós Vos suplicamos, o Amor inefável do Coração de vosso amado Filho, a
fim de que a nossa oferenda Vos agrade e nos purifique de nossos pecados. Pelo
mesmo Jesus Cristo.
Communio / João 19. 34
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode
acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e
recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Unus mílitum láncea latus eius apéruit, et contínuo exívit sanguis et
aqua.
Um
dos soldados Lhe abriu o lado com a lança, e logo saiu sangue e água.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Prǽbeant nobis, Dómine Iesu, divínum tua sancta fervórem: quo dulcíssimi
Cordis tui suavitáte percépta; discámus terréna despícere, et amáre cœléstia: Qui
vivis et regnas cum Deo Patre.
Vossos
santos Mistérios, Senhor Jesus, nos comuniquem um fervor divino que nos faça
gozar a suavidade de vosso dulcíssimo Coração, e nos ensine a desprezar o que é
terreno para não amar senão o que é celeste. Vós, que, sendo Deus, viveis e
reinais.
Meditação
Festa do Sagrado Coração de Jesus
Ó Jesus, concedei-me a graça de penetrar os segredos escondidos no Vosso
divino Coração.
1
— Depois de termos fixado o nosso olhar na Eucaristia, dom que coroa todos os
dons do amor de Jesus aos homens, a Igreja convida-nos a considerar diretamente
o amor do Coração de Cristo, fonte e causa de todo o dom. Pode afirmar-se que a
festa do Sagrado Coração de Jesus é a festa do Seu amor por nós. «Eis o Coração
que tanto amou os homens», disse Jesus a S.ta Margarida Maria; «eis o Coração
que tanto amou os homens», repete-nos hoje a Igreja, mostrando-nos que «no
Coração de Cristo, ferido pelos nossos pecados, Deus Se dignou dar-nos,
misericordiosamente, infinitos tesouros de amor» (cfr. Colecta). Inspirando-se
neste pensamento, a liturgia de hoje refere-nos os imensos benefícios que nos
provêm do amor de Cristo, é um hino de louvor ao Seu amor. «Cogitationes Cordis
ejus», canta o Intróito da Missa: «Eis os pensamentos do Seu Coração — do
Coração de Jesus — através das gerações: arrancar as almas da morte e
alimentá-las em sua fome». O Coração de Jesus anda sempre à procura de almas
para salvar, para livrar dos laços do pecado, para lavar com o Seu Sangue, para
alimentar com o Seu Corpo. O Coração de Jesus está sempre vivo na Eucaristia
para saciar a fome dos que por Ele suspiram, para acolher e consolar todos os
que, desiludidos pelas amarguras da vida, se refugiam nEle em busca de paz e
alívio. E o próprio Jesus nos ampara na aspereza do caminho. «Tomai o meu jugo
sobre vós, aprendei de mim, que sou manso e humilde de Coração, e achareis
repouso para as vossas almas» (Alleluia). Se é impossível eliminar da vida
toda a dor, é no entanto possível, a quem vive por Jesus, sofrer em paz e
encontrar no Seu Coração repouso para a alma cansada.
2
— O Evangelho e a Epístola fazem-nos considerar ainda mais diretamente, o
Coração de Jesus. O Evangelho (Jo. 19, 31-37)
mostra-nos o Seu Coração posto a descoberto pela ferida da lança, e S.to
Agostinho comenta: «O Evangelista disse abriu, a fim de nos mostrar que, de
alguma maneira, se nos abre ali a porta da vida, donde brotaram os
Sacramentos». Do Coração trespassado de Cristo — símbolo do amor que O imolou por
nós na Cruz — brotaram os Sacramentos, figurados na água e no sangue saídos da
Sua chaga, através dos quais recebemos a vida da graça; sim, é justo dizer que
o Coração de Jesus foi aberto para nos introduzir na vida. «Estreita é a porta
que conduz à vida» (Mt. 7, 14), disse Jesus
um dia; mas se por esta porta entendemos a chaga do Seu Coração, podemos dizer
que não nos podia abrir uma porta mais acolhedora.
S.
Paulo, na sua belíssima Epístola, (Ef. 3, 8-12, 14-19),
convida-nos a entrar, ainda mais adentro, no Coração de Jesus para contemplar
as Suas «riquezas incompreensíveis» e penetrar o «mistério escondido, desde o
princípio dos séculos, em Deus». Este «mistério» é exatamente o mistério do
amor infinito de Deus que nos preveniu desde a eternidade e que nos foi
revelado pelo Verbo feito carne; é o mistério daquele amor que nos quis remir e
santificar em Cristo, «no qual temos segurança e acesso a Deus». Mais uma vez
Jesus Se nos apresenta como a porta que conduz à salvação: «Eu sou a porta. Se
alguém entrar por mim será salvo» (Jo. 10, 9); e a porta é o Seu Coração que,
rasgando-se por nós, nos introduziu na vida. Só o amor nos pode fazer penetrar
neste mistério de amor infinito; mas não basta um amor qualquer, é necessário,
como diz S. Paulo, estarmos «arraigados e fundados na caridade»; só assim
poderemos «conhecer aquele amor de Cristo que excede toda a ciência, para que
sejamos cheios de toda a plenitude de Deus».
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa
Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
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